quarta-feira, 30 de setembro de 2015

O Judiciário vai ficar

ainda  mais  caro?       


Do Valor, nesta quarta(30):

“As despesas do Poder Judiciário no Brasil equivalem a 1,3% do Produto Interno Bruto (PIB). Somados a esse percentual o orçamento do Ministério Público, de 0,32% do PIB, e mais 0,2% do custo das defensorias públicas e advocacia pública, o gasto total com o sistema de justiça no país chega a 1,8% do PIB, ou R$ 121 bilhões. Esse sistema consome 0,2% do PIB na França, 0,3% do PIB na Itália, 0,35% do PIB na Alemanha e 0,37% do PIB em Portugal”.

Números espantosos, que este Tijolaço, há quase dois meses, destacou, a partir do estudo do professor Luciano Da Ros, publicado na última edição da revista do  Observatório(AQUI) de Elites Políticas e Sociais do Brasil,  e que vão subir fortemente se os deputados derrubarem o veto presidencial ao reajuste do Judiciário.

Embora o nível de remuneração médio dos servidores do Judiciário (R$  15.723, segundo Boletim de Pessoal(AQUI) do Ministério do Planejamento) possa não revelar injustiças com servidores mais humildes da carreira, não é com reajustes lineares que isso vai ser corrigido dentro de um quadro de justiça social.

A quantidade de servidores nesta área não pode crescer como vem crescendo – e aumentar o quantitativo de servidores é iniciativa deles próprios.  Enquanto o número de servidores ativos do  Executivo cresceu 24% de 2002 para cá (cerca de 1,6% ao ano), mas o do Judiciário (o federal) cresceu 69% e o MPF aumentou 131%!

Será que é mais importante elevar assim o número de serventuários e em escala muito menor o de professores e de médicos?

O estudo do professor Da Ros mostra que temos cinco vezes mais servidores por habitante, em todos os níveis do Judiciário, do que Chile, Colômbia, Inglaterra, Itália, por exemplo.

Com a expansão desta forma – sem que isso signifique uma mudança de qualidade na prestação de serviços – dos seus quadros de pessoal, sem que haja alteração em ritos demorados, excludentes e repetitivos (embora isso só preocupe em casos criminais) não há possibilidade de sustentar a viabilidade de melhores padrões de vencimentos generalizada.

Enquanto – a começar pelos juízes – o Judiciário não achar que não tem deveres de austeridade e continuar com a autodistribuição de benefícios e penduricalhos aos seus mais elevados integrantes, como o imoral auxílio-moradia indiscriminado.

Ciro: se candidato,

vou vencer!            

O que vai salvar a Dilma de um impeachment é o povo...

                                                  Resultado de imagem para Imagem da logo da Tv  Afiada

Clique no 'link' para assistir...

https://youtu.be/dE_FYrmim90

JacquesWagner tem 99,9% de chances de substituir Mercadante na Casa Civil   

(E Aldo Rebelo, na Defesa, 70%...)

Jaques Wagner
Wagner ajuda Dilma a assumir o segundo mandato! (Foto: Divulgação)
Conversa Afiada obteve de fonte do Palácio do Planalto a informação:
- Jaques Wagner tem 99,9% de chances de substituir o General Assis Oliva na chefia da Casa Civil e Aldo Rebelo 70% de chances de trocar a Ciência e Tecnologia pelo Ministério da Defesa!
Ufa! 
Dilma assume o segundo mandato! 
Falta arranjar um ministro da Justiça, para não deixar o Lula passar o Natal na cadeia!
E aplicar ajuste no lombo dos ricos!

(Nada como assistir a uma entrevista do Ciro Gomes, como a que deu à RedeTV).

