quinta-feira, 29 de setembro de 2016









Lewandowski diz que impeachment

de Dilma foi um 'tropeço

na democracia'

Júlia Lindner        Resultado de imagem para imagem da logo do estadão







Ministro Ricardo Lewandowski
BRASÍLIA -    O ministro do   Supremo   Tribunal Federal Ricardo Lewandowski, lamentou o impeachment da ex-presidente  Dilma Rousseff e     classificou  o episódio    como     "um   tropeço    na democracia". O comentário foi feito durante    uma de suas aulas na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), onde o ministro leciona Teoria do Estado. Lewandowski foi responsável pela condução do julgamento de Dilma no Senado. A gravação foi registrada na última segunda-feira, 26, pela revista Caros Amigos.

Antes  de encerrar a aula, Ricardo    Lewandowski    criticou     o presidencialismo de coalizão,    que considerou   ser   fruto     da Constituição de 1988, com o aumento dos partidos, mas também de um "erro" do Supremo,     que acabou    com   a   cláusula   de barreiras.  "Deu no que deu.     Nesse impeachment    que   todos assistiram e devem ter a sua opinião sobre ele.         Mas encerra  exatamente um ciclo,      daqueles    aos quais   eu   me referia,    a   cada 25,   30 anos  no  Brasil,     nós    temos    um tropeço   na   nossa  democracia.    É   lamentável.   Quem sabe vocês, jovens, consigam mudar o rumo da história. "

Lewandowski também criticou a iniciativa do governo Michel Temer de
propor a reforma do ensino médio através de uma medida  provisória,
na semana passada, sem consultar a população. "Grandes temas como
o estatuto do desarmamento tiveram um plebiscito para consultar  a
ppulação. Agora a reforma do ensino médio é proposta por    medida
provisória?   São alguns iluminados que se fecharam   dentro  de   um
gabinete e resolveram tirar educação física, artes?    Poxa,   nem um
projeto de lei   não foi,   não se consultou a população",    declarou o
ex-presidente do Supremo.

Ele afirmou ainda que "o Estado democrático de Direito é aquele
que amplia direitos e complementa a democracia representativa
mediante a participação popular". Para Lewandowski,"todas as leis
importantes" só deveriam entrar em vigor após um plebiscito ou um
referendo regulado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).   O prazo,
segundo Lewandowski, poderia ser estipulado em alguns meses pelo
próprio TSE.      "A iniciativa legislativa    tinha que   ser  facilitada 
também,      pois o número de assinaturas mínimo   é  praticamente
impossível", comentou com os alunos.

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Lindbergh   escapou   de   ser assassinado  por um fascista hidrófobo  no   Rio

Paulo Nogueira        

   A vida por um fio

A vida por um fio
O senador Lindbergh Farias9PT/RJ) escapou de ser assassinado na última sexta(23) por um fanático de direita, no Rio de Janeiro.
Nunca, nas hostilidades contra pessoas do PT, o agressor mostrou tamanho ódio e tanto ímpeto destruidor.
Um novo degrau foi escalado.
Tivesse o ofensor uma arma, e estaríamos enterrrando ontem o senador.
O indivíduo parecia um cão doido, com todo o respeito pelos animais. Insultava, insultava, insultava. Ficou absolutamente indiferente a algo que poderia refreá-lo: o celular com o qual Lindbergh gravou o atentado.
Parecia se orgulhar da própria selvageria. Tirou a camisa como se estivesse possuído.
Não bastasse a própria fúria, recebeu o incentivo delirante da mulher, vestida de preto e formando com ele um par perfeito.
Ela parecia bêbada, hipótese que ganha força pela circunstância de o incidente ter se dado na noite, na saída de um restaurante.
Foi assustador.
Qual a origem de tamanha raiva? Esta questão é fácil. O radical foi bombardeado estes anos todos com um noticiário segundo o qual o PT é a essência do mal.
Vive no Rio, base da Globo. É o típico brasileiro de classe média exposto ao Jornal Nacional, à Globonews, à CBN, ao Globo: às múltiplas mídias dos Marinhos.
Virou um perfeito idiota, um analfabeto político, um homem-bomba.
Um entre tantos criados pelo jornalismo de guerra da imprensa brasileira.
Ontem um enorme sinal amarelo se acendeu para a sociedade.
Por muito pouco Lindbergh escapou de ser morto pelo crime de pertencer ao PT.
Assista ao vídeo da agressão do canalha fascista no Rio...

Moro manda prender Palocci. É o Simão Bacamarte de Curitiba!

