sexta-feira, 31 de julho de 2015

Imundície demais para nossa 'vã filosofia'...


Farsa da ‘Dra.Delação’ deu 'xabu'. 


Empresa em Miami? CPI será um 


massacre, como se previu


Fernando Brito
miami
Não tem, até agora, nada de ilegal.
Mas tem de farsesco.
A Doutora Beatriz Catta Preta, que apareceu nesta quinta(30) no Jornal Nacionaldizendo ter adotado uma atitude de 'autodefesa' ao abandonar os “delatores premiados” da Operação Lava Jato e que resumiu suas atividades em Miami às “férias escolares” dos seus filhos, não mencionou que tem, desde o dia 14 de outubro do ano passado, uma empresa aberta na Flórida, a Catta Preta Consulting LLC (sociedade limitada, em inglês), em parceria com o marido Carlos Eduardo de Oliveira Catta Preta Junior.
O documento, firmado por ela própria, está  no site(AQUI) de registros públicos empresariais daquele Estado norte-americano, acessível a qualquer um.
Obvio que isso enfraquece a posição da advogada, embora não desqualifique, se ela der maiores informações, o fato de que ela, de fato, tenha sofrido ameaças do grupo ligado ao Deputado Eduardo Cunha.
Pois está claro que a 'Doutora Delação' só contou uma parte da história.
Mas há mais mistérios neste embrulho.
Um deles é a origem da informação – verdadeira – da empresa Catta Preta na Flórida.
Divulgados nesta sexta(31), logo cedo, pelo jornalista Cláudio Humberto(AQUI)os documentos que provam a abertura da empresa foram colocados na rede há quatro dias, no site Slideshare, por um certo Ary Kara, pseudônimo de Ari Cristiano Nogueira, um personagem conhecido na internet, tanto que aparece em reportagem(AQUI)de 2013 da Carta Capital como investigado por ser funcionário fantasma do deputado Valdir Rossoni, ex-presidente da seção paranaense do PSDB.
Não é demais admitir que esta informação já estivesse de posse do grupo de Eduardo Cunha ao fazer a convocação da advogada para depor, explicando o volume e a origem dos pagamentos que recebeu.
A fonte da informação, portanto, está próxima do mundo obscuro de Curitiba e do jogo de poder que visivelmente escorre da Lava Jato.
Repito que ainda não surgiu nada de ilegal na atividade da “Dra. Delação” mas ela não poderá, como se disse aqui, ocultar mais seus negócios. Se tiver como, pode até alegar que fez como Joaquim Barbosa, o ex-presidente do Supremo que, no cargo, abriu uma empresa na Flórida para comprar um apartamento no paraíso dos novos ricos brasileiros.
Não parece ser o caso, porém.
O que se escreveu ontem à noite está valendo, mais que nunca: Beatriz Catta Preta “será massacrada como foram as vítimas das delações que ela própria patrocinou”.
Eduardo Cunha sorri de orelha a orelha, neste instante.
Mas é possível que a 'Doutora Delação' tenha mais chumbo nos alforges para disparar.
O clima de gansterismo(que nojo!) chegou ao próprio exercício dos mandatos, do jornalismo e da advocacia.