(Paulo Henrique Amorim)

Concorrente alemã do Ibope, GfK começa 'derretendo' a Globo        
(Governo pagou centenas de milhões em  publicidade, anos a fio, por teleaudiência enganosa)
Ricardo Feltrin, original no UOL            

Resultado de imagem para Imagem da logo da alemã GfK
Os primeiros dados apurados pela empresa alemã GfK, que começou a medir o público da TV brasileira  nas últimas semanas,   apontam  que  a audiência  de emissoras como Record e SBT é maior do que a registrada até hoje pelo Ibope.
GfK passa a ser a concorrente do tradicional instituto brasileiro(fundado em 1942), que até então detinha o monopólio na área.
O UOL teve acesso a algumas observações feitas após as primeiras medições do GfK. A primeira leva de dados consolidados só deverá ser divulgada na próxima semana pela empresa às emissoras que assinaram seu serviço (Record, SBT e RedeTV!).
Resultado de imagem para Imagem da logo da alemã GfKA Globo até o momento não faz parte desse “pool” de empresas e continuará usando  apenas dados do Ibope. A Band, por sua vez, chegou a anunciar que integraria o grupo, mas o elevado custo desse novo serviço (a emissora já paga caro pelo Ibope, assim com as demais) a teria feito desistir semanas atrás.
Fontes do GfK, porém, afirmam que ainda está sendo discutida uma forma de manter a Band no portfólio de clientes.
Segundo esta coluna apurou, a nova medição não deverá provocar nenhuma “revolução” ou mudanças radicais no ranking atual das emissoras
abertas. Não. A Globo continua líder isolada, seja pelo GfK  seja pelo Ibope.
Porém, a metodologia alemã já teria observado que o SBT, por exemplo, tem mais audiência matinal e à tarde do que a medida atualmente pelo
Instituto Ibope.
Outro detalhe: segundo os dados iniciais do GfK, a Record também tem mais público na faixa da tarde e à noite do que os números atuais medidos pelo Ibope.
A empresa alemã também está encontrando diferenças (em relação ao Ibope) entre algumas faixas etárias e sociais.
Segundo fontes ouvidas por esta coluna (que pedem anonimato), essa discrepância captada em medições iniciais pode indicar que a metodologia utilizada pelo GfK seria mais completa e ampla que a utilizada atualmente.
A empresa alemã estaria contemplando “significativas mudanças” nos estratos sociais ocorridos especialmente nos últimos dez anos.
O Ibope instala aparelhos em residências de acordo com um estrato obtido de acordo com dados demográficos do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Segundo o Ibope, a distribuição de seus aparelhos de medição contempla todas as camadas sociais, de escolaridade e faixas etárias.
O GfK também teve de utilizar dados do IBGE para definir a instalação de seus aparelhos, mas seu departamento de pesquisa teria observado novas e importantes mudanças sociais e de renda nos últimos anos.
Por exemplo: uma parcela da população (e, claro, de profissionais) que no passado pertencia à classe 'C', hoje está na classe 'B' e até mesmo na 'A', apesar de não ter mudado de profissão. O comportamento e o perfil de consumo dessas pessoas, porém, mudaram drasticamente.
Um exemplo típico: 10 ou 20 anos atrás, uma cabeleireira ou um pedreiro podiam ser enquadrados como representantes tradicionais da classe 'C'. Só que hoje, devido a mudanças no mercado e no país, esses mesmos profissionais podem faturar, digamos, até R$ 10 mil por mês (lembro: é apenas um exempllo).
Assim, embora tenham mantido a mesma profissão, seu status atual e seus hábitos de consumo – e também como telespectadores – podem ter mudado radicalmente.
Ainda é cedo para saber como as emissoras, o mundo publicitário e, em especial, os anunciantes irão reagir aos novos dados de audiência medidos pela GfK, mas é óbvio que eles serão analisados detalhadamente e com (mais) atenção.
Mercado ganha

