terça-feira, 30 de outubro de 2018


Xadrez de Haddad e Ciro, o negociador e o guerreiro


LUÍS NASSIF, no JORNAL/GGN


Peça 1 – o antipetismo e o antibolsonarismo

Depois do golpe que depôs Dilma Rousseff, o único fator de coesão dos seus articuladores foi o antipetismo. Era a bandeira maior, em nome da qual deixavam-se de lado diferenças em relação aos temas nacionais.  Agora ocorrerá o foco inverso.      Com a vitória de Jair Bolsonaro para a presidência da República, há um motivo maior que deverá unir todas as forças democráticas, jogando para segundo plano quizílias pessoais, diferenças em relação a políticas econômicas e políticas públicas em geral: a defesa da democracia.   |||   O grande pacto nacional pela democracia foi firmado nos últimos dias de campanha. Alguns jornais celebraram o fracasso do pacto, pela recusa de Fernando Henrique Cardoso e Ciro Gomes em aderir à candidatura Haddad. Bobagem! O pacto foi firmado de maneira horizontal, juntando petistas, antipetistas, ciristas, ex-ciristas, tucanos tendo em comum a defesa da democracia.  |||   Mesmo com a derrota do candidato Fernando Haddad, a última semana de campanha ficará indelevelmente na mente de todos os que participaram, da mesma maneira que os comícios das diretas e outros momentos cruciais da vida nacional.  Esse movimento eclodiu devido a uma série de ameaças à democracia, às declarações de filhos de Bolsonaro contra o STF (Supremo Tribunal Federal), às ameaças de Bolsonaro no comício da Avenida Paulista, às invasões de universidades por juízes dos Tribunais Regionais Eleitorais.   |||   Parece ter caído a ficha do STF, da Procuradoria Geral da República, do próprio Alto Comando das Forças Armadas, sobre os riscos à democracia da partidarização das respectivas corporações.  O resultado foi uma ADPF (Ação de Descumprimento de Preceitos Fundamentais) da PGR, para impedir a repetição das invasões de universidades. A ADPF foi aceita pela Ministra Carmen Lúcia, depois de constatar que grande parte de seus pares, mais a mídia, haviam se insurgido contra as violências praticadas e contra as tentativas da base – juízes e promotores de primeira instância, delegados, policiais em geral – de passar a formular suas próprias leis, seguindo o exemplo do Supremo.   |||   Foi um despertar tardio, posto que não impediu a vitória de Bolsonaro. Mas antes tarde do que nunca, ficam postas na mesa política as condições para o grande pacto nacional, juntando partidos políticos, movimentos sociais, e instituições ameaçadas, como o STF e a própria mídia, em defesa da democracia.

Peça 2 – o formato do pacto

Nos próximos dias, haverá um debate intenso – e infrutífero – sobre os culpados por jogar o país nos braços do atraso.  A mídia insistirá nos erros de Lula e do PT – que, para manter o protagonismo político nas esquerdas, minimizaram o antipetismo.  Há uma enorme conta a ser assumida pela própria mídia, que criou o fantasma da guerra fria, do radicalismo de esquerda e outros factoides que ajudaram a alimentar o exército das trevas. Usou as prerrogativas da mídia, em uma democracia, para ajudar a destruir a democracia. Só no final da campanha se deu conta de que, em um ambiente de exceção, ela fica a reboque.   |||   Nada será cobrado de Fernando Henrique Cardoso, porque a única coisa que teria a oferecer, caso apoiasse Haddad, seria sua impopularidade. Mas a idade ajudou a acentuar as piores características de sua personalidade, um egocentrismo vazio e uma inveja profunda.  A grande questão é a maneira como irá se montar o pacto em defesa da democracia.  Haverá fusão de partidos, em função das cláusulas de barreira – que impõem condições para partidos terem acesso aos fundos partidários. Mas especialistas não veem condições, no curto prazo, para o aparecimento de um grande partido social democrata. Ou mesmo para uma refundação do PT, único partido que sobreviveu ao cataclismo das eleições, abrindo espaço para aliados de outros partidos.   |||   O pacto se dará em torno de bandeiras comuns, das quais a mais relevante será a defesa da democracia, dos direitos sociais. Não haverá condutores de povos, mas organizadores do pacto, tarefa que exige sabedoria, discernimento, desprendimento e humildade.   Nesse quadro, despontam dois candidatos a liderar a oposição, ambos com perfis diametralmente oposto: Fernando Haddad, propondo-se a ser o pacificador; e Ciro Gomes, pretendendo-se o condutor dos povos.

