quinta-feira, 31 de maio de 2018

Temer corta verba do SUS, policiamento  e  reforma agrária para cobrir diesel



PEDRO RAFAEL VILELA, da Ag. Brasil, via JORNAL/GGN

O Diário Oficial da União, na edição 'extra' desta quinta-feira (31), traz medida provisória que estabelece o cancelamento de dotações orçamentárias em diversas áreas, como programas de fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), concessão de bolsas, aquisição de áreas para a reforma agrária e policiamento de rodovias, entre outras|||  No total, foram extintas despesas que somam R$ 1,2 bilhão. A meta é viabilizar recursos para o programa de subsídio do óleo diesel, que manterá preços fixos do combustível até o fim do ano.  |||  O governo também vai usar recursos de reservas de contingência que não estavam sendo usadas porque extrapolam e emenda do teto dos gastos, no valor de R$ 6,2 bilhões, bem como uma outra reserva de capitalização de empresas públicas: R$ 2,1 bilhões.  |||  Além disso, o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, anunciou a sanção do projeto de reoneração da folha de pagamento para 39 setores da economia, que vai gerar economia de R$ 830 milhões, além da redução e eliminação de incentivos fiscais para exportadores e indústrias química e de refrigerantes, somando outros R$ 3,18 bilhões. No total, o governo espera arrecadar R$ 13,5 bilhões para viabilizar o desconto no diesel.  |||  Segundo o secretário-executivo do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, Gleisson Cardoso Rubin, o corte orçamentário foi pulverizado entre praticamente todas as pastas federais e se deu sobre despesas que já estavam bloqueadas.  |||  "Esse cancelamento vai se dar na parcela dos recursos que estavam contingenciados [bloqueados], de modo que nós não teremos de solicitar devolução de recursos que já haviam sido destinados. Naturalmente, reduz o espaço de ampliação das dotações que estão consignadas atualmente", explicou.  |||  No caso do projeto de reoneração sobre a folha de pagamento, o governo vetou outros 11 setores que haviam sido excluídos do projeto aprovado pelo Senado na terça-feira (29). Com isso, permanecem beneficiados pelo incentivo fiscal do governo, até 2020, 17 segmentos.  |||  "[Permanecem] setores que desde o início o governo decidiu que deveriam ser mantidos [na desoneração] e aqueles que estavam na medida original, setores calçadistas, têxteis, de confecção e tecnologia da informação. A retirada foi daqueles novos que haviam sido incluídos nesse processo legislativo. A intenção era eliminar e não acrescentar novos setores, preservando os setores iniciais desse programa", explicou Jorge Rachid ao detalhar os critérios dos vetos do presidente Temer sobre áreas que o Congresso Nacional havia mantido no programa de desoneração.  |||  O Projeto de Lei 8.456/17  trata da redução das renúncias fiscais sobre folhas de pagamento, prevendo o fim da desoneração de determinados setores da economia. A intenção é, com a chamada reoneração, aumentar a arrecadação do governo.  |||  Eis a lista de setores que   vão continuar se beneficiando    com  a  desoneração da folha:  1) calçados  2) call center  3) comunicação  4) confecção/vestuário  5) construção civil  6) empresas de construção e obras de infraestrutura  7) couro  8) fabricação de veículos e carroçarias  9) máquinas e equipamentos  10) proteína animal  11) têxtil  12) tecnologia da informação  13) TIC tecnologia de comunicação)  14) projeto de circuitos integrados  15) transporte metroferroviário de passageiros  16) transporte rodoviário coletivo  17) transporte rodoviário de cargas.
Transportadoras  são  beneficiadas   por  desonerações fiscais,  mas  devem R$ 52 bilhões de impostos(nada sobre o diesel)
camestrada