Embora muita gente acredite que uma segunda empresa medindo audiência pode servir apenas para criar confusão no mercado, especialistas entendem que é justamente o oposto:  eventuais discrepâncias  identificadas pelo GfK também podem servir para aprimorar  estratégias publicitárias e de anunciantes na TV.          
Resultado de imagem para Imagem da logo da alemã GfKO Ibope tem hoje aparelhos instalados em cerca de 5.000 residências das 15 maiores regiões metropolitanas do país. Há promessa de elevar esse número para 6.000 ainda este ano.
Já o GfK instalou cerca de 6.600 aparelhos pelo país, e promete medir também o público de TV on demand e de sistemas como o Netflix(que o Ibope não mede).
(*) Ricardo Feltrin, 51, é colunista do UOL, portal em que apresenta o programa 'Ooops!' às segundas-feiras. Trabalhou por 21 anos no Grupo 'Folha' como repórter, editor e secretário de Redação.
PS do Viomundo: Comentário de um colega blogueiro via e-mail, se o motivo da queda 'repentina' da audiência das novelas da Globo, na medição do Ibope,.for resultado de um “ajuste”  para não passar vergonha diante da concorrência : “Caso seja verdade, e faz sentido, foi o 'assalto do século' a anunciantes crédulos, a começar pela Secom governo federal…”.

Suíça remete ao Brasil dados
da conta usada para pagar    
propina a Cunha                     

               imagem de Oscarlinda Nunes krügerLuis Nassif Online

O Ministério Público da Suíça enviou às autoridades brasileiras dados acerca de uma conta secreta atribuída ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), investigado pela Procuradoria-Geral da República no âmbito da Operação Lava Jato.
A conta, investigada no exterior desde abril, foi bloqueada. O MP suíço confirmou que Cunha é alvo de um inquérito sigiloso por suspeita de lavagem de dinheiro e corrupção. A informação é da Folha de S. Paulo desta quarta-feira (30). O jornal observou que a PGR e as autoridades estrangeiras ainda não se pronunciaram oficialmente sobre o caso.
No início da semana, o Estadão revelou que os suíços abriram investigações criminais contra os lobistas Fernando Baiano e João Augusto Henriques, ambos considerados na Lava Jato operadores do PMDB nos esquema da Petrobras.
Henriques disse, na sexta-feira passada, em depoimento registrado para acordo de delação premiada, que abriu uma conta na Suíça para fazer pagamento de propina a uma outra conta indicada por Felipe Diniz, filho do ex-deputado Fernando Diniz (PMDB), morto há alguns anos.
Só em abril, quando teve problemas com um banco suíço, Henriques teria descoberto que o destinatário da propina era o deputado federal Eduardo Cunha. A propina seria referente à compra de um campo de exploração pela Petrobras na África.
Cunha também foi citado por outro delator da Lava Jato, o empresário Julio Camargo, que afirma ter sido cobrado pessoalmente pelo hoje presidente da Câmara em 2011. Na época, Cunha queria receber 5 milhões de dólares referentes a contratos da Petrobras com a Samsung Heavy. O dinheiro, segundo Camargo, seria usado em campanhas eleitorais.
Outro delator, o ex-gerente da área Internacional da Petrobras Eduardo Musa, teve bens bloqueados pelas autoridades suíças. Ele teria afirmado em depoimento, ainda segundo o Estadão, que Cunha era quem dava a "palavra final" na diretoria.
Cunha também foi envolvido nos esquemas da Lava Jato pelo doleiro Alberto Youssef. O peemedebista negou as primeiras acusações. No caso da conta na Suíça, adotou como discurso dizer que apenas seu advogado deve comentar.

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Diante  da  figura  perniciosa  de Eduardo Cunha, quanta saudade       de Severino Cavalcanti... 