Doutora Catta Preta no Jornal 


Nacional: uma denúncia grave     


e  uma  história  mal-contada


Fernando Brito                        
cattapreta
A entrevista da ex-advogada do denunciador de Eduardo Cunha, Júlio Camargo, de Paulo Roberto Costa e de vários delatores da Lava Jato, a Dra. Beatriz Catta Preta, ao Jornal Nacional-AQUI, nessa quinta-feira(30),é grave, estranha e incompleta.
Ela diz ter recebido ameaças “veladas, cifradas”.
Perfeitamente, é possível: os interesses atingidos com o depoimento-bomba de seu ex-cliente são, por certo, os de gente mafiosa, capaz mesmo de ameaçar a integridade física.
Contudo, é difícil crer que, com a publicidade em torno do caso e diante do que era dever de D. Beatriz – procurar a polícia e identificar os autores da ameaça –  que alguém pudesse levar algum plano de violência em frente.
Mas a Dra. Catta Preta  sequer diz como as tais ameaças se deram. E ameaças à parte em processo judicial (ou seu representante legal, o advogado) são crimes previsto no Art. 344 do Código Penal, o de coação no curso do processo.
Exige-se, portanto, que a Polícia Federal, a Ordem dos Advogados, Ministério Público  e o próprio Juízo investiguem e procedam criminalmente contra quem fez tais ameaças.
Não falo no Ministério da Justiça, porque dali só saem gaguejos.
Mas se as ameaças foram “veladas, cifradas”, uma advogada criminal experiente – presume-se que o seja, dada a fama que a precede e o vulto das causas que patrocina – iria fechar e esvaziar seu escritório às pressas, demitir todos os funcionários, despachar a família para o exterior e anunciar que estava “encerrando a carreira” na advocacia?
Obvio que não.
Das duas, uma.
Ou as ameaças aconteceram de forma não tão velada ou cifrada como se está dizendo e a Dra. Catta Preta teve, de fato, motivos para atitudes tão drásticas para alguém que, agora, tinha alcançado o estrelato jurídico e, consequentemente, a perspectiva de uma ótima remuneração profissional.
Embora seja direito da Doutora abandonar a profissão, dedicar-se às prendas do lar, se assim o quiser, ou a qualquer outra ou nenhuma atividade, é certo que isso ou não é verdade ou ocorreu por uma ameaça muito forte e verossímil.
Ou, a segunda hipótese, é que nada ocorreu e  a Doutora simplesmente deu por encerrada – com honorários polpudos, embora, como ela diz, distantes de R$ 10 milhões (estes, a metade do que o repórter Cesar Tralli diz ser o comentário de deputados e de advogados da Lava Jato dizem ter sido o preço cobrado por ela), ainda assim são muito bons para alguém que sequer teve de sustentar a inocência de seus constituintes, mas apenas negociar com o MP as suas confissões e reduções de pena.
Uma ou outra, o fato é que o gangsterismo judicial e parajudicial da Lava Jato atingiu até o exercício da advocacia.
Há uma podridão evidente no processo de delações premiadas – que se tornou um negócio – e no jogo de interesses que existe em torno dele.
A decisão do Supremo que permite que ela silencie na CPI sobre as questões ligadas ao sigilo profissional que mantém com seus agora ex-clientes de nada servirá quando ela for questionada sobre as ameaças que a fizeram abandonar os casos e é certo que ela será duramente inquirida sobre quem fez e como se fizeram as ameaças “veladas, cifradas” que diz ter recebido.
Ou aponta seus autores e a forma com que se deram as intimidações (como boa advogada, certamente terá gravado telefonemas ou retido correspondências que as revelem) ou, infelizmente, será massacrada como foram as vítimas das delações que ela própria patrocinou.

Procurador-Geral  encontrou-se nos EUA com ex-sócia de concorrentes americanos da Eletronuclear                    

()               Luis Nassif Onlineimagem de Bruno Bsb
Com o devido cuidado para não embarcar em teorias conspiratórias, vamos a alguma coincidências ligadas ao suposto escândalo na Eletronuclear envolvendo o Almirante Othon Luiz Pereira da Silva.
Ao longo de sua carreira, Othon acumulou um conhecimento único sobre um mercado que, no comércio mundial, equivale a US$ 100 bilhões/ano. Como consultor, teria condições de levantar valores dezenas de vezes superiores aos R$ 4,5 milhões – que teria recebido ao longo de seis ano, conforme despacho do juiz Sérgio Moro, acolhendo denúncia dos procuradores do Ministério Público Federal.
É possível que seja culpado, é possível que não.  O fato objetivo é que sua detenção afeta profundamente o programa nuclear brasileiro, um dos maiores feitos tecnológicos do país.
A gravidade do fato chama mais a atenção sobre a maneira como a força tarefa da Lava Jato chegou a ele.
Seu nome surgiu em uma segunda delação do presidente da Andrade Gutierrez Dalton Avancini. Procuradores exigiram que Dalton apresentasse fatos novos, já que seu depoimento não acrescentava muito ao que já se sabia sobre a Petrobras. A partir da reformulação de sua delação, deflagrou-se a Operação Radioatividade, para investigar suspeitas na área nuclear.
Segundo o repórter Fausto Macedo, do Estadão, “Avancini disse que “ouviu dizer” que havia uma promessa de propina para o militar” (http://migre.me/qZRVL). Segundo o Jornal Nacional, Avancini disse “não saber se efetivamente houve algum repasse de propina a alguém” (http://migre.me/qZSdt).
No seu despacho, o juiz Moro relaciona uma série de pagamentos a empresas de propriedades das filhas de Othon.
Há enorme desproporção entre as supostas propinas e os contratos que teriam beneficiado as empreiteiras. Para contratos que ascendem a mais de um bilhão de reais, o inquérito apura R$ 109 mil pagos pela Camargo Corrêa, R$ 371 mil pela Techint, e R$ 504 mil pela OAS a um escritório de propriedade das filhas de Othon. E constata que a OAS não fez nenhum dos negócios apontados nas investigações (http://migre.me/qZSox).
Um dos supostos benefícios teria sido a retomada das obras de Angra 3 – uma decisão exclusiva da Presidência da República, do Ministério da Defesa e do Estado Maior das Forças Armadas.
Moro reconhece que os pagamentos podem ter causa lícita, “pela prestação de serviços reais de assessoria ou consultoria ou por eventuais direitos de patentes, pelo menos considerando as conhecidas qualificações técnicas de Othon Luiz”.
Procuradores atestaram que o escritório presta serviços de tradução. Traduções técnicas, ainda mais em áreas da complexidade da nuclear, custam caro.
No entanto, o juiz alega “um possível conflito de interesses que coloca em suspeita esses pagamentos." (http://migre.me/qZS64) Por conta desse 'possível conflito de interesses', coloca na cadeia o mais relevante cientista militar brasileiro, desde o Almirante Álvaro Alberto, e compromete uma tecnologia crítica para o país.

