quinta-feira, 30 de novembro de 2017

DURAN APRESENTOU PERÍCIA 

PARA   PROVAR   ACUSAÇÕES

QUE  ENVOLVEM  JUIZ  MORO


 
O depoimento do advogado Rogério Tacla Duran, que acusa o advogado Carlos Zucolotto, padrinho do juiz Sergio Moro, de pedir US$ 5 milhões por fora para facilitar sua delação premiada, não foi apenas ancorado na sua palavra. Duran também apresentou imagens fotografadas do seu celular, com as mensagens que teriam sido trocadas com Zucolotto. Tacla pergunta a Zucolotto se pagaria a ele os honorários e recebe como resposta um pedido de que pagasse "por fora". Em outras mensagens, que foram periciadas na Espanha, Zucolotto faz menção a DD – que seria o procurador Deltan Dallagnol. Os acusados afirmam que Tacla Duran é um foragido da Justiça brasileira e dizem que sua palavra não merece crédito...
A íntegra,  no BRASIL/247.

Brasil: catástrofe à vista

Resultado de imagem para Imagens para catástrofe à vista no Brasil

No ano passado, a controversa destituição de Dilma Rousseff permitiu que a direita brasileira tirasse o Partido dos Trabalhadores do poder e assumisse a presidência da República, para a qual fora rejeitada quatro vezes seguidas, por meio do sufrágio universal. Desde a posse de Michel Temer (PMDB), que participou ativamente da conspiração contra a presidenta e bate recordes de impopularidade (97%!), o Brasil está em queda livre e parece avançar para um regime autoritário.
 

Leia mais ARMELLE ENDERS(The Conversation) na CARTA MAIOR.

Mais  uma  testemunha cita

a   Globo  como  corruptora 

na  máfia  do  futebol

     

No DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO, via Folha/SP

Mais uma das testemunhas de acusação do julgamento do ex-presidente da CBF José Maria Marin no escândalo de corrupção da Fifa citou a TV Globo em suposto esquema de pagamento de propinas por direitos de transmissão da Copa América e da Copa Libertadores.  |||  José Eladio Rodríguez, ex-braço direito de Alejandro Burzaco, o empresário argentino dono da Torneos y Competencias, disse que a T&T, uma offshore desse grupo de marketing esportivo, foi criada na Holanda para receber pagamentos de grupos de mídia, entre eles a emissora brasileira, que então seriam desviados aos chefes do futebol.  |||  Os valores, segundo Rodríguez, eram inflados na venda dos direitos a essas empresas para disfarçar o volume de verbas ilícitas embutido nos contratos.  |||  Rodríguez reconheceu José Maria Marin, ex-presidente da CBF que agora está sendo julgado em Nova York, como um dos que receberam propina. Ele citou ainda Marco Polo Del Nero, atual chefe do futebol brasileiro, e Ricardo Teixeira, que abandonou o mesmo cargo há cinco anos sob uma série de suspeitas.   |||  No mais novo depoimento dado no julgamento, que está agora em sua quarta semana, Rodríguez repete as alegações de Burzaco, dadas há duas semanas.  |||  EM TEMPO: Ricardo Teixeira, Marco Polo Del Nero e Globo foram procurados pelo jornal(Folha/SP) e negaram(acaso iriam confirmar?) a prática de corrupção. A Globo negou “veementemente”.

quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Desigualdade social

IBGE: 10% da população  mais  rica concentram quase metade da renda

Dados mostram também que a renda do 1% mais rico é 36 vezes maior que a média da metade mais pobre. Desigualdade é maior entre mulheres e negros...
Alicia Nijdam
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Sudeste concentra mais da metade da massa salarial do país

 soma de todos os rendimentos recebidos nos lares brasileiros atingiu   255,1 bilhões de reais  per capita  em 2016. Os   10% com menores rendimentos  da população   detinham 0,8% dessa massa, enquanto os 10% com maiores rendimentos possuíam 43,4%.   Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad),  divulgada  nesta quarta-feira 29 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).   |||   O  Sudeste concentra mais da metade da massa salarial do país enquanto o    Nordeste  é  a região  com maior desigualdade nos rendimentos.   |||  A pesquisa mostrou também que a renda recebida pelos trabalhadores que formam o  grupo do  1% mais rico é  36,3 vezes maior que a metade com os menores rendimentos  provenientes  do trabalho.    Em 2016, enquanto o grupo do topo da pirâmide social recebia,    em média, 27,085  mil  reais,    o grupo oposto ganhava 747 reais,   menos que um salário mínimo|||     Já o rendimento médio mensal de todas as fontes, que contempla fontes pagadoras além do trabalho,  foi de 2,053 mil reais. O Sudeste apresentou os maiores valores, 2,461 mil reais,    enquanto os menores foram   no Norte 1,468   e no Nordeste  1,352 mil reais.  |||    Entre os 205,5 milhões de pessoas residentes no país, 60,5% (124,4 milhões)   possuíam  algum  tipo   de rendimento no ano passado.    Desses,   42,4% (87,1 milhões)   tinham   rendimentos    do trabalho e 24,0% (49,3 milhões)   recebiam   rendimentos   de   outras  fontes.  |||     Do rendimento médio mensal domiciliar per capita, 74,8% provêm do trabalho e   25,2% vêm de outras fontes: aposentadoria e pensão (18,7%); outros rendimentos (3,2%);    aluguel e arrendamento (2,2%); e pensão alimentícia, doação e mesada de não morador (1,1%).  |||  Do total da população, 60,5% possuíam algum tipo de rendimento. Desses, 42,4% tinham rendimentos do trabalho e 24,0%  recebiam rendimentos de outras fontes, que contemplam  aposentadoria   e  pensão(13,9%);   outros   rendimentos(7,7%);       pensão alimentícia, doação e mesada de não morador (2,4%); e aluguel e arrendamento(1,8%).  |||  Aposentadoria e pensão tiveram os maiores percentuais entre as grandes regiões. O destaque foi o Sul (17,3%), que também possui a população mais idosa do país, seguido pelo Sudeste (15,0%), Nordeste (13,1%), Centro-Oeste (10,8%) e Norte (8,0%).