FERNANDO BRITO, no TIJOLAÇO

Leandro Prazeres, do UOL, divulga cálculos da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional dando conta que as empresas transportadoras, principais estimuladoras da greve dos caminhoneiros, devem R$ 52 bilhões à União, dos quais R$ 46 bilhões são alvo de ações judiciais de execução fiscal e o restante, em torno de R$ 6 bilhões,são parcelamento de débitos e cobranças provisoriamente suspensas pela Justiça.  |||  É dinheiro dos trabalhadores e grana que daria para bancar, por dois anos, um subsídio de 50 centavos por litro de óleo diesel.  |||  Não se trata, claro, de impostos sobre o óleo diesel que move os caminhões, mas, na maioria,  de não recolhimentos da Previdência Social  e do FGTS dos caminhoneiros.  |||  E isso sendo beneficiárias de uma política de desoneração tributária que reduz estas contribuições e que foi extinta, agora, para outros setores, mas não para as transportadoras.  |||  Que, em muitos casos, além de apropriar-se do dinheiro que deveria se constituir em pecúlio para os empregados, também funcionam como atravessadores que ganham leoninamente por intermediar fretes para os motoristas autônomos.  |||  Estes, sim, penam com uma margem de ganhos tão reduzida, por conta de fretes subvalorizados e combustível e pedágio nas alturas.  |||  A política de reajustes cavalares feita por Pedro Parente na Petrobras é criminosa. Mas ela não é a única que merece este nome.
 No Brasil,  a esquerda nunca teve um projeto político para
os trabalhadores autônomos