Um verdadeiro furor encarcerador parece ter-se apossado do juiz Sérgio Moro.
Agora ninguém mais é chamado para depor.
É logo preso, aos costumes.
À base, por enquanto, de um ex-ministro(dos governos do PT) por semana.
A razão? “Depois explico”.
Hoje foi a vez de Antonio Palloci.
Recolhe, Taborda, como no velho personagem de Jô Soares.
Ou como Simão Bacamarte, d’O Alienista de Machado de Assis, que como via sinais de loucura em todos habitantes da sua  Itaguaí , internou no seu hospício, a Casa Verde, quatro quintos da  população da vila.
Só não engaiolava os pássaros, menos ainda os tucanos, muito numerosos nas matas do Rio de Janeiro, então.
O Dr. Simão, lembram os que leram, afinal, acabou por libertar todos e internar a si próprio.
(Do AMgóes: O anúncio da prisão de Palloci foi antecipado nesse domingo(25) pelo 'ministro'(?) da Justiça de Temer, Alexandre moraes, em comício do candidato tucano à prefeitura de Ribeirão preto, Duarte Nogueira. É assim que funciona a 'ópera bufa' da Lava Jato)

Dallagnol   culpa  portugueses  por corrupção no Brasil. É que ele não conhece a Austrália, coitado...

     firstfleet
O promotor Deltan Dallagnol, narra a jornalista Maria Cristina Fernandes, no Valor, diz que a origem da corrupção no Brasil está nos primeiros colonos portugueses que, segundo ele, eram a escória:
 “Quem veio de Portugal para o Brasil foram degredados, criminosos. Quem foi para os Estados Unidos foram pessoas religiosas, cristãs, que buscavam realizar seus sonhos, era um outro perfil de colono”.
Paulo Henrique Amorim, em vídeo publicado no Conversa Afiada, diz que o chefe da Lava Jato é um idiota.
O Dr. Dallagnol é pior, é um ignorante.
Talvez não tenha, como a maioria dos brasileiros, ancestrais portugueses, e não sabe coisa alguma de nossa História.
Não sabe, por exemplo, que foi um possível degredado, João Ramalho, que se casou com a índia Bartira, depois Isabel Dias, pelas mãos do jesuíta Manoel da Nóbrega, a quem ajudou a fundar o colégio e a vila que se tornariam a cidade de São Paulo.
Mas os degredados no Brasil foram bem poucos, doutor.
Muitos, eles foram sabe onde? Na Austrália, que o senhor deve achar um país civilizadíssimo.
Para lá foram mandados, doutor, “apenas” 168 mil prisioneiros das cadeias da Inglaterra.
É, é isso mesmo, 168 MIL!
Se o senhor precisar para entender, a gente pode fazer um powerpoint contando a história da “First Fleet” (Primeira Frota). Tem até uns selos comemorativos que vão ficar lindos na apresentação, pode crer. Mostram os 11 navios que levavam nos porões, acorrentados, transportavam setecentos e trinta e seis degredados e cento e oitenta e oito mulheres de “reputação duvidosa”da Inglaterra para a Austrália.
Aliás, a First Fleet passou aqui pelo Rio de Janeiro, mas não deixou ninguém, levou todo mundo lá para a terra dos cangurus.
Portanto, doutor, neste assunto de História não funciona este seu esquema de “não tenho provas, mas tenho convicção”.
Se o seu Direito for igual à sua História e Sociologia, Deus nos livre, o o sujeito é ladrão porque o o tatatatatatatatatataravô era um degredado.
Porque os degredados que não foram o ponto de partida da colonização do Brasil o foram na Austrália, e quase três séculos depois dos nossos poucos “ancestrais criminosos”. Está até “mais fresquinho” esse passado.
Mas a Austrália é um país que todos, inclusive o senhor, apontam como “sério”.
Ou será que é porque falam inglês?

Veja como o  fundamentalismo religioso-político  do  Paraná é bancado com dinheiro público 