Desigualdade é maior entre mulheres e negros
Apesar de as mulheres representarem mais da metade da população em idade de trabalhar, os homens preencheram 57,5% dos postos de trabalho.  A média rendimento mensal recebido por toda a população ocupada foi de 2,149 mil reais. As mulheres, porém, receberam, em média, 1,836 reais, o equivalente a 22,9% menos do que os homens, 2,380 mil reais.  |||  O Sudeste teve a maior média de rendimento para homens (2,897 mil reais) e mulheres (2,078 mil) reais, porém teve a maior desigualdade, com as mulheres ganhando 28,3% menos do que os homens. O Norte (1.567) e o Nordeste (1.427), que têm os menores rendimentos médios, tiveram a menor desigualdade salarial, com as mulheres ganhando, respectivamente, 10,8% e 11,6%, menos do que os homens.  |||  Entre a população ocupada, os brancos representavam 46,6%, enquanto os pretos, 9%, e os pardos, 43,4%. O rendimento médio de todos os trabalhos das pessoas brancas (2.810) foi aproximadamente 45% maior do que o das pessoas pretas (1.547) e pardas (1.524).  Os brancos apresentaram rendimentos 30,8% superiores à média nacional (2.149), enquanto pretos e pardos receberam rendimentos, respectivamente, 28,0% e 29,1%, inferiores.  |||  Considerando-se a escolaridade da população ocupada, os trabalhadores com ensino superior completo tinham rendimento médio mensal de 5,189 mil reais, cerca de três vezes mais do que aqueles com somente o ensino médio completo (1.716), e cerca de seis vezes acima daqueles sem instrução (884). O rendimento médio dos trabalhadores sem instrução era 36,67% menor que o daqueles com ensino fundamental completo (1.395).
Sudeste concentra mais da metade
da massa salarial do país
O Sudeste concentra 53% do total de rendimentos de todos os trabalhadores brasileiros, seguido pelo Sul (17%), Nordeste (15,6%), Centro-Oeste (8,9%) e Norte (5,5%). O Sul tem o maior rendimento médio entre os 50% com menor renda. Na comparação regional entre os rendimentos médios da metade menos remunerada dos trabalhadores, o Sul mostrou a maior média (949), que equivalia a quase o dobro das médias do Nordeste (485) e do Norte (560).  |||  Enquanto o rendimento médio real de todos os trabalhos atingiu 2,193 mil reais, no Nordeste foi 1,473 mil reais e no Norte, 1,615 mil reais, os menores valores. O maior foi no Sudeste, 2,573 mil reais. Considerando outras fontes de renda além do trabalho, os maiores valores foram no Sudeste (2.461), seguido pelo Centro-Oeste (2.292), Sul (2.249), Norte (1.468) e Nordeste (1.352).  |||  Seis brasileiros têm a mesma riqueza que os 100 milhões mais pobres.  A concentração de renda é maior do que se imaginava.

Manuela  D'Ávila  defende 

desenvolvimento do País 

e dignidade do povo

Foto: Grito
Deputada Manuela D'Ávila cumpriu intensa agenda em FortalezaDeputada Manuela D'Ávila cumpriu intensa agenda em Fortaleza


Saída para a crise

Questionada sobre qual o diferencial de sua pré-candidatura, Manuela D´Ávila apontou a disposição para construir um projeto de saída da crise, a partir da combinação entre desenvolvimento do País, retomada do emprego e melhorias para o povo.  |||  "Primeiro a nossa pré-candidatura talvez é a que mais nitidamente tem debatido a ideia de que é preciso construir um projeto para País. Mais que nomes nessa eleição, o Brasil precisa ter um projeto de nação, que tenha o Estado como indutor da retomada do crescimento econômico. O tema do tamanho do Estado é um debate que nos interessa", pontuou.  |||  "Eu quero debater com as mulheres brasileiras, por exemplo, o que elas acham da diminuição do Estado, proposta por alguns candidatos. Debater como é que elas acham que a diminuição do Estado resolveria os problemas delas. Qual o efeito de 20 anos de congelamento de investimentos sociais sobre a vida delas, sobre a saúde, a educação, a segurança".

O "novo" no debate para 2018

     

"O novo vai se dar em qual é o caminho pra sair da crise. Tem partidos mais conservadores que apostam que a saída pra crise é a entrega do Brasil ao estrangeiro, do nosso patrimônio, como o pré-sal, e a destruição dos direitos sociais do nosso povo. Nós achamos que o projeto de desenvolvimento e saída da crise tem que ser pros brasileiros e brasileiras, tem que ser pactuado com o nosso povo", comparou Manuela D´Ávila.  |||  "Um projeto que garanta o nosso desenvolvimento, retomada da nossa indústria, emprego pro nosso povo. Fizemos uma reforma trabalhista inspirada, dizem os que a defendem, na Alemanha. Só que a nossa indústria está mais parecida com a de Bangladesh", contrapôs.  |||  "A gente quer fazer o Brasil se encontrar. O Brasil é um sonho intenso, como diz parte do nosso Hino. Nós precisamos fazer o Brasil voltar a ser um sonho intenso pro seu povo. Fazer o povo voltar a acreditar que nosso País tem vocação pra ser muito grande. Enquanto os interesses que estão no centro não forem os interesses nacionais, como acontece sob o comando de Temer, o povo não vai viver de maneira digna".