SUSIANA DRAPEAU, na CARTA CAMPINAS

A greve dos caminhoneiros em sintonia com o locaute de empresas de transporte neste maio de 2018 expôs a distância que existe entre a esquerda brasileira e os trabalhadores autônomos. A verdade é que esquerda brasileira negligenciou os autônomos e nunca teve um projeto consistente para essa classe social.  |||  Apegada às conquistas da CLT e da simbologia da carteira assinada, a esquerda brasileira sempre pensou em projeto político que garantisse os direitos dos empregados (mas tinham que ser 'empregados') e, claro, dos desempregados e excluídos. Ou seja, aqueles que deveriam ser empregados e incluídos. Os autônomos ficaram esquecidos. Talvez porque em um país de tanta miséria e desigualdade, os autônomos estariam em um situação privilegiada, mas a questão é mais complexa.  |||  Longe dos trabalhadores autônomos, a esquerda perdeu espaço para os extremistas de direita, como se viu na greve dos caminhoneiros. Mas isso é histórico, basta lembrar a relação de paixão que os taxistas de São Paulo tinham em relação a Paulo Maluf e a relação de Maluf com os golpistas de 1964. Maluf fez parte do golpe civil-militar contra Jango.  |||  A greve dos caminhoneiros em sintonia com o locaute de empresas de transporte neste maio de 2018 expôs a distância que existe entre a esquerda brasileira e os trabalhadores autônomos. A verdade é que esquerda brasileira negligenciou os autônomos e nunca teve um projeto consistente para essa classe social.  |||  Apegada às conquistas da CLT e da simbologia da carteira assinada, a esquerda brasileira sempre pensou em projeto político que garantisse os direitos dos empregados (mas tinham que ser empregado) e, claro, dos desempregados e excluído. Ou seja, aqueles que deveriam ser empregados e incluídos. Os autônomos ficaram esquecidos. Talvez porque em um país de tanta miséria e desigualdade, os autônomos estariam em um situação privilegiada, mas a questão é mais complexa.  |||  Longe dos trabalhadores autônomos, a esquerda perdeu espaço para os extremista de direita, como se viu na greve dos caminhoneiros. Mas isso é histórico, basta lembrar a relação de paixão que os taxistas de São Paulo tinham em relação a Paulo Maluf e a relação de Maluf com os golpistas de 1964. Maluf fez parte do golpe civil-militar contra Jango.  |||  No pós-64, a esquerda também perdeu espaço para os evangélicos da teologia da prosperidade. Dê uma olhadinha nas emissoras evangélicas que dominaram o espectro brasileiros e você vai entender. Se para o autoritarismo antidemocrático a ordem é a solução, para os evangélicos a fé individualista vai te fazer prosperar economicamente.  |||  No golpe de 2016, os evangélicos se uniram aos ultraconservadores do Brasil, propagaram o discurso de ódio, da prosperidade financeira incompatível com direitos,  do terror comunista de um mundo com direitos sociais, do machismo e outros demônios que resultaram no golpe associado às petroleiras internacionais.  |||  Mas essa dificuldade com os autônomos também está no cerne da tradição marxista, na divisão entre trabalho e capital. Isso é muito complexo e muitas vezes tratado de forma simplista porque é assim que pensamos normalmente.  |||  O trabalhador autônomo não é capital, é um trabalhador que busca sobrevivência. Pode ficar rico e se tornar patrão, empregar vários funcionários, pode sim, mas isso não acontece necessariamente, nem diariamente. A maioria dos trabalhadores autônomos serão isso mesmo, trabalhadores autônomos até o fim da vida, nada mais que isso. Somente este ano, a Receita Federal cancelou(AQUI) 1,3 milhão de CNPJs de por falta de pagamento dos R$ 50,00 mensais. dos microempreendedores autônomos. O microempreendedor está mais para um autoescravizado do que para pequeno burguês. Ele precisa de garantias e proteção social.  |||  Essas contradições e riscos afastaram a esquerda dessas categorias. A esquerda brasileira nunca criou um projeto para abarcar o trabalhador autônomo, nunca definiu essa categoria como prioridade, salvo dentro de um programa maior para o país. Alguns até os atacam e chamam de pequenos burgueses. Sempre houve um certo estranhamento na concepção da esquerda com o autônomo.  |||  Mas a grande utopia da esquerda deveria ser justamente o trabalhador autônomo, não o trabalhador que bate o ponto, cumpri ordens, horários e tarefas. O trabalhador autônomo deveria ser o projeto realmente revolucionário da esquerda, conquistar garantias sólidas para essa categoria, permitir que todo o trabalhador pudesse ser autônomo por meio de estruturas econômicas como associações, cooperativas, economia solidária etc. Há uma real ou utópica liberdade no trabalho autônomo que poucos esquerdistas podem reconhecer.  |||  A tradição marxista tem muita dificuldade com essa questão. Não se encaixa muito bem na tradição marxista, apesar de toda a riqueza filosófica, histórica e sociológica, a contradição existente atualmente entre o trabalhador autônomo (que seja um pequeno empresário) e as super, mega, hiper corporações financistas e de megacorporações globais.  É essa dialética que precisa ser entendida por concepções ideológicas que buscam uma sociedade mais justa, igualitária e livre.  |||  Sem essa compreensão, o caminhoneiro, o vendedor de cachorro-quente e a confeiteira autônoma se sentem mais próximos dos ideais de Donald Trump do que de seus clientes e amigos.  Ao sonegar R$ 100,00 de imposto para sobreviver, o autônomo se sente solidário ao problema que o Itaú teve(AQUI) com o Carf. É preciso projetos que não só tirem os autônomos da informalidade social, mas também os tirem(AQUI) da informalidade fiscal. Reajustar o Imposto de Renda e permitir contratação de contas bancárias como pessoas jurídicas , crédito e muitas outras questões.  |||  É difícil também para a tradição marxista, se não impossível, compreender as contradições na identidade de classe entre o funcionário que recebe 20 mil, 30 mil, 50 mil ou mesmo 100 mil reais (como alguns funcionários do Estado brasileiro) e o trabalhador que ganha salário mínimo. É um abismo que precisa ser reconceituado. Nas sociedades contemporâneas, talvez haja um fosso dialético(AQUI) entre trabalho e trabalho ultrarrentável ou entre capital e autônomo que precisa ser compreendido e explorado.  |||  O ex-presidente Lula compreendeu um pouco isso ao dar aval e implantar em seu governo a Lei do Microempreendedor Individual (MEI). A lei  permitiu que milhares de pessoas pudessem ter garantias sociais que não tinham, como contribuição na previdência, auxílio-doença, auxílio gestante, aposentadoria por invalidez, salário-maternidade e pensão por morte.  |||  Se a esquerda tivesse um projeto mais bem definido, poderia ter impedido que a legislação ficasse conhecida apenas como MEI. Deveria se chamar Lei do Microempreendedor Individual e Trabalhador Autônomo para dar uma identidade mais correta e não ilusória para essa categoria que não para de crescer no Brasil, com cerca de 7 milhões de pessoas atualmente.  |||  Talvez a ampliação dos direitos do MEI possam também melhorar a vida dos trabalhadores do setor privado e público. A questão não é negar a contradição entre capital e trabalho, mas talvez reconceituá-la a luz de um tempo de super acumulação financeira. 