Peça 3 – o papel de Haddad, o conciliador

Nas últimas semanas de campanha, Haddad assumiu uma envergadura pública inédita. Conhecidos os resultados das eleições, fez um discurso histórico, de improviso, conclamando à união de todos contra as ameaças de arbítrio representadas por Bolsonaro.  Relembrou seus antepassados, em uma lição pedagógica de que o país pelo qual se luta é resultado da construção de gerações que fincaram princípios, depois seguidos pelos filhos que os repassaram para os netos. Por isso, a luta é também por respeito aos nossos antepassados. No fundo, a grande batalha será entre os descendentes daqueles que plantaram sementes civilizatórias, de boa vontade, de respeito ao próximo, contra os bárbaros e os desinformados.   |||   Haddad levantou bandeiras comuns a todos os democratas, ampliou a conclamação para todas as forças da Nação, não apenas para o PT, ofereceu amparo aos que sentem medo. Antes, na fase final da campanha, mostrou desprendimento ao insistir no apoio de Ciro Gomes – sabendo que, em caso de derrota, Ciro seria candidato certo a disputar a liderança dos democratas.  Em suma, comportou-se como um líder nacional.

Peça 3 – Ciro e a estratégia dos conflitos

Já sobre Ciro Gomes recairá uma conta pesada, por ter exibido um personalismo, um egocentrismo incompatível com o que se espera de um grande líder nacional.  E aí entram embates e interesses específicos que ajudaram a enterrar (momentaneamente) os avanços democráticos no país.   |||   Desde o início, o PT pensou em Ciro como seu candidato. Mas pretendia apoiá-lo mantendo o controle do processo político – como vice de Lula, posteriormente como candidato. Tinha esse direito, na condição de único grande partido brasileiro que resistiu ao desmonte político.   |||   De seu lado, Ciro e seu irmão Cid sempre foram refratários a partidos políticos. Seu voluntarismo, ainda que esclarecido, não cabe no figurino de um partido político. Aceitar a proposta do PT significaria se submeter a pactos com a Executiva do partido.  Tudo era uma questão de negociação. Mas elas não aconteceram.  Nem se atribua a vitória de Bolsonaro à ausência de Ciro: os ciristas votaram em peso em Haddad; o grande pacto aconteceu, mesmo com a ausência do líder. A falseta de Ciro foi contra seus próprios apoiadores.   |||   A última semana de campanha foi um momento histórico na vida de todos os democratas, período em que aflorou uma solidariedade do nível dos grandes comícios pelas diretas, com artistas, intelectuais independentes, juristas, youtubers se irmanando em uma ação emocionante contra o arbítrio. Foi um momento inesquecível de solidariedade democrática, marcando o nascimento do novo contra o atraso do governo Bolsonaro e suas milícias.   |||  Depois de um primeiro turno brilhante, Ciro seguiu para Paris abandonando seguidores, artistas e, especialmente, governadores aliados. Não atendeu sequer os telefonemas de governadores aliados. Enquanto isto, no Twitter, sua candidata a vice-presidente, Katia Abreu, dirigia todos seus ataques a Lula e ao PT, com uma falta notável de senso de oportunidade, não entendendo que a grande bandeira, aos olhos de seus seguidores, é a resistência a Bolsonaro, não a disputa por espólios da oposição.  |||  A estratégia de Ciro será dividir a oposição, para cavalgar o antipetismo contra o antibolsonarismo, mostrando notável capacidade de dispersão de energias. O que pretende?    Caso tivesse se empenhado no segundo turno, conseguiria juntar o antipetismo democrático com o petismo agradecido. Teria muito mais condições que Haddad para consolidar o grande pacto nacional pela democracia, por não carregar a herança petista.  Mas, enfim, preferiu o caminho solitário de quem não negocia: comanda. A incapacidade de negociar o impediu de ser presidente e dificultará bastante suas pretensões de liderar a oposição.

segunda-feira, 29 de outubro de 2018


Adeus, querida Globo!!!



BLOG DO ESMAEL

O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) prometeu duas questões na área da radiodifusão: 1- regular a mídia e 2- encerrar o oligopólio da Rede Globo.  Dito isto, um dos nomes cotados para ser o coveiro da emissora dos Marinho é o paranaense Murilo Hidalgo, diretor-presidente da Paraná Pesquisas. Ele seria o próximo ministro das Comunicações e da Comunicação da Presidência da República a partir de 1º de janeiro de 2019.   |||   Se a Globo cair, por óbvio, subirá como “TV oficial” do Palácio do Planalto a Rede Record, cujo dono, bispo Edir Macedo, da Igreja Universal do Reino de Deus, declarou apoio a Bolsonaro desde o primeiro turno.  Foi a Globo quem cavou a própria cova, ao criar o Coiso e amplificar o discurso antipetismo e de ódio.  Após 60 anos, adeus querida Globo...