Lula, Ciro e uma nova jogadora em campo

     

Ao meio-dia da segunda-feira, Manuela D´Ávila foi recebida pelo governador Camilo Santana (PT), no Palácio da Abolição, sede do governo cearense e homenagem ao fato de o Estado ter sido o primeiro a abolir a escravatura.  |||  "Agradecemos ao governador Camilo. Ele é governador pelo Partido dos Trabalhadores, também vai ter seu candidato. Também sabe o papel de um grande amigo meu, que foi meu colega deputado, que é o Ciro, sabe o papel do Ciro pro Ceará e pro Brasil. Mas tem no PCdoB um grande aliado. Então falei pra ele que temos nosso espaço a partir da lealdade no governo, da construção de políticas públicas que fazemos juntos", relatou Manuela.  |||  A pré-candidata disse não visualizar um cenário com Lula fora da eleição 2018. "Primeiro, ele tem direito de concorrer à eleição. Não está acima da lei, mas também não está abaixo. Não existem provas contra ele. Segundo, a não existência do nome dele nas urnas eletrônicas seria um elemento de agravamento da crise. Então hoje eu não trabalho com a ideia de que ele não possa se candidatar", justificou.  |||  "O que vejo é que o Brasil precisa, na eleição do ano que vem, construir uma agenda pra sair da crise. E que essa agenda não vai sair só de um partido. Nós, do PCdoB, não queremos ser donos de uma agenda de desenvolvimento pro País sozinhos. Todos aqueles que quiserem se juntar à retomada, à ideia de que o Brasil pode retomar seu crescimento econômico e sair da crise garantindo desenvolvimento social e econômico pro seu povo são nossos parceiros".

"Bebeto, Romário e... Branco"

"Brinquei com ele (governador Camilo Santana) que na Copa de 94 a gente tinha o Bebeto e o Romário fazendo os gols, mas tinha o Branco, né? Teve uma falta no jogo contra a Holanda, e o Branco veio lá da fronteira do Rio Grande do Sul, do meu colorado, e fez o gol de falta. O que eu quero dizer com isso? É que o jogo, o debate sobre as saídas do Brasil, a eleição como um momento e debate sobre os rumos do País, pode ser jogada com vários jogadores", enfatizou.  |||  "Não adianta o outro lado ter o time completo, com 11 jogadores, mesmo que sejam medianos, mas acaba sendo melhor do que o nosso time com menos jogadores. A minha candidatura vem pra somar. E pode ajudar o Brasil a sair da crise".

Campo popular e progressista unido pelo Brasil

Manuela D´Ávila ressaltou que, mesmo com diferentes candidaturas, o campo progressista e popular estará unido em favor do Brasil.  "Isso pode acontecer a partir de um programa no primeiro turno e isso certamente acontecerá num segundo num segundo turno eleitoral. Não existe hipótese de o nosso campo estar dividido. Nosso campo tem responsabilidade com o povo brasileiro. Vejam os nomes que a gente está falando. Se não por mim, que sou a mais nova na disputa, é só a gente falar que é um campo que tem Ciro e Lula. São dois homens de muita responsabilidade com o povo brasileiro. A gente estará junto em algum momento na eleição".

Políticas para as mulheres e mulheres na política

Após a entrevista coletiva, Manuela D´Ávila participou de seminário sobre prevenção e combate à violência contra a mulher, apresentando experiências da Procuradoria Especial da Mulher do Rio Grande do Sul, dirigida por ela. "Um dos desafios da nossa candidatura é justamente conseguir transformar essas pautas, que muitas vezes ficam no movimento das mulheres, ou nos mandatos legislativos, para uma campanha presidencial", ressaltou.  |||   A candidata também participou de debate na Associação dos Docentes da Universidade Federal do Ceará,  onde foi recebida pelo professor Ênio Pontes, presidente da entidade. Com auditório lotado e presença do secretário de Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Ceará, Inácio Arruda (PCdoB), do deputado federal Chico Lopes (PCdoB) e do reitor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará, Virgílio Araripe, o debate transcorreu sobre ciência, tecnologia e inovação.  |||  Na Assembleia Legislativa, a deputada estadual Augusta Brito, procuradora da Mulher da AL-CE, e o deputado estadual Carlos Felipe, ambos do PCdoB, se uniram ao presidente do Comitê Estadual do partido, Luis Carlos Paes, e ao secretário de Cultura de Fortaleza, vereador Evaldo Lima, para acompanhar Manuela na entrevista coletiva. Desde a recepção no aeroporto até o sol pelas ruas de Fortaleza, a pré-candidata sentiu o calor da acolhida do povo cearense, neste início de caminhada rumo a 2018 e à construção de um projeto verdadeiramente popular e progressista para o País.  

Os (pretensos)donos


da  República

 quatroemum                       Eles(as), que se acham paladinos(as) da moral e dos bons costumes, mas sem o indispensável respaldo do voto popular