VIOLAÇÃO AO DIREITO SINDICAL

Federação  dos  petroleiros orienta suspender greve após ofensiva ditatorial do TST 

 

No portal VERMELHO

Após o Tribunal Superior do Trabalho (TST) ter aumentado de R$ 500 mil para R$ 2 milhões a multa diária aplicada aos sindicatos dos petroleiros que aderirem à greve, a Federação Únida dos Petroleiros (FUP), orientou seus sindicatos a suspenderem a paralisação, "num recuo momentâneo e necessário para a construção da greve por tempo indeterminado". Para a entidade, o TST busca criminalizar e inviabilizar os movimentos sociais e sindicais. 

De acordo com nota da federação, "o TST joga o jogo do capital" e não deixaria barato a greve dos petroleiros. "As multas diárias de R$ 500 mil saltaram para R$ 2 milhões, acrescidas da criminalização do movimento. O tribunal cobrou da Polícia Federal investigação das entidades sindicais e dos trabalhadores, em caso de desobediência".

"Essa multa abusiva e extorsiva jamais seria aplicada contra os empresários que submetem o país a locautes para se beneficiarem política e economicamente. Jamais seria imposta aos empresários que entregam patrimônios públicos, aos que destroem empregos e violam direitos dos trabalhadores", escreveu a entidade.

Ao revisar o valor da multa, a ministra Maria de Assis Calsing, do TST, atendeu parcialmente a um pedido da Advocacia Geral da União (AGU), que queria o aumento, mas pedia R$ 5 milhões. Na véspera (29), a ministra havia determinado que os trabalhadores "se abstivessem" de paralisar atividades e impedir "o livre trânsito de bens e pessoas", alegando suposta abusividade no movimento, que considerou com fim político e não com motivação trabalhista. "O valor inicialmente arbitrado não se revelou suficiente a compelir o cumprimento da medida”, afirmou.

Na nota, a FUP ressaltou a importância de denunciar a a criminalização do movimento e violação dos direitos sindicais.

"Os petroleiros saem da greve de cabeça erguida, pois cumpriram um capítulo importante dessa luta, ao desmascarar os interesses privados e internacionais que pautam a gestão da Petrobrás. O representante da Shell que o mercado colocou no Conselho de Administração da empresa já caiu. O próximo será Pedro Parente.", dizem os petroleiros.

Leia a íntegra da nota AQUI...



Não precisamos de intervenção
militar:  já estamos em plena
ditadura judicial-midiática 
 marcas
FERNANDO BRITO, no TIJOLAÇO
Janio de Freitas e Teresa Cruvinel, na Folha e no JB, alertam contra o despudor com que se pede uma nova ditadura no Brasil.  |||  “A sem-cerimônia com que a conclamação à “intervenção militar” passou dos testes tímidos, aqui e ali, à explicitude urrada, por voz e por escrito, estendeu-se no país”, diz Janio, advertindo que  é ” grande o risco de que o slogan não saia das ruas em ebulições no futuro próximo. A população mal informada, carente de percepção política e sugada pela crise não pode ser obstáculo à pregação do salvamento ilusório”.  |||  Cruvinel avisa que “há mais que discurseira irresponsável nessa loucura. E já tendo o país sangrado tanto, já tendo o governo errado tanto, tem a obrigação de identificar e punir os que atentam contra as democracia. A Constituição considera crime inafiançável e imprescritível (artigo 5º., inciso XLII) “a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático”.  |||  Mas quem é o “pai da criança” das pseudosoluções à força senão o sistema judicial-midiático que, tal como pregam que os militares o façam, assenhoreou-se da vida brasileira e fez substituir a legitimidade dada pelo voto pela legalidade de sua vontade e de seus propósitos?  |||  Claro e evidente está que os adeptos da ditadura, sem o aspecto tosco dos que pedem um regime militar – de resto anacrÔnico como forma de dominação em pleno século 21 e sua irreprimível capacidade de comunicação – são outros.  |||  Pouco importa que usem a lei e a Constituição como escudo, se a umas e à outra moldam e fazem funcionar segundo sua vontade?  |||  Não tem impeachment sem crime de responsabilidade? Cria-se um, de nome jocoso: “pedaladas”. Não há posse ou propriedade de um apartamento a provar corrupção? “Atribui-se” um a Lula. Há gravações de malas de dinheiro, de que “a gente mata ele antes que faça delação”, há contas de milhões na Suíça? Solte-se e se empurre com a barriga, porque estes não são “daqueles” que interessam.  |||  Estamos mesmo numa democracia, ainda? Formalmente, pode ser, por enquanto, porque ainda não se cancelaram, senão pela interdição do candidato favorito, as eleições.  |||  Mas como dizer que temos um regime democrático se a política, ferramenta com a qual se o exerce, está acuada em um canto, torcendo para que jornais, tevês e juízes não lhes apontem o dedo e decretem a execução de quem quiserem?  |||  Não são os lunáticos hidrófobos que ameaçam a democracia e a liberdade no Brasil. Eles são produto de algo muito pior: a glorificação da estupidez e a moralidade dos cínicos, cúmplices e beneficiários de um sistema de espoliação do Brasil que é, perdoem-me a grosseria, com um “vende esta merda”, como se este não fosse, ao menos para a imensa maioria, o país que temos e no qual estamos fadados a viver e criar filhos e netos.