Os caminhos que levaram a Othon

Como se chegou a Othon?
Há uma disputa histórica de autoridades norte-americanas contra o programa nuclear brasileiro. A tecnologia de enriquecimento de urânio foi uma conquista histórica, que envolveu muito sigilo, inclusive a existência de fundos secretos, para possibilitar adquirir equipamentos e peças passando ao pargo do controle da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Nos primeiros dias de fevereiro passado, o Procurador Geral da República Rodrigo Janot seguiu para os Estados Unidos acompanhando procuradores da Lava Jato.

A ida de Janot e da força tarefa da Lava Jato causou estranheza, expressa por nosso articulista André Araújo, um profundo conhecedor do jogo político internacional e dos mecanismos internos da real politik norte-americana
“O que vai fazer nos EUA a Procuradoria-Geral da República do Brasil? Vai ajudar os americanos na acusação contra a Petrobras? Mas a Petrobras é parte do Estado que lhes paga os salários, está sendo atacada no estrangeiro, eles vão lá ajudar os autores das ações?
Quem deveria ir para os EUA é a Advocacia-Geral da União, orgão que funciona como defensora dos interesses do Estado brasileiro. A AGU poderia ir aos EUA para ser auxiliar da defesa dos advogados da Petrobras porque, salvo melhor juizo, um Estado não vai ao estrangeiro acusar a si mesmo ou ajudar outro Estado a lhe fazer acusações. Quem processa a Petrobras indiretamente está processando o Estado brasileiro.
Fora do Brasil só há um ente que representa o Brasil, o Estado brasileiro, representado pelo Poder Executivo (art.84 da Constituição). Só o Poder Executivo representa o Brasil no exterior, a PGR não é um Estado separado do Brasil.
Quem representa o Brasil em Washington é a Embaixada do Brasil, a quem cabe os contatos com o Governo americano e suas dependências, a Embaixada deveria estar atenta para proteger a Petrobras nos EUA” (http://migre.me/qZSB1).
Em resposta, a Secretaria de Comunicação Social da PGR informou que “o PGR Rodrigo Janot tem agenda separada, não relacionada a esse processo, e manterá encontros no FBI, no Banco Mundial e na OEA" (http://migre.me/qZSEG)
Apesar da nota da Secom, uma das pessoas visitadas foi Leslie Caldwell, procuradora-adjunta encarregada da Divisão Criminal do Departamento de Justiça dos Estados Unidos (http://migre.me/qZSvO).

Leslie tem ampla experiência em apurações criminais, tendo participado dos trabalhos que terminaram na denúncia da Enron e da Arthur Andersen. Debita-se a ela a destruição de 85 mil empregos por seu estilo implacável, de não saber punir pessoas preservando empresas.
Obama a indicou para o cargo no dia 15  de maio de 2014.
Ocorre que desde 2004 ela era sócia do escritório Morgan Lewis de Nova York, atuando na área de contenciosos (http://migre.me/qZT2S).
Uma das especialidades do escritório é justamente o setor de energia (http://migre.me/qZT62), especificamente nas relações entre setor privado e governo. O sócio Brad Fagg é apresentado como advogado principal para a maioria das instalações comerciais norte-americanas. Sob a liderança de Brad – diz o site do escritório – os clientes ganharam mais de US$ 2 bilhões em decisões na área pública.

O mercado nuclear experimentou um renascimento, a ponto do escritório ter aberto uma filial em Londres para orientar os investidores interessados no setor, depois da desregulamentação do setor de energia no Reino Unido em 2004 (http://migre.me/qZU4M).

O escritório se apresentava como representante de um grande número de empresas que ocupam praticamente todos os segmentos de combustível nuclear, desde a mineração de urânio e enriquecimento para a fabricação de combustíveis.
Não é crível supor que Janot tenha participado de uma conspiração internacional. É mais certo que o açodamento e a desinformação tenham feito Janot tornar-se inadvertidamente um instrumento de um jogo geopolítico internacional, no qual o interesse do país foi jogado para terceiro plano.


