segunda-feira, 2 de setembro de 2019


Popularidade de Bolsonaro vai-se esfarelando,  mas  campo progressista segue  paralisado


Não basta Bolsonaro esfarelar ou derreter. É preciso ter condições de assumir este lugar de poder com um novo projeto político. Com uma radicalização democrática que dê sentido a um novo modelo de país
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"Não basta Bolsonaro esfarelar ou derreter. É preciso ter condições de assumir este lugar de poder com um novo projeto político. Com uma radicalização democrática que dê sentido a um novo modelo de país. Porque o que havia se esgotou. E por isso, mesmo derrotado nas pesquisas de avaliação, Bolsonaro ainda se comporta como o dono da agenda política do país. Porque ele sabe que seu desastre não é o suficiente para derrotá-lo. E sabe que enquanto estiver entregando todas as riquezas para o setor financeiro internacional, ninguém vai fazer um movimento de risco para derrubá-lo."   ➤   A íntegra de RENATO ROVAI, na REVISTA FÓRUM.

Para arrependidos tardios, hoje Bolsonaro  'perde'  e  Haddad 'vence'  em todas as regiões


FERNANDO BRITO, no TIJOLAÇO


Com a divulgação dos resultados detalhados do Datafolha desse último fim de semana,  é possível dimensionar melhor não apenas as perdas de Jair Bolsonaro e o 'recall'  eleitoral de Fernando Haddad.  ➤ Vale apenas observar os números:  1) no Sul, antes e agora o maior reduto bolsonarista, nas eleições do primeiro turno Bolsonaro teve 57% dos votos, contra 20% de Haddad. Na pergunta feita pelo Datafolha semana passada, Bolsonaro teria 43%, contra 32% o petista. Se considerada a eleição do segundo turno, que deu Bolsonaro 68,3% x 31,7%,  Haddad a aproximação seria ainda maior: uma diferença de quase 37 pontos cai a 11;  2)  no Centro-Oeste, dos 58% dos votos dados a Bolsonaro, contra os 21% Haddad no primeiro turno, a  resposta ao Datafolha foi de 43% a 37% a favor do ex-capitão. E a redução de 37 pontos de vantagem quase se repete na comparação com o resultado do segundo turno – que Bolsonaro venceu por 66,5% a 33,5% – ficando em um quinto daqueles 33 pontos à frente.  ➤  A situação é menos grave para o atual presidente na Região Norte: contra 43% Bolsonaro, 37% Haddad registrados no primeiro turno, a diferença se reduz  pouco no 'Datafolha', apenas 2 pontos: 41% a 37 por cento. No segundo turno, ao contrário das demais, a diferença foi semelhante: 51,7 a 48%.   ➤   Mas vejamos o que se passa nas duas mais populosas regiões brasileiras:  1)  no Sudeste, onde Bolsonaro abriu uma imensa vantagem, marcando 53% contra apenas 19% de Haddad(34 pontos de vantagem), o 'Datafolha' da semana passada registrou apenas um ponto (40 a 39%) em favor do ex-capitão. Em relação ao segundo turno, quando assinalou 29 pontos sobre o petista (65,4% x 34,6%),  a redução é igualmente espantosa.  ➤  E no Nordeste, onde Haddad tinha sido amplamente vitorioso, a distância se confirma: o candidato petista teve 51% dos votos. Agora, no Datafolha, alcança 57% e Bolsonaro tem, na pesquisa, 23%, menos que os 26% que alcançou no primeiro turno de 2018. Mesmo no segundo turno, no qual somou praticamente todos os votos de Ciro, os 69% que recebeu, abrindo 38 pontos de vantagem sobre Bolsonaro ficam bem perto dos 34% que faz agora.   ➤   Claro que, como não temos eleições e é prematuro pensar em candidaturas, o significado destes número sugere ser, apesar do que segue fazendo a mídia, uma redução muito expressiva – embora talvez ainda não decisiva – do antipetismo furioso de parte significativa dos eleitores.