quarta-feira, 30 de maio de 2018


Tucano e presidente dos caminhoneiros faz jogo duplo: também  é ‘vice’  da entidade empresarial do transporte de cargas


O presidente da Abcam (Associação Brasileira dos Caminhoneiros) José da Fonseca Lopes, o Fonseca, é tucano há 20 anos. Ele já foi candidato a deputado federal em 1998 e já não controla o ‘caminhão’ na greve dos caminhoneiros autônomos.
Segundo a Folha, o presidente da Abcam, além de tucano, também é pelegão. Faz três cantos, segundo a reportagem. A sede da entidade que ele dirige funciona na sede da patronal Confederação Nacional dos Transportes (CNT). Fonseca é vice-presidente essa organização patronal (olha aí o locaute, Michel Temer!).
O presidente da Abcam assinou o “acordo” com Temer no domingo (27), mas foi rejeitado pela categoria. Os caminhoneiros continuam até hoje parados nas rodovias brasileiras.
Forças  Armadas  já  sem paciência com quem pede 'intervenção militar'

 Resultado de imagem para Fotos de manifestantes pedindo intervenção militar


No BLOG DO SAKAMOTO(Uol), via fab.mil.br

Uma coisa é ter opinião. Outra é achar que a Constituição é papel higiênico e as instituições democráticas (que levamos décadas para tentar construir) são um grande vaso sanitário. E defender que seu ponto de vista seja aplicado à força, através do fuzil e do canhão, em prejuízo à liberdade e à dignidade do restante da população.  |||  As Forças Armadas de hoje não são as mesmas do período da última ditadura, da mesma forma que os contextos nacional e internacional são outros. Seus comandantes têm confirmado que a liderança do país é e será civil, apesar de algumas declarações desastrosas que poderiam ter sido evitadas. Segundo eles, o respeito às liberdades individuais e às instituições continuará, sem intervenções ou golpes. Inclusive nesta crise causada pela incompetência do governo Temer em lidar com a greve dos caminhoneiros.  |||  O problema é que, vira e mexe, políticos estridentes alimentam o pessoal que acha que a democracia é a titica do cavalo do bandido e vê norte-coreanos na tigela dos cereais do café da manhã, semblante de médico cubano na torrada e o mapa da Venezuela no ovo frito. Pessoas que dizem que o mal precisa ser extirpado e o bem recolocado no lugar pelos militares. E quem é o mal? Daí reside o problema: são todos aqueles eleitos como inimigos dos "homens e mulheres de bem". Na superfície dessa afirmação, há ódio. Mas se escavarmos um pouco, chegaremos ao medo e, em seguida, à completa ignorância sobre o outro e, não raro, sobre si mesmo.  |||  Já escrevi sobre tudo isso antes, mas achei que era importante trazer a discussão aqui novamente dada a quantidade de pessoas que, sem pudor algum, estão indo às ruas pedir "intervenção militar constitucional", ou seja, golpe.  |||  Graças à democracia, elas têm liberdade para tanto – e nós para criticá-las. Pois sinto vergonha de outros brasileiros que demandam seu direito à liberdade de expressão com o intuito de defender a volta de um período em que a liberdade de expressão não era um direito.  |||  Lidamos com o passado como se ele tivesse automaticamente feito as pazes com o presente. Não, não fez. E o impacto de não resolvermos o nosso passado em que o Palácio do Planalto autorizou a morte de brasileiros com os quais não concordava se faz sentir no dia a dia das periferias das grandes cidades e nos grotões da zona rural, com o Estado aterrorizando, reprimindo e torturando parte da população (normalmente mais pobre) com a anuência da outra parte (quase sempre mais rica). Sim, milhões de pobres sentem no couro diariamente a herança dessa ditadura.
 Resultado de imagem para Fotos de manifestantes pedindo intervenção militar
|||  O mais triste é saber que muitos dentre os que pedem um golpe militar fazem isso não por desconhecer o que acontecia naquela época, mas exatamente por ter plena noção. Querem aquele período de volta, com seus paus-de-arara e cadeiras de choque, suas prisões arbitrárias e os habeas corpus transformados em lixo, suas megaobras superfaturadas e as tentativas de genocídio indígena, seus protestos que terminavam com prisões e greves finalizadas à bala, suas aposentadorias especiais para filhas de militares e seus loteamentos de cargos com amigos, seu desmatamento e seu trabalho escravo nas alturas, seu alto endividamento externo e a entrega da Amazônia a empreendimentos internacionais.
 Resultado de imagem para Fotos de repressão da ditadura militar
 |||  Se ficarmos apenas assistindo boquiabertos aos retrocessos sociais, ambientais, econômicos, políticos e civis, o que é um pesadelo do passado voltará a ser nosso cotidiano. Liderado por falsos "salvadores da pátria", carregados nos braços de quem está cansado de tudo o que está aí, inclusive da liberdade para procurar soluções de forma coletiva aos problemas da sociedade.  |||  O desejo de que militares tomem as rédeas da sociedade não é a busca por ordem diante de um país desempregado, violento, corrupto, que caiu em desalento e desgosto com a falta de perspectivas de melhora. Porque tudo isso só se resolve através de muita discussão por vias democráticas.  |||  Mas é a fuga da liberdade, que pode ser opressora para aqueles que não suportam serem responsáveis pelos seus próprios erros e acertos. Desejam não apenas que alguém decida por eles, o que fazer e pensar, mas também o limite da liberdade das outras pessoas. Afinal, perceber que o outro vive bem sua liberdade é opressor para quem foge de sua própria.  |||  Como já disse aqui, diante da atual tentativa de excluir o espírito crítico dos bancos escolares, através de ações como o "Escola Sem Partido", desejo que a história daquele período continue a ser contada nas escolas até entrarem nos ossos e vísceras de nossas crianças e adolescentes a fim de que nunca esqueçam que a liberdade do qual desfrutam não foi de mão beijada. Mas custou o sangue, a carne e a saudade de muita gente.

Venezuela tem  a  gasolina  mais barata do planeta: 1 centavo de dólar(hoje, R$ 0,036)
Resultado de imagem para Fotos de Chávez e Maduro
Comandante Chávez(falecido) e seu 'vice' Nicolás Maduro,     que
 sequenciou os fundamentos da Revolução Bolivariana na Venezuela
Dono de grandes reservas petrolíferas, vizinho país é alvo de crescente ameaça dos Estados Unidos em fazê-lo voltar ao tempo em que seus governantes entregavam tudo a Washington, a preço de banana, e a população local vivia na miséria absoluta. A ‘Revolução Bolivariana’ de Hugo Chávez mudou aquele panorama degradante, a partir do anos 1990, construindo o sentimento de soberania de seus compatriotas e garantindo saúde e educação públicas decentes à população,  com amplas oportunidades de trabalho para os historicamente relegados às incertezas do 'andar de baixo'...