Kiko Nogueira                       


dallagnol igreja
O procurador Deltan Dallagnol, da Igreja Batista do Bacacheri, em Curitiba
Recebemos o seguinte  email a  respeito  da matéria (AQUI)   sobre a influência das Igrejas Batistas de Curitiba sobre o procurador  Deltan Dallagnol e seus homens da Lava Jato:
Li há pouco por indicação de uma amiga o excelente artigo sobre o antipetismo das igrejas batistas. Como sou ligada às pessoas de Curitiba, peço sigilo sobre meu nome porque posso perder meu emprego. Conheço bem as pessoas envolvidas e elas podem facilmente me identificar, pelos motivos que ficarão evidentes a seguir.
1) Os seminários é que disseminam o fundamentalismo de inspiração fascista. 
2) Há pouco mais de uma dúzia de casos, mas só para citar o exemplo central, dentre os mais críticos: a Faculdade Teológica Batista do Paraná (situada na av. Silva Jardim, 1859, Curitiba). Centro do fundamentalismo fascista (ser antipetista é o de menos), esse Seminário Batista é uma das instituições que aproveitam a brecha de uma fiscalização rarefeita para, mediante um verniz de pesquisa científica, obter dinheiro público através de bolsas de estudo e demais subsídios. Digo e provo, pois de acordo com a Portaria Normativa/MEC nº 17, de 28 de dezembro de 2009, que dispõe sobre o mestrado profissional no âmbito da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes): “O corpo docente do curso deve ser altamente qualificado, conforme demonstrado pela produção intelectual constituída por publicações específicas”.
3) Ora, com financiamento também vindo dos EUA, através de missionários americanos, o seminário tem função eminentemente política, de extrema-direita. O mestrado é tanto uma isca quanto uma espécie de legitimação para doutrinação. A referida instituição religiosa não atende minimamente aos critérios exigidos pela portaria, conforme qualquer um pode facilmente verificar, inclusive porque os dados estão disponíveis no próprio site da instituição (<http://ftbp.com.br/>). A relação de docentes possui um link direcionado para os currículos lattes, o que permite livre exame aos interessados, e a conseqüente constatação dos fatos.
4) O problema é que há docentes inaptos, segundo o nível de excelência exigido pela Capes. Os fraquíssimos registros acadêmicos do Diretor Geral, Jaziel Guerreiro, somente chamam à atenção pelo tom folclórico, sobretudo pelo título de sua pesquisa de doutoramento: “Sai, Satanás”. Mas os problemas são mais amplos. Luiz Roberto Soares Silvado, cujo suposto doutorado é também um curso livre com nome fantasia de “doutorado”. A qualificada produção intelectual dos docentes desse “Mestrado Profissional”, preconizada pela Capes, por sua vez é inexistente. Soares Silvado lista, como produção científica mais recente, um livro de “Esboços de Sermões” (“é pastor coordenador geral da Igreja Batista” segundo a apresentação do Lattes). Como “trabalhos completos publicados em anais de congressos”, importante item de avaliação para o CNPq, indica publicação de uma devoção religiosa no “Congresso da Ordem dos Pastores Batistas do Brasil”. Mark Alan Ellis ainda é pior, pois não tem publicação alguma de qualquer espécie. E muitos outros seguem no mesmo nível.
5) Outro ponto interessante de análise é que as poucas publicações dos demais professores desse corpo docente em revistas, aspecto mais valorizado pela Capes, são os artigos na revista “Via Teológica” (ISSN 1676-0131), justamente a revista cujos editores e membros da comissão editorial são em grande parte os próprios docentes do programa de mestrado da Faculdade Teológica Batista do Paraná! Trata-se, portanto, não de um rigoroso programa de estudos, mas de um mecanismo endógeno marcado pelo “compromisso doutrinário com a Convenção Batista Paranaense” (conforme as instruções dadas aos interessados em submeter, subscrever e publicar artigos, vide < http://ftbp.com.br/viateologica/?page_id=8>).
6) O oportunismo desse grupo de bispos e obreiros, com expressiva participação de missionários norte-americanos, em obter vultosa verba da Capes (dinheiro público, portanto), sob o simulacro de programa de mestrado, contudo, é apenas um detalhe. Esses seminários, com o protagonismo desse, do Paraná, é que forjam os pastores que reproduzem, como as escolas islâmicas xiitas e wahabitas, o radicalismo de direita. Isso precisa ser denunciado.
7) O problama maior, contudo, é que isso é induzido de fora. Vale a pena consultar o lattes dos americanos, que possuem ligações com pessoas do partido republicano, dos EUA. Tudo é inconsistente nesses sujeitos (que podem até ter contato direto com agências americanas CIA, mas não tenho como provar).
8) O currículo de Alan Doyle indica um docente cujo mestrado foi obtido sem defesa de dissertação e um doutorado validado a posteriori; caso também de David Allen Bledsoe, “um orientador de Trabalhos de Conclusão de Curso no Mestrado Profissional”, que possivelmente pleiteia titulação com cursos supostamente de doutorado sem reconhecimento formal no Brasil (embora cite a PUC, no Lattes). É amplamente conhecido o fato de que agremiações fundamentalistas americanas oferecem cursos rápidos de extensão com título de Ph.D. Esse problemas também ocorrem, sem querer esmiuçar muito, com Mark Alan Ellis, um docente sem mestrado e com doutorado emitido por uma instituição não-reconhecida pela Capes (esse é que deveria ser alvo de um jornalista investigativo, suspeito isso pelas coisas que ele diz).
9) Já estou me estendendo muito. Meu objetivo não é detalhar nada, mas apenas mostrar que “embaixo desse angu tem caroço”. Minha experiência in loco diz, no entanto, que a disseminação fascista nasce nos seminários. 
10) Não precisa ser detetive para ver que a aprovação desse curso junto a CAPES/MEC foi irregular. Políticos de Curitiba ajudaram (e, conforme falam, até o Magno Malta que é batista também). Para uma denúncia sobre o fisiologismo nos processos de avaliação da Capes vale a pena ler a crítica do professor Alfredo Storck (UFRGS) à nomeação do  Coordenador da Área Filosofia/Teologia da CAPES, no site da Associação Nacional de Pós-Graduação em Filosofia (Anpof): “Para que as avaliações trienais transcorram no clima de serenidade e confiança de que necessitam, faz-se necessário o respeito tanto às regras formais que norteiam o processo de indicação de coordenadores quanto o respeito às práticas tradicionamente reconhecidas pelas comunidades acadêmicas. Quebras inesperadas e de expectativas apenas geram insegurança quanto ao respeito futuro das decisões das áreas e em nada contribuem para fazer avançar o sistema de avaliação.”