                              Blog da Cidadania por Eduardo Guimarães
LADRÕES
 Lembra-se de Severino Cavalcanti? Ele foi presidente da Câmara dos Deputados entre 14 de fevereiro e 21 de setembro de 2005. Seu mandato deveria ser de dois anos, mas foi abreviado por um cheque de dez mil reais.
Aqui vai uma ajuda-memória para o leitor avaliar que éramos felizes e não sabíamos.
Em 2005, surgiram denúncias de que havia na Câmara pagamento de “mensalinho”, um esquema de propinas em que o então presidente da Casa, Severino Cavalcanti, estaria envolvido.
Naquele ano, foi mostrada, em rede nacional, cópia do cheque utilizado para pagar ao presidente da Câmara o “mensalinho”. Sebastião Buani, o dono de um restaurante da Câmara, acusou Severino de cobrar-lhe a mensalidade de 10 mil reais sob ameaça de fechar o estabelecimento.
Em 21 de setembro, Severino renunciou à Presidência da Câmara e ao mandato de deputado federal em decorrência das denúncias.
                       
Bons tempos aqueles, não? Hoje, denúncias incomparavelmente mais graves nem fazem cócegas no atual dono da Presidência da Casa dos Representantes do Povo.
Senão, vejamos:
O lobista João Henriques acaba de se juntar à fila de delatores que acusam o presidente da Câmara dos Deputados de ter recebido 5 milhões de dólares de propina. Com essa nova delação, já são cinco os investigados da Lava Jato que acusam Cunha de se beneficiar do esquema de corrupção na Petrobras.
Como bem notou o colunista da Folha/SP Bernardo de Mello Franco, “Nenhum outro político foi citado por tantas testemunhas do escândalo. Mesmo assim, ele continua no cargo e ainda articula a abertura de um processo de impeachment contra a presidente da República”.
O doleiro Alberto Youssef, o lobista Júlio Camargo, o ex-gerente da Petrobrás Eduardo Musa, o lobista Fernando Baiano e, agora, o lobista João Henriques fazem a mesma acusação.
Cunha, porém, nunca esteve mais forte. Na Câmara, ninguém sequer cogitou abrir um processo contra ele. No STF, a denúncia do procurador-geral da República não anda. Na mídia, quase não se fala dele – do contrário, já teria caído.
Como se pode ver, essa Operação Lava Jato só tem um objetivo: desgastar o PT e fragilizar o governo Dilma. Qualquer tentativa de atribuir algum caráter saneador a essa aventura não passa de cinismo.
Diante da quantidade de acusações que pesam contra Cunha, se a Câmara não se mexe, o Judiciário e o Ministério Público deveriam estar pedindo que fosse afastado do cargo. Porém, vão empurrando com a barriga.
Enquanto isso, o ex-tesoureiro do PT permanece preso sabe por que? Por ter sido acusado por um delator. Não cinco, como no caso de Cunha. Para prender um petista, basta uma acusação sem provas. Para prender um antipetista, não há prova que baste.

Cunha  e  Renan  articulam,   mas Dilma veta financiamento privado   de campanhas

Presidenta da República segue entendimento do Supremo Tribunal Federal, para o qual "o poder de eleger é do cidadão, não é de segmentos econômicos", segundo o ministro Marco Aurélio
                                                             