 

No portal  MIXVALE

Segundo a consultoria Global Petrol Prices, a Venezuela é o país com a gasolina mais barata no mundo, entre 166 países e territórios analisados em seu último relatório semanal de 2017,  divulgado em 9 de janeiro deste ano. Os valores abaixo, EM REAL, são calculados na cotação média diária do dólar, à época, R$ 3,21.

OS PAÍSES ONDE A GASOLINA É MAIS BARATA

  • 1  -  Venezuela – R$ 0,036 o litro
  • 2  -  Arábia Saudita – R$ 0,77 o litro
  • 3  -  Turcomenistão – R$ 0,93 o litro
  • 4  -  Argélia – R$ 1,02 o litro
  • 5E-  Egito e Kuwait - R$ 1,12 o litro
(Fonte: Global Petrol Prices)
A US$ 0,01 por litro, a gasolina continua a ser incrivelmente barata na Venezuela, país que enfrenta um difícil momento econômico, com inflação galopante.  |||  O país tem as maiores  reservas petrolíferas comprovadas do planeta.      E,  em  meio  ao  colapso econômico pelo qual passa o país, o governo segue empenhado em subsidiar  o uso do do combustível vendido nos postos ao consumidor.
EM TEMPO: Nossa deletéria mídia hegemônica, à frente as Organizações  Globo, tradicionalmente lesa-pátria, sonega cinicamente a realidade dos avanços sociais na Venezuela desde Chávez, a partir dos anos 1990. A grave crise econômica por que passa o país(enfrentada por corretivas ações governamentais para atendimento emergencial à população) decorre da ação perniciosa de poderosas corporações empresariais  consorciadas a interesses intervencionistas  do capital multinacional.
EM TEMPO 2:  O golpe parlamentar-judicial-midiático no Brasil, deflagrado em 2016, com escancarado viés entreguista e antinacional, priorizou, subsidiado pela 'Operação 'Lava Jato'(teoricamente montada para combater a 'corrupção' aqui institucionalizada), o desmonte de nossas matrizes energéticas, inviabilizando a produção interna de derivados do petróleo, com  o fechamento  de refinarias e uma campanha pró-desqualificação da Petrobrás, considerada uma das maiores petroleiras do mundo a partir da confirmação, em 2006, das reservas no pré-sal de nosso mar territorial. Os golpistas já entregaram a transnacionais expressivas fatias dessas reservas petrolíferas, rumo à privatização da Petrobrás, bem assim advogando o desmantelamento da Eletrobrás, repassando nossa produção hidrelética ao controle estrangeiro. 

Petrobras ignora greves e anuncia novo aumento no preço da gasolina

 
VÍTOR ABDALA, da Ag. Brasil, PLANTÃO/BRASIL

A   Petrobras  voltou a  aumentar  o  preço  da  gasolina, depois   de   cinco   quedas  consecutivas  do   valor    do combustível.     A partir de amanhã (31),   o   preço   nas refinarias subirá 0,74% e passará a ser de R$ 1,9671 por litro.

Em maio, o preço do combustível nas refinarias da Petrobras acumula alta de 9,42%, já que em 28 de abril o litro custava R$ 1,7977.


TEMER  NÃO  PASSA  DE  UM CADÁVER ENTRONADO, DIZ
A 'FOLHA' EM EDITORIAL
  REUTERS/Adriano Machado

O jornal Folha de S. Paulo faz seu editorial mais violento contra o governo Temer. Diz que Temer já deveria estar fora do cargo há muito tempo e que se tornou um cadáver entronado. Para o jornal, a permanência de Temer é o “aviltamento da Presidência da República”.  |||  O tom do editorial é inédito para o governo Temer. Faltou pouco para a Folha usar a palavra “golpista”. O editorial desanca o trio de ministros que compõem a cúpula do governo neste momento: Padilha, Jungmann e Marun. Acusam-nos de “torrarem uma dinheirama” dos contribuintes em acordos fracassados.  |||  "Os três ministros —Eliseu Padilha (Casa Civil), Raul Jungmann (Segurança Pública) e Carlos Marun (Secretaria de Governo)— encarregados de gerir a crise falaram bem mais que agiram, negociaram com quem não podia cumprir o assinado, porque não comandava a massa parada nas rodovias, e torraram uma dinheirama dos contribuintes em acordos fracassados. O Brasil tem 13,4 milhões de desempregados, entre outros desafios sociais dessa magnitude. Não parece fazer sentido gastar bilhões, que o Tesouro terá de tomar emprestados a juros de mercado, com centenas de milhares de caminhoneiros em dificuldade, mas empregados. Se o governo não consegue fazer frente a forças que chantageiam os consumidores e impor um mínimo de racionalidade às negociações, o governo é desnecessário. A mesma fatia assoberbante de brasileiros que apoia a paralisação dos caminhoneiros, no Datafolha, rejeita pagar a conta das concessões, que virá sob a forma de mais impostos ou com o corte de gastos."
Celebrar  acordo  com
‘inconciliáveis’ dá nisto vivenciado aqui
 Resultado de imagem para Charge sobre conciliação de classes