Obra  bolsonária’,  é  iminente o  colapso  das  agências  de fomento à Ciência no Brasil
Com o CNPq à beira da falência e outros órgãos vitais da ciência nacional fortemente debilitados por falta de orçamento, lideranças da comunidade científica e acadêmica apelam ao Congresso para tentar salvar a pesquisa brasileira
Lideranças da comunidade científica entregam uma cópia da petição em defesa do CNPq ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia – Foto: Divulgação SBPC

"A Ciência brasileira nunca olhou para o calendário com tamanha apreensão. Setembro surge no horizonte acompanhado de um prognóstico tenebroso, que assombra a comunidade científica já há alguns anos: o colapso das agências de fomento federais — em especial, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).   ➤   Criado em 1951 — muito antes mesmo do Ministério ao qual hoje está vinculado —, o CNPq é uma pedra fundamental do sistema de ciência e tecnologia no Brasil, responsável por apoiar o desenvolvimento de pesquisas científicas no País por meio de bolsas e financiamento de projetos. Difícil achar um bom cientista brasileiro, seja no setor público ou privado, que não seja ou tenha sido apoiado pelo CNPq em algum momento da sua carreira."   ➤   Leia mais HÉRTON ESCOBAR, do JORNAL DA USP, no JORNAL/GGN.

Ladeira abaixo nas pesquisas,  o que o destrambelhado Bolsonaro  fará  nas  próximas  horas? 
Bolsonaro, à saída do Palácio do Planalto, em mais uma manifestação de desatinada retórica
HELENA CHAGAS, d'OS DIVERGENTES, no DCM
Em linha com os levantamentos mais recentes do 'Vox Populi' e da 'CNT/MDA', mostrando que já beira os 40% o índice de reprovação ao governo de Jair Bolsonaro, o 'Datafolha' desta segunda-feira jogou por terra algumas teses. Uma delas, a de que a sociedade brasileira está dividida em três grupos de aproximadamente 30% – a direita de Bolsonaro, a esquerda do PT e o meião que decide a eleição – e que seguirá assim até as eleições de 2022. Parece não ser mais bem assim, pois os 30% de Bolsonaro vão se desagregando rapidamente.    ➤   Não é surpresa que o presidente continue perdendo popularidade entre as camadas mais pobres e os moradores da região nordeste: da classificação dos governadores da região como “paraíbas” ao desmantelamento dos programas sociais dos governos passados, passando pela economia e pelo desemprego, há muitas explicações para isso.   ➤   A novidade é que Bolsonaro agora perde popularidade velozmente no chamado andar de cima, aquele que votou nele para se livrar do PT e parecia encantado com os acenos da agenda liberal reformista. Agora, 46% dos que ganham acima de 10 salários mínimos reprovam o governo. Nada menos de 44% das pessoas não confiam no que Bolsonaro diz.   ➤   Esse pessoal foi afetado sobretudo pela descarga retórica do presidente e pelos desatinos verbais nos confrontos com outros chefes de Estado no caso da Amazônia, por exemplo. A estratégia de transformar o episódio numa luta do bem contra o mal, unindo a nação em torno da defesa de sua soberania, não colou. E o que ficou foi a imagem de um presidente destemperado, descontrolado.   ➤   As pesquisas mostram que é acelerada, tipo descendo a ladeira de rolimã, a queda de Bolsonaro – e nisso talvez resida seu dado mais preocupante. Onde vai parar? E o que Bolsonaro vai fazer?

Igreja  Católica  e  Papa Francisco às vésperas de repúdio a Bolsonaro


"Documento que servirá como base para as discussões do Sínodo da Amazônia, evento da Igreja Católica que acontece em outubro, em Roma, coloca maior insstituição religiosa do planeta e seu principal líder, o papa Francisco, em rota de colisão com o governo de Jair Bolsonaro, em relação à Amazônia."   ➤   A íntegra, no BRASIL/247.


EUA vão desistir de Bolsonaro 

Para Trump, o eventual 'bônus Bolsonaro' será infinitamente menor que o ônus internacional em apoiá-lo
Resultado de imagem para Fotos de Bolsonaro com Trump
O sabujo entreguista que até Trump já pensa em descartá-lo

LUÍS NASSIF, na TV/GGN - abaixo...