ROBERTO STUCKERT FILHO/PR
Dilma Rousseff
Dilma voltou hoje ao Brasil após participar de Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova York
Como esperado, a presidenta Dilma Rousseff vetou o financiamento privado de campanhas eleitorais ao sancionar, hoje (29), a minirreforma eleitoral. A decisão seguiu o julgamento do Supremo Tribunal Federal, encerrado no último dia 17, que considerou o financiamento privado inconstitucional por oito votos a três.
Segundo a assessoria do líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-SP), o veto seria publicado em edição extra do Diário Oficial da União desta terça-feira(29).
A imprensa em Brasília havia divulgado que os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), estavam articulando uma solução para driblar a decisão do Supremo. Renan estaria tentando uma forma de “acelerar” a votação da PEC da Reforma Política, aprovada em agosto, retomando o financiamento privado das campanhas.
Se isso ocorrer, mesmo sendo por meio de Proposta de Emenda à Constituição, a autorização da participação financeira de pessoas jurídicas no processo eleitoral terá de ser objeto de apreciação pelo STF novamente, por meio de ação direta de inconstitucionalidade ajuizada por alguma entidade que tenha competência constitucional para isso, como partidos políticos, Conselho Federal da OAB, confederação sindical ou entidade de classe no âmbito nacional.
Segundo juristas, advogados e até ministros do STF, a decisão do Supremo(AQUI) contra o financiamento privado é definitiva e não pode ser revertida nem mesmo por uma PEC. “Ainda que o Senado venha a aprovar a PEC em tramitação naquela casa, ela vai ser considerada inconstitucional pelo Supremo. Porque o tribunal entendeu que (o financiamento de empresas) fere cláusulas pétreas. Se for aprovada, a PEC também cairá”, disse, por exemplo, o deputado federal Wadih Damous (PT-RJ), ex-presidente da seção do Rio de Janeiro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
O presidente do STF, Ricardo Lewandowski, após o julgamento, afirmou que “para o Supremo Tribunal Federal, essa questão está encerrada”.
À RBA, o ministro(AQUI) Marco Aurélio Mello disse que “a decisão se aplica às eleições municipais de 2016” e que “a premissa” do tribunal foi “que o poder de eleger é do cidadão, não é de segmentos econômicos, porque, quem deve estar representado no Congresso e nas casas legislativas, nos executivos, é o povo, é o cidadão, é o eleitor”.

Corte no 'Farmácia Popular'

(ou como envenenam Dilma

com o povão)


farmacia

Fui comprar, na farmácia, meu remédio para diabetes. Tenho receita do posto público de saúde onde sou  tratado (muito bem tratado, aliás) e poderia pegá-lo gratuitamente, o que não faço, pois acho absurdo me valer de uma política de subsídio social para a compra de um medicamento que custa (o genérico) apenas R$ 8 a caixa.

Lá, a balconista avisou-me que “o farmácia popular vai acabar”. Estranhei, disse que deveria ser um engano. Voltei para casa encafifado e fui pesquisar.

Dei de cara com a provável fonte da informação, a matéria do Extra, um jornal popular do Rio, que diz “Governo(AQUI) vai cortar Programa Farmácia Popular e tirar dinheiro de UPAs e Samu“.

Só quem lê, entretanto, a matéria até o final e busca outras fontes de informação é que descobre que, afinal, não é exatamente assim: ficam mantidos em toda a rede conveniada os tradicionais medicamentos gratuitos  – para hipertensão, diabetes e asma – e limitado o fornecimento dos demais aos postos de saúde e às unidades próprias do programa.

Em matéria de nomes: ficam mantidos o “Farmácia Popular” e o “Saúde Não Tem Preço” e  terminaria – para os medicamentos não relativos a diabetes, asma e hipertensão –  o “Aqui tem Farmácia Popular”.

Mesmo sendo um “corte”, observe-se o seu tamanho: 90%(AQUI) das pessoas beneficiadas pelo programa utilizam-se de medicamentos para os três casos que estão mantidos.

Não procurem estes esclarecimentos no site do Ministério da Saúde, porque não há nada por lá. Muito menos há uma nota, um desmentido, uma informação sequer.

Mas é – fora para a turma “do mundo da lua” de Brasília – o assunto do dia no povão: a faxineira do vizinho comentou o “fim do Farmácia Popular” ao cruzar comigo no corredor do prédio.

Sabem quanto é o “corte de repasses? R$ 574 milhões, 2% do pacote de cortes orçamentários proposto pelo Governo Federal. Não dá 20%, muito menos, dos programas de distribuição de medicamentos do SUS.

Só imbecis expõem desta maneira um governo que não tem ninguém, a não ser o povão mais humilde, como reserva de forças para enfrentar seus inimigos, especialmente armados de um arsenal de comunicação.