FERNANDO BRITO, no TIJOLAÇO 

Quem pensa que está na turma do Bolsonaro o núcleo do pensamento autoritário no Brasil, com nítida inclinação fascista, engana-se.  O centro deste pensamento está no Ministério Público e em parcela cada vez maior do Judiciário.  |||  Se você duvida, leia a reportagem de O Globo sobre o encontro de promotores  lavajateiros do MPF, nessa última segunda(27), no Rio de Janeiro.  |||  Já seria grave apenas o aspecto eleitoreiro, com o Dr. Deltan Dallagnoll  recomendando que o eleitor vote “na renovação”(sic) , o que não é papel do MP sugerir em quem se deva votar, se vai renovar ou conservar mandatários ou representantes. Nos tempos antigos, uma ação criminal tinha fato específico, acusados específicos por atos específicos. Agora, para ele, o importante é “a mobilização”:   A operação [Lava Jato] não vai ser julgada por quem ela prendeu ou condenou. Será julgada pela capacidade de mobilizar a sociedade e catalisar esforços para que reformas contra a corrupção sejam feitas e, para que assim possamos alcançar um país mais justo. Isso depende do Congresso que elegeremos em 2018. Será uma grande vitória se forem eleitos para os cargos de deputado federal e senador candidatos com passado limpo, compromisso com a democracia e com a agenda anticorrupção.  Ou seja, o aspecto penal não é o mais importante; importante é o processo político.  |||  Mas foi ainda pior o que disse o sombrio Carlos Fernando dos Santos Lima, o Golbery do Ministério Público. Disse ele que os acordos de delação premiada que os promotores firmam “devem ser respeitados pelo Judiciário”. Ou seja, que os juízes devem aceitar passivamente que o MP(e não eles) defina perdão judicial, duração e forma de cumprimento das penas e valores de multas.  |||  Numa palavra: que usurpem o poder de julgar dos juízes. Estes ficariam reduzidos a meros'carimbadores togados' do que o promotor definir ser “o justo”.  |||  Tornam-se “donos”, em instância única, do poder de soltar ou prender, do quão longa será a prisão, se  será domiciliar ou não.  |||  Os homens de preto não querem ser controlados, como qualquer agente público deve ser.  Querem todo o poder, todo mesmo. E sem um voto sequer que lhe garanta essa prerrogativa. 

A esquerda moralista, a invenção da corrupção, Lula e o 'lawfare'

 

ALEXANDRE TAMBELLI, no JORNAL/GGN

A esquerda moralista é um tanto ingênua, parece não entender o que é o Sistema e como ele está estruturado no Brasil na sua parceria mídia/Judiciário/grande capital = mercado, grandes corporações e Imperialismo.  |||  A estrutura é simples: quem estiver do outro :lado do rubicão, do que o Sistema quer implementar como modelo econômico e social, não é considerado um sujeito a ser respeitado, principalmente,   dentro da Política.  |||  Hoje lemos uma notícia que um irmão do Ciro Gomes foi condenado em primeira instância por uma “suposta compra de voto de morador da cidade” na eleição de 2016 e que deveria perder o mandato de Prefeito de Sobral/CE((a vice-prefeita também foi condenada e é do PT). O caso existe para o irmão do Ciro como um alerta para o próprio Ciro("abranda o discurso, não mexa com a gente, senão você é o próximo").  |||  Por que o irmão do Ciro Gomes em tempo de definições eleitorais para 2018 e não um tucano graúdo? Porque Ciro Gomes discursa para além do Sistema e os tucanos são o centro político do Sistema. Prato cheio para as manchetes negativas sobre a família Gomes.  |||  Lula impugnado, virão outros para tomar seu lugar e a roda girará como dantes. O candidato que for forte concorrente do Sistema passará a ser perseguido também. E assim sucessivamente.  |||  O que o PSOL, PSTU, Ciro Gomes e similares não entendem é que não precisa existir corrupção e nem Estado Democrático de Direito para o Sistema agir, inventar corrupção, julgar farsescamente e condenar sem provas, precisa apenas de força econômica, mídia e de um Judiciário aliado e de outro Judiciário que pode ser ameaçado (o Juiz moralmente e sua família fisicamente) se não fizer o que o Sistema quer.  |||  No Brasil com a Rede Globo e seu Poder descomunal e monopolizado de assassinar reputações, quem pode ir contra ela? Um candidato com a força popular de Lula é que rivaliza a disputa de narrativas de Brasil/sociedade possíveis e é ouvido pelo povo.  |||  Imaginemos um candidato que cresce nas pesquisas, mas não tem a oratória e o carisma de Lula para se embrenhar no meio do povo, juntá-lo nas ruas e tocá-lo como filhos e irmãos de Lula, ele pode ter sua carreira política destruída em três tempos só por representar a esquerda ou, simplesmente, por representar uma plataforma progressista e/ou em defesa dos interesses nacionais.  |||  Sem entender como o Sistema funciona não se vence o Poder Econômico que controla a mídia e desse controle torna refém o Judiciário, a Política e a Sociedade. Lula é um fenômeno.  |||  Psolista, esquerdista radical, até Ciro Gomes, nenhum deles teria a mínima chance de se manter de pé em um processo semelhante ao de lawfare(*) existente contra Lula. Lula sobrevive porque é um fenômeno social e popular, um gênio brasileiro, que nasce uma vez a cada 50 anos no mínimo.
(*) O termo(inglês) "lawfare" é uma combinação das palavras "law" (lei) e "warfare" (guerra). Uma tradução literal aproximada para "lawfare" seria "guerra jurídica". Trata-se do uso da lei (law) como instrumento de guerra e destruição do outro (warfare), desrespeitando-se todos os procedimentos legais.

FGV aponta governo Flávio Dino

(PCdoB),  do  Maranhão, como 

o mais transparente  do país

Karlos Geromy
Flávio Dino e o secretário de Transparência e Controle, Rodrigo Lago (direita)Flávio Dino e o secretário de Transparência e Controle, Rodrigo Lago (direita)
Estará mesmo o PSOL
à  esquerda  do  PT?
 

BEPE DAMASCO, no BRASIL/247

Enquanto debatem a era  "pós-PT"  que não chega  nunca,  militantes,  parlamentares     e dirigentes do PSOL fazem questão de guardar distância do Partido dos Trabalhadores, seja afirmando a condição   psolista de  vestal  da política,     seja    se colocando   como   um partido "necessário", à esquerda do PT. Será?   |||   Depende da concepção de  cada um do que seja estar  mais  ou  menos  à  esquerda, claro.      Listei  dez argumentos  que nos fornecem pistas    na direção   contrária  do  mantra  do  PSOL.     Abro   parênteses   para reconhecer   que o PSOL    possui em suas fileiras valorosos   lutadores  políticos e  sociais. Congratulo-me também com a posição firme do partido    contra o golpe  de 2016.   Fecho parênteses e vamos ao debate.