Resultado de imagem para Imagem da logo do blog de Tereza Cruvinel
Dedo dos EUA na prisão do Almirante Othon?

NYT chama Programa

Nuclear Brasileiro de 

'clandestino'



O jornal americano The New York Times registrou com clara satisfação a prisão do almirante Othon Pinheiro da Silva, presidente afastado da Eletronuclear, apontando-o como chefe de um programa nuclear clandestino durante a ditadura e um “militar nacionalista” resgatado do ostracismo em 2003 pelo governo do presidente Lula.

O programa nuclear brasileiro nunca foi clandestino, vinculando-se inicialmente a um acordo internacional com a Alemanha, que muito irritou os Estados Unidos. Foi o acordo que possibilitou a construção das usinas Angra I e Angra II. Mas Angra III já vem sendo construída com tecnologia nacional pela Eletronuclear, tecnologia desenvolvida a partir das pesquisas estratégicas realizadas pela Marinha. Estas sim, tratadas como segredo de Estado, tanto quanto as empreendidas pelos países ricos nesta e em outras áreas. Othon teve papel relevante neste processo, do qual é considerado como principal líder intelectual.

Como escreveu o economista e jornalista José Carlos de Assis em artigo republicado pelo 247, “o almirante Othon é um arquivo vivo de tecnologia”. Foi sob sua coordenação que o projeto Aramar desenvolveu as super-centrífugas brasileiras que processam o urânio a custos 70% menores que outros países, inclusive os Estados Unidos, que sempre quiseram se apropriar da tecnologia brasileira.

usina-nuclear-angra-1O programa nuclear brasileiro foi metaforicamente detonado por Collor, quando
 fechou o “buraco da serra do Cachimbo”, depósito de dejetos nucleares do programa, em sinal de sua paralização. E por Fernando Henrique, quando deixou o projeto Aramar definhar por falta de verbas. Lula, depois de empossado, visitou o projeto e de fato resgatou o almirante Othon ao resgatar o programa e retomar os investimentos na construção da terceira usina nuclear.

O Brasil foi privilegiado pela natureza com um potencial invejável para a geração de energia hidrelétrica, limpa e relativamente barata. Mas esta fonte está se acabando, quase todos os rios já foram devidamente explorados, forçando a construção de novas usinas na região Norte. Em algum momento, a energia nuclear, bem como a de outras fontes, como a eólica, será fundamental para o desenvolvimento nacional.

A prisão do almirante Othon, um homem de 76 anos, tem uma relação direta com as questões acima. A Lava Jato não apresentou até agora provas de que os recursos na conta de sua empresa sejam oriundos de corrupção. Ela presta serviços aos construtores das dezenas de pequenas hidrelétricas espalhadas pelo Brasil. Será preciso demonstrar a origem dos recursos. Mas culpado ou inocente, por tudo o que ele sabe e representa, não pode ser submetido à sanha dos procuradores e delegados por delações premiadas. O Estado brasileiro tem grande responsabilidade por seu destino, ao qual estão vinculados segredos da política nacional de defesa.

Mas, até agora, não se ouviu uma palavra do Governo.

Imperdível: PHA sobre o Almirante Othon e a Globo !                               

 Por que o FHC quis matar de inanição o programa nuclear ?

             CONVERSA AFIADA
Em abril de 2014, o PT Paulista realizou, em São José dos Campos (SP), o Camping Digital do partido.

O evento, que contou com oficinas, debates e análises sobre tecnologia e mídias sociais, teve a presença do ansioso blogueiro, que, à época, fez enfática defesa do Almirante Othon Silva, que é investigado e teve a prisão decretada pelo juiz Sérgio Moro nesta semana

Em sua palestra, PHA ainda afirmou que o PT devia uma Ley de Medios ao Brasil. A ocasião rendeu um importante post(AQUI) no Conversa Afiada.

O intuito do Camping Digital era formar a militância e destacar a importância do conhecimento nas novas mídias.

Um dos militantes filmou a participação de PHA e o vídeo reapareceu nos últimos dias nas redes sociais logo após o Almirante Othon ser preso na última terça-feira (28) durante a 16ª fase da Operação Lava Jato.

Do AMgóes - Abstraindo a sofrível qualidade 'técnica' do vídeo, evidentemente por inabilidade do 'cinegrafista amador', vale a pena clicar abaixo e assistir à fala de Paulo Henrique Amorim no 'Camping Digital' do PT, no ano passado, tão atual como se registrada hoje. Realmente, imperdível...                                                                 



O PT deve uma Ley de Medios ao Brasil