Bolsonaro e a 'engenharia' do golpe
Odilon Rios, jornalista, de Maceió, no Facebook
Bolsonaro e a 'engenharia' do golpe
SEM ANISTIA para genocidas, golpistas e nazifascistas que destruiram o país
O regime autoritário instaurado em 1964
já estava podre e nauseabundo 20 anos depois, quando emergiu das cinzas o grito
de amplos segmentos sociais por 'diretas já', até mesmo os originariamente
beneficiários do golpe militar. Frustramo-nos, porque a emenda
das 'diretas' não vingou no Congresso com maioria ainda acumpliciada aos
generais. ///
A ruptura do Estado de Direito, sob incondicional apoio de nossa
embolorada classe dominante, fora consumada sob a falaciosa justificativa
de nos 'salvar' da implantação de uma 'república comuno-sindicalista', na
realidade (traumática) interrupção de incipiente projeto pró-inserção do
Brasil no rol do mundo desenvolvido, através das 'Reformas de Base'
preconizadas pelo governo nacionalista de João Goulart. /// A quadra planetária bipolar da
segunda metade do século passado, conhecida por 'guerra fria' entre
Estados Unidos e União Soviética, deflagrou uma disputa entre visões
globais diametralmente opostas, de fluidos maniqueistas determinantes dos 'bons'(por
óbvio, o poder transnacional liderado pelos norte-americanos, com seu
'puxadinho' europeu, a OTAN) e os 'maus', identificados nos processos
revolucionários, disseminados no leste europeu, Ásia e (extremo acinte,
imagine!) a então recente insurreição cubana, para socializar as economias
nacionais. /// O
golpe brasileiro de 1964, subsidiado por Washington, abortou nossa utópica
expectativa de superação das crônicas desigualdades, aqui instauradas nos
marcos remotos das capitanias hereditárias, de viés predatório e excludente em
relação ao seviciado andar de baixo, nas relações de produção
capitalista. /// O
hiato experimental de 13 anos, nos governos de Lula e Dilma, conquanto tenha
suscitado inédito crescimento de nosso mercado interno, com elevada ressonância
no exterior, além de agregar expressiva massa de excluídos ao bolo da
riqueza nacional, fez disparar a facciosa reação dos endinheirados, figadais
inimigos do equânime acesso de toda a população a uma decente qualidade de
vida, daí a iniquidade do 'impeachment' da presidenta Dilma Rousseff,
dissociado de base constitucional, e da condenação e prisão de Lula por
demandas judiciais fundadas no criminoso objetivo de afastar da cena política o
consagrado líder popular e mundialmente reverenciado estadista
brasileiro, construído nos embates sindicais do chão da fábrica. /// Eleito Bolsonaro presidente em
2018, um ex-milico fascistoide e sociopata, através de colossal estrutura de
escabrosas mentiras nas redes sociais, nossas elites, contumazes manipuladoras
de visceral ortodoxia segregacionista, assistiram à diluição das
potencialidades brasileiras, motivo de nosso rebaixamento à vergonhosa condição
de párias internacionais. ///
Mesmo a par da tragédia pandêmica, consequência dos desatinos de uma organização
genocida no Executivo federal, bem assim de nosso esfacelamento
econômico, com leniência das Forças Armadas, os ricos brasileiros ainda se
dividiram na opção eleitoral de 2022 e parte deles, sem a reeleição de seu
famigerado presidente, ainda insiste em financiar inocentes inúteis
envolvidos com patéticos arreganhos por 'intervenção militar'. /// Empossado Lula-3, com a
insólita tarefa de complicada reconstrução nacional, compete-nos, aqui da
base, vigorosa resistência ao deletério 'jeitinho brasileiro', que livrou a
cara dos facínoras do último e longevo período ditatorial: SEM ANISTIA
para Bolsonaro e sequazes, paisanos e fardados! /// À memória dos 700 mil abatidos
pela Covid19, se constasse de nossas regras penais, seria justo que
fossem levados ao 'paredón', com o valor dos projéteis do justiçamento a
débito das respectivas parentelas (aliás, meu voto seria pelo 'garrote vil', à
moda do espanhol Francisco Franco, um dos 'gurus' de todos eles). /// E não me venham com brasílicos
purismos porque já deletei qualquer resquício de beatitude e temperança.
Afinal, cadeia será um prêmio de loteria para esses bandidos lesa-pátria...
(AMgóes)
Escolas 'cívico-militares': urge desmontá-las
Uma das prioritárias medidas profiláticas do novo governo na área educacional deve ser o desmonte do projeto que, a partir de 2019, passou a instalar no país as ditas escolas 'cívico-militares'.
Esse descalabro introduzido no ensino, por óbvio, à margem de um debate em amplos segmentos da sociedade brasileira, teve por objetivo semear a falácia de que os colégios militares são 'únicos' de excelência na rede pública e, dessa forma, constituem referência para os demais.
Daí a instituição do PECIM-Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares, sob orientação e monitoramento de militares da reserva, aquinhoados com um 'puxadinho' remuneratório aos soldos previdenciários que recebem integrais, sem os decréscimos delimitados às pensões(via de regra, iníquas) dos comuns paisanos aposentados.
Aos professores e outros profissionais(civis) da Educação, a quem é exigida especialização acadêmica, até em nível de pós-doutorado, a depender das específicas obrigações magisteriais e gerenciais, a responsabilidade de se circunscreverem ao manual das instruções didático-pedagógicas, ditas 'morais e cívicas', do ciclo Fundamental ao Médio.
Objetivo? 'Melhorar' o processo de ensino e aprendizagem nas escolas públicas, com base no 'alto nível' dos colégios do Exército, das Polícias e dos Corpos de Bombeiros militares, em consonância com prefeituras e governos estaduais.
Cabe aos militares de pijama, na função de bedéis(censores, disciplinadores) tocar projetos educativos extraclasse e a busca 'ativa' dos alunos sob rigores indissociáveis da rotina da caserna.
Numa quadra em que nos atemos à premente necessidade de saber, via soberana decisão plebicitária, que tipo de Forças Armadas nos interessa construir, na contramão do ranço de sua formação histórica, herdada dos ancestrais 'capitães do mato' do Brasil-Colônia, cabe-nos extirpar, com a devida urgência, esse deletério arcabouço destinado a inocular, em corações e mentes de nossa juventude, o ideário fascista novamente a emergir no planeta.
O programa Nacional das Escolas Cívico-Militares, introduzido no finado (des)governo Bolsonaro, integra a capilaridade do mais nefando autoritarismo, advindo do golpe de 1964, retomado em 2016, com chancela das urnas em 2018.
Mais uma ideia 'fake' de proeficiência que nos compete riscar do mapa com a premência de tempo recomendada para restauração das ansiadas premissas do Estado democrático de Direito.
(AMgóes)