Afinal, acharam o Queiroz', 'amigo' do  'zero-um'  de  Bolsonaro,  em  bairro  de classe alta paulistana 
FERNANDO BRITO, no TIJOLAÇO
Daniel Pereira, Adriana Dias Lopes e Fernando Molica, da Veja, num belo trabalho de investigação e paciência, responderam à pergunta que o Brasil fazia: afinal, onde está Queiroz, Fabrício Queiroz, o “Wally” das encrencas financeiras do gabinete de Flávio Bolsonaro, o filho presidencial 'zero-um'?   ➤   Não estava homiziado nas brenhas do sertão, mas morando no bem tratado bairro do Morumbi, da classe média alta paulistana e é bem estranho que, com toda a exposição que teve na mídia, não tenha sido reconhecido antes.  ➤   Com todo o respeito aos três repórteres competentes, é preciso reconhecer, porém, que muito mais facilidade que eles teriam, claro, policiais federais se tivessem se dedicado a isso.   ➤   E não se culpe apenas a determinação do presidente do STF, Dias Toffoli de suspender investigações baseadas em relatórios do finado Conselho de Controle de Atividades Financeiras, o Coaf: afinal, ela foi tomada em 16 de julho, quando o sumiço de Queiroz já contava quase sete meses, e o caso Queiroz vem já de 2018.   ➤   Aliás, quando Toffoli tomou a decisão que protege Flávio Bolsonaro, seu pai presidente disse que, com o filho, estava “tudo resolvido”, mas que faltava ainda “ouvir o Queiroz”.  Faltava, não, ainda falta. E não há sinal algum de que isso vá acontecer.   ➤   Sergio Moro e a valente PF sabem onde podem meter o nariz.

‘Fantástico’: tenente-coronel da Aeronáutica mentiu em depoimento sobre cocaína na comitiva de Bolsonaro
Do site 'Rede Arrastão', via DCM:
O Fantástico(Rede Globo) deste domingo(1º) teve acesso exclusivo à investigação da Aeronáutica que apontou que o sargento Manoel Silva Rodrigues, preso na Espanha em junho com 39 kg de cocaína, entrou no avião ainda desligado e não passou a bagagem pelos procedimentos de segurança previstos. O militar estava na comitiva presidencial que levava o presidente Jair Bolsonaro – que estava em outra aeronave – ao encontro do G20 no Japão.   ➤   Somente em Sevilha, segunda escala da comitiva após uma parada técnica em Cabo Verde, o militar precisou submeter a bagagem a um 'raio-x', que detectou presença de material orgânico na mala. Questionado, o sargento voltou a afirmar que levava queijo para uma prima que morava na Espanha. Quando as autoridades espanholas detectaram a presença de cocaína, Silva Rodrigues ficou em choque e não disse mais nada no local. Apenas depois, já à Justiça espanhola, o militar brasileiro afirmou que não sabia que havia cocaína na bagagem.   ➤   O inquérito também revela que outro militar, o tenente-coronel Alexandre Augusto Piovesan, passou a ser considerado investigado – e não mais testemunha. Isso porque a quebra do sigilo telefônico da mulher do sargento Silva Rodrigues mostra que os dois mantinham contato frequente.   ➤   As conversas mostram ainda que Piovesan trazia “coisas” – sem especificar quais – do exterior para serem vendidas aqui. Além disso, no dia da prisão de Silva Rodrigues, o tenente-coronel se encontrou com a esposa do sargento. Em um primeiro depoimento, como testemunha, Piovesan teria mentido ao negar relações além do trabalho com o sargento Silva Rodrigues. Porém, investigadores encontraram celulares, computadores e itens importados no apartamento do tenente-coronel. Ao se defender, Piovesan disse que não respondeu de forma adequada ao primeiro depoimento porque ficou em pânico.   ➤   O tenente-coronel também admitiu que emprestou dinheiro e comprou mercadorias no exterior para Silva Rodrigues. Ele também confessou ter apagado as mensagens enviadas ao sargento após a prisão “porque ficou decepcionado” com o militar. Nove dias após o primeiro depoimento, Piovesan foi dispensado do Gabinete de Segurança Institucional(GSI), onde atuava.