1) Sem projeto político e nacional definido, o PSOL é uma espécie de conglomerado de ativistas e correntes de causas identitárias, que têm no antipetismo um dos poucos pontos de unidade.   2) A tática e a estratégia do partido se limitam à ampliação de suas bancadas parlamentares.   3) Com frequência, o PSOL aplaude a ação de um Ministério Público corrompido política e partidariamente, que há muito traiu suas funções republicanas.   4) Com raras e honrosas exceções entre seus quadros, o PSOL também é conivente com o atropelo dos direitos e garantias fundamentais, marca registrada de Moro e dos procuradores fascistas da Lava Jato. Em nome da realização do sonho dourado, que é ocupar o lugar do PT, percebe-se a torcida pela derrocada final do partido de Lula.   5) Como não manifestou até agora nenhuma solidariedade a Lula pela perseguição sórdida que sofre, há claros sinais de que o PSOL apoia o lawfare contra o ex-presidente, em aberta contradição com as premissas constitucionais da presunção de inocência, do direito à ampla defesa e ao devido processo legal.   6) O PSOl foge das responsabilidades de governo. E quando as chances aparecem, como no segundo turno da eleição do Rio, o partido corre para não chegar, revelando um ralo compromisso com a melhoria da qualidade de vida do povo.   7) Os coveiros da democracia incrustados no Judiciário, e até na sua instância máxima que é o STF,   raramente são alvos   de qualquer crítica do PSOL.  8) O partido, que tem sólidos vínculos com setores elitistas e reacionários da classe média, jamais reconheceu a importância de 40 milhões de pessoas terem saído da miséria e da pobreza com os governos do PT, bem como a criação recorde de 22 milhões de empregos formais na era petista.   9) Com base no seu moralismo, que lembra o da UDN do passado, o partido não hesita em apontar o dedo acusador em todas as direções, contribuindo para a desmoralização da atividade política, o que só interessa aos setores obscurantistas da sociedade.   10) O combate ao monopólio midiático liderado pelas Organizações Globo nunca contou com o apoio decidido do PSOL, que prefere preservar o espaço destinado às suas figuras públicas no conglomerado de comunicação da família Marinho.

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

O SupremoTribunal e
a  bandidagem política

  