São os “cabeças de planilha”, na expressão genial criada pelo  Luís Nassif,  que, na ânsia de agradar “o mercado” – a quem tanto se lhe dá o corte seja de R$ 26 bilhões ou de “apenas” R$ 25,5 bilhões – não se incomodam em expor Dilma a este “vai acabar a Farmácia Popular”…

Não adianta culpar a mídia por incendiar a popularidade de Dilma se dão a ela, de bandeja, uma xícara de gasolina.

Chico Buarque foi profético a receitar, numa entrevista a O Globo (a meu querido Rodolfo Fernandes, sujeito gentil, morto precocemente), em junho(AQUI) de 2004:
Seu apoio (de Chico Buarque) a Lula não é isento da constatação de certas falhas. Tem uma opinião curiosa sobre alguns erros de comunicação cometidos pelo governo: acha que Lula deveria criar um novo ministério. O nome do novo cargo? “Ministério do Vai Dar Merda”. Funcionaria assim, segundo Chico:                                                 
– A cada decisão importante, esse ministro seria chamado. Se o governo decide recadastrar os idosos, o Lula convoca o ministro e pergunta: “Vai dar merda?” O ministro analisa o caso, vê que os velhinhos vão ser humilhados nas filas, e responde: “Vai dar merda”. No caso da briga com o “New York Times”, era só chamar esse ministro e perguntar: “Vamos expulsar o jornalista. Vai dar merda?” O cara ia analisar e responder: “Vai dar merda”…

A  importância  simbólica   da imagem de Haddad na classe econômica da  Air France          

Paulo Nogueira                           

Clap, clap, clap
Clap, clap, clap
É uma maravilha, do ponto de vista da simbologia, o prefeito Fernando Haddad, de São Paulo,  viajar de classe econômica.
Um homem público não é apenas o que ele fala e faz: é também o que transmite.
O Brasil é indigente no capítulo da frugalidade simbólica na política.
E o mundo tem exemplos formidáveis. Cito dois deles, Francisco e Mujica.
Francisco andava de táxi por Buenos Aires quando cardeal, e foi para o conclave do qual sairia papa de classe econômica.
Mujica é seu Fusquinha azul.
Mesmo políticos conservadores estão agindo de acordo com os tempos agudos de crise mundial. Dias atrás, o premiê inglês David Cameron foi flagrado na classe econômica de um voo a caminho de Portugal, a serviço.
Compare esse tipo de coisa ao que vigora no Brasil.
Aécio fez 124 viagens para o Rio no avião de Minas nos dias de governador para fazer jus a sua fama de garoto do Leblon.
Joaquim Barbosa, quando presidente do STF, pegou o jato da FAB, encheu de jornalistas amigos e foi fazer uma palestra de majestosa insignificância na Costa Rica.
Você poderia e deveria esperar que, com o PT no poder, os governantes dariam um exemplo de simplicidade.
Não foi, no entanto, o que ocorreu. Mercadante, segundo um levantamento divulgado por Boechat, é um dos maiores usuários de voos ao estilo tristemente consagrado por Aécio.
Nem Lula e nem Dilma foram eficientes neste quesito, e é uma pena. Sobretudo Lula, faz tempo que é muito mais comum vê-lo se deslocando em jatos e helicópteros de amigos plutocratas do que como um mortal comum num avião.
Esse tipo de comportamento alimenta a descrença da sociedade na política, o que é péssimo para o país.
Na Escandinávia, chefes de governo e ministros costumeiramente vão trabalhar de bicicleta.
A jornalista e escritora Claudia Wallin contou, em seu livro Um País sem Excelências nem Mordomias, o caso de uma líder política sueca que se encrencou por usar táxi em vez de trem em seus descolamentos.
O Brasil precisa de uma mudança de mentalidade.
Ver Haddad na classe econômica é um passo para isso. Pequeno, tímido, é verdade.
Mas, como diz a sabedoria oriental, toda caminhada começa no primeiro passo.
Haddad deu esse passo.