dallagnol foto

GLOBO LIBERA FAUSTÃO PARA BATER "NESSA PORRA DESSE GOVERNO" TEMER

   

Responsável direta pelo golpe parlamentar de 2016, a Globo soltou, neste domingo, seu primeiro disparo contra o governo Michel Temer, no "Domingão do Faustão
"Então, o país que mais precisa de educação faz uma reforma com cinco gatos pingados que não entende porra nenhuma, que não consulta ninguém e aí, de repente, tira a educação física, que é fundamental na formação do cidadão", disse o apresentador, para aplausos dos presentes no estúdio."
"Aí, quando você percebe, um país como esse, que tem uma saúde de quinta [categoria], não tem segurança, não tem emprego, não tem respeito a profissões básicas. O país que não respeita professor, pessoal da polícia e pessoal da área de saúde e um país que não oferece o mínimo ao seu cidadãos", completou Faustão.
Assista abaixo...
        
Nesse domingo(25), numa nova entrevista, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, um dos articuladores do golpe, também afirmou que Temer corre o risco de não chegar a 2018 (leia aqui).
O ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que foi usado e cuspido nesse processo, também ameaça revelar, no seu livro que será lançado em dezembro, o que todos sabem: o impeachment foi uma conspiração parlamentar (leia aqui).
Até agora, o governo Temer tem-se mostrado incapaz de encaminhar as reformas prometidas e seus sócios no projeto de tomada de poder começam a desembarcar.
Esse movimento alimenta, nas redes sociais, a tese do "golpe dentro do golpe". Temer começaria a apanhar agora, mas só seria derrubado em 2017, evitando, assim, o risco de eleições diretas – que teriam o ex-presidente Lula como favorito. Nesse cenário, o atual Congresso, manchado pela corrupção, escolheria um novo presidente pela via da eleição indireta.
A esse respeito, confira o que postou Tico Santa Cruz:
Parece que minha tese não é lá tão absurda assim. 
Quando o Faustão começa a descer o pau no Governo Temer no horário nobre da Globo, é porque o sinal verde foi dado para sangrar o golpista! A imprensa de modo geral já começa a oferecer uma postura mais firme contra o Vampiro. 
Isso será de forma pontual até o fim de 2016.
A partir das primeiras horas de 2017 que Michel Temer aguarde o chumbo grosso que virá de todos os lados. Está cada vez mais evidente que ele será derrubado para que o Congresso faça eleições indiretas! 
Aguardem...
Serra  ameaça  demitir  todos
os asessores que escolheu a dedo para a Chancelaria

Pronunciamento de Temer na ONU, semana passada, revela conflito de posições em relação ao ministro golpista...
                                               