ALDO FORNAZIERI(*), no JORNAL/GGN

O atual Supremo Tribunal Federal é o mais indigno da História do país. Durante o regime militar, o STF teve ministros cassados e houve uma alteração imposta pela força militar para torná-lo um órgão subserviente ao poder armado. O atual STF não sofre nenhum constrangimento armado, mas resolveu galgar os pináculos da indignidade por vontade própria. Certamente existem alguns ministros sérios, honestos e responsáveis. Contudo, seja por decisões coletivas ou seja por decisões individuais, a fisionomia que o STF foi adquirindo não é a do tabernáculo das leis, a do guardião da Constituição, mas a de casamata de corruptos, de golpistas e de criminosos do colarinho branco.  |||  Quando o colegiado do STF se reúne, não resplandece de lá a luz da razão, a garantia da imparcialidade, a proteção legal da Nação, a segurança jurídica de um povo. Nessas reuniões, alguns dos ministros encapotados são expressão de entes sombrios, fautores de rituais malignos, assumindo o figurino de sacerdotes de templo luciferiano. Sim, porque dali o bem público não é protegido, os princípios e fundamentos da Constituição republicana e democrática são pisoteados e a sagrada função de exercer o controle constitucional dos abusos dos outros poderes é sacrificada no altar dos conchavos, da promiscuidade e da servilidade criminosa que se justifica nas teses, igualmente criminosas, da moderação, da conciliação e da harmonia dos poderes. São teses criminosas porque são capas ideológicas para disfarçar a falta de direitos para o povo, para acobertar a extorsão recorrente do Estado que tira dos pobres para dar aos ricos.  |||  Esse STF não merece o menor respeito. Como pode ser respeitada uma Suprema Corte cujos ministros se reúnem na calada da noite com aqueles que devem julgar? Como merece respeito quando se sabe que alguns ministros assessoram um presidente ilegítimo e denunciado de cometimento de vários crimes? Como merece respeito diante do fato de que ministros mantêm relações promíscuas com senadores e deputados acusados de vários crimes? Como merece respeito em face da omissão diante de inconstitucionalidades graves de instrumentos legais a serviço da proteção de corruptos e criminosos? Como merece respeito ao abrir mão de um princípio fundamental da Constituição e de um direito de ser a decisão em última instância para salvar o mandato de um senador corrupto como Aécio Neves? Como merece respeito quando se tem ministros que não tem a cautela e nem a prudência, não têm o senso de proporção, ao não guardarem distância de políticos e empresários a quem poderão julgar futuramente? Numa democracia descente, alguns desses ministros deveriam ser julgados por sedição, por conspiração contra o Estado.  |||  A salvação de Aécio Neves é um caso emblemático, já que ele expressa o apogeu da indignidade do STF. Naquele ato, o STF não atravessou o Rubicão, pois quando Júlio César o atravessou, foi um ato de coragem. A salvação de Aécio foi um ato de covardia. Foi como se a maioria dos ministros, presididos pela sacerdotisa do mal, abrisse as portas da cidadela para que os corruptos a tomassem sem luta, como se fossem convidados e entrar amigavelmente.  |||  Aquela decisão abriu as portas para que deputados estaduais e vereadores criminosos se sentissem protegidos pelas suas Casas, por raciocínio análogo. A escandalosa, criminosa e inconstitucional libertação dos três deputados no Rio de Janeiro, por decisão da Assembléia Legislativa, está implicitamente autorizada pelo ato de salvação de Aécio Neves, mesmo que naquela resolução a extensividade para as instâncias inferires dos Legislativos não esteja escrita. O fato é que o STF transformou o poder político em poder judicial, destruindo o sentido manifesto da Constituição republicana.  |||  O STF tornou-se a casa da incoerência: o que valeu para Delcídio, não valeu para Aécio e o que não valeu para Aécio agora poderá valer para deputados estaduais e vereadores. O STF é uma casa anarquizada: não há regra clara para definir as questões que podem ser julgadas por um ministro, por uma turma ou pelo pleno. O STF é a casa da protelação: um ministro pode pedir vistas a uma questão em julgamento sem nenhum prazo para o seu retorno. Assim, as vistas se tornaram ardis inescrupulosos, usados por ministros para atender interesses forasteiros e inescrupulosos de políticos, de empresários, de grupos econômicos.  |||  Veja-se o escandaloso caso do pedido de vistas do julgamento do Foro Privilegiado, feito pelo ministro Dias Toffoli. Ele alegou ter dúvidas sobre o tema. Ora, Toffoli foi nomeado ministro em 2009. Será que de lá para cá não percebeu que o Foro Privilegiado é uma excrescência, um câncer da nação, um tridente empunhado por políticos e autoridades corruptos para garantir a sua impunidade? Sim, Toffoli, que se tornou ministro com méritos e virtudes duvidosos, deve saber disso. Mas decidiu usar uma espécie de experiente de obstrução, não cumprindo com o dever de dar celeridade e agilidade a um caso de alto reclamo popular. Toffoli é pago pelo erário do povo e o STF custa caro ao povo. É indigno, vergonhoso, usar esses expedientes para protelar decisões, criar ineficiência e proteger corruptos.  
A falsa tese da independência dos poderes
A esperteza corrupta e escorchante das elites brasileiras e dos seus áulicos intelectuais criou a tese da independência e harmonia entre os poderes, algo que nunca foi um princípio da Constituição republicana moderna. Na verdade, o fundamento dessa Constituição é o da separação do poder em três ramos distintos e a definição de equilíbrios, pesos e contrapesos na relação entre esses três ramos, com a ingerência parcial de um poder no outro. Assim, a relação não é de independência e nem de harmonia. É de conflito e de controle mútuo. Existe vasta teoria sobre o assunto e basta ler os seus formuladores, destacadamente Montesquieu e, particularmente, os Federalistas.  |||  O que espanta, no caso da crise brasileira, é que analistas de direita e alguns de esquerda se unem para defender a tese da independência dos poderes, que se traduz em tese da impunidade e de proteção de corruptos. Curiosamente, os analistas de esquerda que assumem essa excrescência acusam os militantes dos partidos de esquerda que defendem a punição do corruptos, a exemplo de Aécio e dos deputados peemedebistas do Rio de Janeiro, de serem moralistas ingênuos etc.  |||  A exigência de moralidade pública é um preceito das Constituições republicanas e democráticas, uma demanda ética e moral da sociedade e um dever daqueles que se dispõem a servir o bem público. A corrupção é a negação do Estado Democrático de Direito, é incompatível com um posicionamento de esquerda e não pode ser aceita por aqueles que pugnam por uma sociedade mais justa, igualitária e livre.  |||  A corrupção é uma podridão que apodrece as condutas, a eficiência e a prudência de quem governa. Nenhum governo corrupto se habilita para produzir inovações reformadoras profundas, nem o progresso e a grandeza dos povos e das nações. A corrupção, em todos os tempos, afundou os líderes no lodo da indolência, produzindo a desorganização dos Estados e a miséria dos povos.  |||  Estados e governantes corruptos não geram a confiança necessária nas sociedades, o que termina gerando o extravio dos governos e das políticas públicas. Nenhum governo é bem sucedido se  carece da confiança social. Ser corrupto é roubar o que é do povo, o seu remédio, a sua saúde, a sua educação, a sua cultura. Numa democracia séria, os corruptos não podem governar e políticos corruptos devem parar na cadeia.  |||  A militância de esquerda não pode confundir o combate necessário que se deve fazer a setores do Judiciário pela sua ação parcial e persecutória contra Lula com a necessidade de combater a corrupção. Diante do governo mais corrupto da história do Brasil, diante do PMDB que é um lodaçal de corrupção, diante da impunidade de Aécio Neves e diante das tragédias e ineficiências que a corrupção gera, a militância de esquerda deve empunhar a bandeira de combate a corrupção, pois ela é o grande mal que apodrece todas as repúblicas e mantém os povos na pobreza, sem acesso aos direitos fundamentais e aos bens básicos.
(*) Aldo Fornazieri é  professor da Fundação Escola de Sociologia e Política/SP.

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Será o início da decadência

do  império  da  Globo?

  

A íntegra de RENATA MIELLI, no VERMELHO.

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Vem aí o PPP: papai pagou, passou...