SÓ INGÊNUOS ABREM A GUARDA. A 'ESQUERDA CONCILIADORA' DEU COM OS BURROS N'ÁGUA. OS FASCISTAS AÍ ESTÃO, OCUPANDO ESPAÇOS DEIXADOS AO LÉU PELA INÉRCIA DO LADO DE CÁ. LEIA O CAMARADA BARROSO, ABAIXO...


Aloisio Barroso
A desorientação política frente ao claro locaute patronal, acrescido da explosiva insatisfação dos caminhoneiros, numa situação política já carregada de fortes tensões, foi (quase) ampla geral e irrestrita. Se nada teve a ver com "caminhoneiros" do Chile de 1973, a articulação de setores da extrema-direita, tal qual a captura das "Jornadas de junho", evidentemente estava posta. Só ingênuos - ou inocentes úteis - imaginam luta de classes à beira-mar com "barquinho e violão" - especialmente num momento de ascensão de extremo conservadorismo, cevado contra a severa derrota do ciclo político iniciado por Lula.

TSE NEGA GOLPE ANTECIPADO CONTRA LULA

  Ricardo Stuckert/ Instituto Lula

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negou na noite desta terça-feira, 29, uma tentativa de golpe contra a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.   |||  O ministro Napoleão Nunes Maia Filho negou a consulta do deputado Marcos Rogério (DEM-RO), sobre se réus podem se candidatar a presidente da República.  |||  Segundo o entendimento do ministro, não convém responder este tipo de consulta, porque estariam antecipando julgamento que pode vir a ocorrer na Corte. Napoleão negou conhecimento, e foi acompanhado pela Corte.  |||  A questão poderia barrar não apenas a candidatura de Lula, que deverá ser normalmente registrada no TSE, mas também a do deputado Jari Bolsonaro.

Ciro Gomes  foi  muito  bem no ‘Roda Viva’, mas ele hoje é um candidato da Série B

   

JOAQUIM DE CARVALHO, no DCM
 

A participação de Ciro Gomes no 'Roda Viva', da TV  Cultura, de São Paulo,  mostrou que ele sabe das coisas: conhece o Brasil e tem propostas bem definidas sobre o que fazer para tirar o país do buraco. Nas respostas políticas, algumas tiradas foram marcantes:  
  • Temer é um escroque.
  • O PSDB fez acordo com o PCC em São Paulo, daí porque o número de homicídios caiu.
  • O PSDB manipula estatísticas da segurança pública— houve quedado homicídios, efetivamente, mas também há casos que são registrados como morte a esclarecer.
  • Quando era presidente, Dilma Rousseff errou ao apoiar Eduardo Cunha na disputa que este teve com seu irmão, Cid Gomes, que acabou se demitindo do Ministério da Educação. Resultado, apontado por Ciro: Eduardo Cunha está preso e Dilma foi cassada. Quem estava errado: Cid ou Eduardo Cunha?
  • No Câmara, se o deputado não tiver uma âncora muito forte no mundo das coisas reais, ele viverá num universo paralelo.
  • Para acabar com o político fisiológico, é só fechar a torneirinha da corrupção — esses políticos se elegem só para roubar.
A participação de Ciro no debate é como, no futebol, ver um time arrebentando, ganhando todas as partidas. Só que, a rigor, o campeonato que Ciro Gomes disputa hoje a Série B.