André Barrocal, na CartaCapital                      
 

Um balanço da viagem da comitiva de Temer aos Estados Unidos revela enfraquecimento de José Serra. O atual ministro das Relações Exteriores se hospedou, por conta própria, em um hotel diferente da comitiva presidencial, não quis participar de uma importante reunião global sobre refugiados, promovida pelas Nações Unidas mas, não só isso, foi ignorado pelo discurso de Temer proferido no dia 20, na Assembleia Geral da organização, prova de que o presidente golpista e seu ministro têm posições conflitantes sobre a política externa do País. 
Por fim, José Serra, ameaçou demitir todos os assessores de seu gabinete, exceto um, assim que voltou a Brasília da viagem a Nova York. A conferir se as demissões se confirmarão nos próximos dias, mas o rompante é compreensível. Serra regressou enfraquecido dos Estados Unidos, país ao qual sonha atrelar o Brasil.
O chanceler foi ignorado na elaboração do discurso presidencial proferido na terça-feira 20 na Assembleia Geral das Nações Unidas, motivo principal da viagem da dupla. Viu Temer assumir posições conflitantes com as suas. Ficou (por opção própria) em um hotel diferente daquele usado pelo chefe e por ministros da comitiva. Ausentou-se de uma histórica reunião global sobre refugiados.
Relegado ao papel de figurante, embora seja um conhecido aspirante à cadeira hoje ocupada por Temer, não surpreende o tucano ter deixado o peemedebista esperando por uma hora em um jantar oferecido pelo presidente no domingo-18.
Discursando na Organização das Nações Unidas, Temer adotou um tom mais geopolítico do que comercial, ao contrário da postura vista até aqui em seu ministro da área. E expôs posições que soaram como puxões de orelha no subordinado.
A integração latino-americana”, disse, é uma “prioridade permanente” do Brasil, não importa que haja “em nossa região governos de diferentes inclinações políticas”.
Em seus quatro meses no cargo, Serra tem sido um criador de casos na América Latina. Por razões ideológicas, trabalha abertamente pela derrubada de Nicolás Maduro do governo na Venezuela. Até conseguiu, com um golpe jurídico, impedi-lo de assumir a presidência rotativa do Mercosul.
Em sua cruzada contra Maduro, tentou “comprar” o voto do Uruguai no Mercosul, razão para reprimendas públicas dos uruguaios. Não é à toa que certos ministros fazem piada a portas fechadas: “...quando será que Serra convocará tropas para invadir algum vizinho?”.
Temer também defendeu a reforma do Conselho de Segurança da ONU, colegiado que dá a seus cinco membros poder de veto em decisões do organismo. Na gestão do PT, o Brasil cobiçava uma vaga no Conselho via reforma. Logo ao assumir, o chanceler tucano desdenhou do tema e apequenou o País. Para ele, a reforma não é “moleza”, é “briga de gente grande”.
  
Curiosidade: paralelamente à Assembleia-Geral, houve uma reunião do G4, grupo criado por inspiração brasileira na era petista a juntar mais três países com ambição de entrar para o Conselho: Alemanha, Índia e Japão. Após o encontro da quarta-feira-21, ocorrido por iniciativa da Alemanha, seus chanceleres divulgaram uma nota a reafirmar o compromisso com a reforma. Serra excluído.
Não é difícil entender por que o ministro foi um ator secundário na viagem de Temer a Nova York. Serra não escuta diplomatas, não estuda assuntos de sua área. Em um vídeo gravado às vésperas da ida aos EUA, revelou bizarro desconhecimento sobre os BRICS. Precisou de ajuda do entrevistador e de um assessor para citar as nações integrantes: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul(Ele incluiu a Argentina no grupo, fato, por galhofa, traduzido como a criação do BRACS).
Cercou-se de assessores estranhos ao Itamaraty, inclusive um policial militar(?), Hideo Augusto Dedini, processado pelo massacre de 111 presidiários em São Paulo em 1992. Ao mesmo tempo, não faz questão alguma de entender a estrutura da chancelaria, nem de conversar por ali.
E olhe que no Itamaraty não falta boa vontade com os poderosos do pós-impeachment. Consta que um chefete de departamento abriu um champanhe em seu gabinete no dia em que Dilma Rousseff foi afastada provisoriamente pelo Senado, em maio.
Mais afeito a sentar-se com diplomatas, Temer aos poucos tem estabelecido canais diretos com o Itamaraty, um bypass no chanceler. Foi assim que ele preparou o discurso da ONU.
'Consolo' do (arremedo de)ministro: em um encontro com empresários e investidores estrangeiros em Nova York, Temer disse que em “brevíssimo tempo” haverá mudança na legislação petrolífera para permitir às multinacionais explorar o pré-sal sem a Petrobras. Um projeto, fez questão de ressaltar, de Serra.