O  fim  da  Universidade  Pública. Agora com aval do Banco Mundial

FERNANDO BRITO, NO TIJOLAÇO
Que a Universidade no Brasil é cheia de distorções, isso é conceito mais velho que a Sé de Braga e a instituições universitárias, no mundo inteiro e ao longo da história, privilegiam os grupos mais abastados das sociedades onde se inserem.  Universidades, embora os papagaios de asneiras digam  que são “antros esquerdistas”, à parte de sua produção de ciência pura e aplicada, são reprodutoras  dos mecanismos de dominação, reciclando-os para formas mais  modernas e com uma roupagem socialmente mais aceitável.  |||  Reduzir o debate da democratização  da universidade a traçar o perfil de renda de seus alunos é de uma pobreza atroz. Até porque está na mão da sociedade criar critérios mitigadores da predominância dos mais ricos entre seus alunos.  Cobrar mensalidade, certamente, não é um deles. Porque isso só fará aprofundar o sentimento de que a educação é algo que se compra, pelo quanto ela irá render, na compreensão mais estúpida de que “educação não é gasto, é investimento”, porque reduz seu retorno (lucro) ao individual, como individual  ou familiar foi a inversão de recursos para cursá-la.Em que pagar torna algum serviço – e um caro, como a educação superior – “mais democrático”.  |||  O Banco Mundial, porém, sugere, com aplausos de nossa mídia, este caminho, comercializando, pela via de bolsas, o acesso ao ensino superior público.  Os que pagarem, diz a consultora do Banco Mundial, “vão cobrar mais”.  Os donos fazem assim.  |||  É o mesmo que acabar com a Universidade Pública.  Ela passa a ser o mesmo que uma privada que concede bolsas de gratuidade a parte de seus alunos.  A política de cotas sociais e raciais afirma o sentido público do ensino.  A cobrança de mensalidades, ao contrário, elege seu conteúdo elitista.  Renasce nelas, com sofisticação tecnocrata, aquilo que dizíamos  nos anos 60 e 70, dos colégios privados: PPP: “papai pagou, passou“.

Prisão do casal Garotinho mostra

necessidade da intervenção

federal no Rio de Janeiro

 
LUÍS NASSIF, no JORNAL/GGN
Se o caso da Assembleia Legislativa do Rio - mandando soltar Jorge Picciani e outros deputados - é um sinal de que o Rio de Janeiro é um estado sem lei, a prisão do casal Garotinho é a comprovação final.  Por trás da prisão, uma disputa de facções envolvendo juízes, procuradores e políticos da região. O Rio de Janeiro se tornou, de fato, uma terra de ninguém, com abusos sendo cometidos por todos os poderes, o Legislativo, o Judiciário junto com delegados da Polícia Federal e promotores com interesses políticos locais.  |||  É hora de se pensar seriamente em uma intervenção federal conduzida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e se valendo do fato de se ter uma Procuradora Geral da República e um Delegado Geral da Polícia Federal empenhados em demonstrar o republicanismo de suas instituições.
O caso do juiz Glaucenir >>   Para se defender Garotinho, sempre é prudente colocar algumas ressalvas. Não conheço a fundo a carreira política do casal Garotinho. Não sei se pertencem à média dos políticos, se são piores ou melhores. E, obviamente, não posso me basear na opinião  da Globo, já que Garotinho tem sido de um atrevimento único, enfrentando o grupo.  |||  O que está em questão é a atuação do juiz Glaucenir de Oliveira, da 98a Zona Eleitoral de Campos de Goytacazes, que move uma perseguição implacável a Garotinho, já revelou uma animosidade em relação a ele e continua livre, leve e solto para praticar arbitrariedades.  Agora, acusa o casal Garotinho de ter se beneficiado de financiamentos eleitorais da JBS.  |||  A prisão não foi ordenada pela Operação Lava Jato, nem por qualquer outra conduzida por agentes isentos. O juiz se baseou na delação de Ricardo Saur, da JBS, para ordenar a prisão do casal.  A acusação é inverossímil. Para haver corrupção é necessário o chamado “ato de ofício”, ou seja uma decisão da autoridade que possa ser a contrapartida ao suborno.  Na sentença do juiz são mencionados “benefícios irregulares conquistados pela empresa, como linhas de crédito do BNDES”. O casal Garotinho teria sido beneficiário de uma suposta propina ao PT, para comprar o apoio o PR.   |||  Pergunto: o que Garotinho tinha a ver com o BNDES? Quem tem um mínimo de discernimento sabe que os financiamentos do BNDES à JBS obedeciam à estratégia de criação dos campeões nacionais. A ideia fixa do Ministério Público Federal com o BNDES não conseguiu levantar um dado sequer que tenha demonstrado irregularidades na concessão dos financiamento. Mesmo supondo que o fato tivesse ocorrido, o agente da suposta corrupção teria sido o PT, não o casal Garotinho.  Não foi a primeira arbitrariedade do juiz.  |||  Foi tão extravagante a primeira prisão de Garotinho, ordenada pelo juiz Glaucenir, há um ano, que chamou a atenção do GGN e iniciamos(AQUI) uma reportagem coletiva para apurar o caso. Garotinho passou mal e foi hospitalizado. O juiz ordenou sua retirada a força do Hospital Souza Aguiar e chamou toda a imprensa para testemunhar a humilhação. Adversária de Garotinho, a Globo foi  impiedosa, montando um show com o desespero da família.  |||  Não foi preciso muito tempo(AQUI) para se levantar outros exemplos de truculência do juiz. Para justificar as truculências contra Garotinho, afirmou ter recebido proposta de suborno de alguém enviado por ele. Também que admitiu que poderia ter sido investigado pela Polícia Federal. Antes mesmo de saber o teor da investigação, insinuou que os investigadores também poderiam ter sido subornados por Garotinho.  |||  No post “Xadrez dos interesse ocultos(AQUI) nas operações das Forças Tarefas" mostramos os jogos de interesse que estavam por trás das operações contra garotinho.  Um advogado, Arakem Rosa, foi acusado de ter se apropriado de uma área em reserva ambiental na praia de Tucuns, considerado o maior escândalo imobiliário de Búzios. Quando o caso explodiu, provocou a remoção e punição de vários juízes e procuradores.  A partir desse fio da meada, começamos a desenrolar o novelo.  |||  Dizia a a reportagem:  Os personagens do caso Garotinho --  Mas a parte melhor da história é agora. Vamos conferir quem são os personagens que mereceram cobertura total do Ministério Público Federal e da Rede Globo.  O quebra-cabeças será montado em torno de Tucuns, um mega-escândalo de 15 anos atrás.  Personagem 1 – o advogado Arakem Rosa.  Foi acusado de ter se apropriado e negociado uma área de reserva ambiental na praia de Tucuns (AQUI), no que foi considerado o maior escândalo imobiliário de Búzios, um escândalo graúdo, de disputa de terras, uma área de 5,6 milhões de metros quadrados, que acabou promovendo remoção e punição de vários juízes e procuradores.  Personagem 2 – Paulo César Barcelos Cassiano. Pai do delegado Paulo Cassiano, principal algoz de Garotinho, Paulo César foi nomeado interventor na Santa Casa de Misericórdia de Campos, depois que o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro determinou o afastamento do provedor Benedito Marques dos Santos Filho(AQUI).   Personagem 3 – Promotor Leandro Manhães. Na qualidade de promotor de Justiça de Tutela Coletiva de Campos, coube a Leandro Manhães entrar com a ação cautelar que levou à intervenção na Santa Casa (AQUI), na gestão Rosinha Garotinho na prefeitura. Leandro era um dos proprietários de terrenos no projeto imobiliário de Araken Rosa.   Personagem 4 – juiz Ralf Manhães.  Intervém quando Rosinha, com base na opinião de outro procurador, ameaça retomar a Santa Casa.  Além de ameaçar os membros do MP, Manhães ordena à prefeitura que libere R$ 3 milhões para a Santa Casa (AQUI). Não se sabe o nível de parentesco com o promotor Leandro Manhães.  Personagem 5 – delegado Paulo Cassiano.  Delegado da Polícia Federal, é um delegado polêmico. Evangélico, exibicionista, em 2014 acusou a Universidade Federal de Santa Catarina de ser “um antro de maconheiros” (AQUI). Já mandou para a cadeia dois prefeitos do interior, em São Francisco de Itabapoana e São João da Barra, ambas no Rio de Janeiro. Nos dois casos, foi acusado de partidarismo político.  Em 2012, a poucos dias das eleições, chegou a propor a prisão preventiva da prefeita Carla Machado, de São João da Barra, na Operação Machadada. O juiz Leonardo Antonelli indeferiu. No mesmo dia, Cassiano ordenou a prisão em flagrante de Carla na véspera das eleições, claramente com a intenção de influenciar o eleitorado.  Não apenas isso, como divulgou vídeos da prefeita (hAQUI) a poucos dias das eleições.  Acusada de comprar votos, mais tarde a prefeita representou contra Paulo Cassiano junto à corregedoria da Polícia Federal e conseguiu seu afastamento da PF de Campos.  Na ocasião, Carla Machado acusou-o de trabalhar a serviço de Garotinho. Na época da convenção do PMDB local, Cassiano estacionou viaturas da Polícia Federal em frente o almoxarifado da Secretaria da Saúde, sem mandado judicial, criando um estardalhaço na cidade, segundo relatou Carla em sua página no Facebook (AQUI).   Tempos depois, um técnico de Campos confessou que tinha grampeado a prefeita em conluio com o delegado Cassiano (http://migre.me/vyiRu). Apesar da flagrante ilegalidade e de ter atropelado diversos capítulos da lei que dispõe sobre crimes de abuso de autoridades, nada de mais relevante aconteceu com Cassiano.  Nas últimas eleições, foi  acusado por Garotinho de telefonar pessoalmente para eleitores de Campos, pedindo votos para o candidato do PPS a prefeito, Rafael Diniz, eleito. Comandou, pelo WhatsApp, uma tal “corrente do bem” em favor de Diniz.  Personagem 6 – Fabiana Rosa.  Filha de Arakem Rosa na época do escândalo em São João da Barra, era Secretária da Saúde do município e foi acusada pelo delegado Cassiano  de distribuir remédios com prazo de validade vencido.  Tempos depois, o pai de Cassiano, Paulo César Barcellos Cassiano, assumiu a interventoria na Santa Casa de Misericórdia e levou Fabiana como auditora. Em seguida, ela foi nomeada Secretária da Saúde da gestão de Rafael Diniz, o prefeito apoiado pelo delegado Cassiano.  Personagem 7 – o juiz Glaucenir. O juiz Glaucenir tem um histórico de truculência. Há o caso da Guarda Municipal de trânsito que foi indiciada por ele, após multá-lo.  Antes disso, Glaucenir foi conduzido a uma delegacia em Vitória, acusado de ter sacado a arma em uma boate, contra o namorado de uma moça que teria sido incomodada por ele. Valeu-se da posição de juiz para manter a arma e o inquérito em sigilo. Na mesma ocasião, Joaquim Carvalho, do DCM, trouxe mais informações sobre o delegado Paulo Cassiano Junior, que prendeu Garotinho. Havia elementos robustos mostrando que a ação da PF obedeceu a propósitos eleitorais. Cassiano foi denunciado à Justiça Eleitoral por suspeição aja condução do inquérito que apurava crime eleitoral. A mesma Justiça que determinou a prisão de Garotinho ignorou a denúncia.
A discussão da intervenção --  Há que se ter muito cuidado com a história da intervenção, pois seria conferir um poder extraordinário a um Judiciário que tem se mostrado arbitrário, em muitos casos, vacilante, nos momentos essenciais.  Por outro lado, não se pode ignorar a situação de total descalabro do Rio de Janeiro, envolvendo todas as instituições de Estado e permitindo o exercício arbitrário do poder por juízes, promotores, delegados, em uma autêntica 'Lei da Selva'.  |||  O federalismo brasileiro prevê que a União intervenha em casos comprovadamente de caos generalizado. O ponto central é que esse caos não pode se restringir à Assembleia Legislativa. E a operação precisa ser soberana, para impedir que a organização criminosa que se apossou da Presidência da República possa ter qualquer espécie de ingerência.