Maioria pobre do País não

sabe, mas pagará a conta

com a vitória de Bolsonaro

Vítimas inconscientes da treva à vista que se preparem para o pior. E o PT tem culpa em cartório...

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ANDRÉ BARROCAL, na CARTA/CAPITAL

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Mano Brown
Mano Brownrapper de 48 anos que saiu e entende da favela, tinha jurado para si nunca mais subir em palanque político, mas quebrou a promessa na terça-feira da semana passada, 23, à noite, ao participar, no Centro do Rio, de um ato pró-Fernando Haddad, ao lado de Chico Buarque e Caetano Veloso.   |||   Não consigo acreditar que pessoas que me tratavam com tanto carinho, pessoas que me respeitavam, me amavam, que serviam o café de manhã, que lavavam meu carro, que atendiam meu filho no hospital, se transformaram em monstros. Eu não posso acreditar nisso”, discursou o sempre carrancudo Brown, em alusão ao bolsonarismo que seduziu parte das periferias brasileiras.   |||   A desconexão petista com as bases foi causada pela burocratização do partido nos tempos no poder em Brasília e resultou num aparente esquecimento de que a razão primeira de ser do campo progressista no Brasil é melhorar as condições de vida da maioria pobre.  Diante dessa desconexão – exceção feita ao Nordeste, terra de 39 milhões de eleitores, 26% do total –, o candidato da extrema-direita, Jair Bolsonaro, do PSL, chegou favorito às vésperas do dia D. Tinha 50% contra 37% de Haddad em um Ibope da terça-feira 23 e 44% a 39% em um Vox Populi do dia seguinte.  |||   As vítimas inconscientes da treva à vista que se preparassem para o pior. “As pessoas não sabem que estão votando contra si ao votarem no Bolsonaro”, diz Wellington Leonardo da Silva, presidente do Conselho Federal de Economia. O PT, afirma, foi tímido em expor as ideias do adversário, e a mídia não tinha interesse no assunto, para não contrariar seus anunciantes, bancos, grandes empresas.   |||   Em junho, a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, a OCDE, um clube de países desenvolvidos, mostrou que é cada vez mais difícil os pobres subirem na vida pelo mundo. A distância deles para os ricos aumenta desde a crise financeira global de 2008.
Com Bolsonaro eleito presidente, o país, penúltimo no ranking de ascensão social, vai ficar pior 
Por razões históricas, no Brasil é pior. Somos penúltimos em um ranking de ascensão social com 30 países, elaborado pela OCDE. Com Bolsonaro no poder, teoriza Leonardo da Silva, ficará mais grave. O presidente eleito e seu guru econômico, o ultraliberal Paulo Guedes, planejam aprofundar a reforma trabalhista de Michel Temer, por exemplo. “Imagine uma pessoa trabalhando sem jornada limitada de horas, sem 13º, sem Previdência... Acabará a perspectiva de uma vida melhor, vão trabalhar só para sobreviver”, diz o presidente do Cofecon.   |||   Com pouca grana no bolso, afirma, as pessoas dependerão mais do SUS e da educação pública, e estes vão sucatear com o congelamento de gastos por 20 anos aprovado por Temer e que Guedes promete manter.  Em 2019, a Saúde terá pela primeira vez menos verba em anos, 129 bilhões de reais, 1 bilhão a menos que este ano. Na surdina, o time bolsonarista soprou que quer cobrar mensalidade de universidades federais, ao menos de quem pode pagar.    |||   
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Macri, 'guru' de Guedes
Na quarta-feira 24, protestos contra o corte de gastos públicos terminaram em pancadaria em Buenos Aires. A polícia reprimiu com balas de borracha, gás lacrimogêneo e jatos d’água. A Argentina está em recessão, tem hoje o maior juro do mundo.  Em setembro, o governo Macri anunciou o fechamento de dez ministérios, um deles foi o da Saúde, agora uma repartição de outra pasta.   |||   Marca da gestão neoliberal de Mauricio Macri, a austeridade foi ampliada por um acordo de 57 bilhões de dólares com o FMI este ano. Guedes reza pela mesma cartilha neoliberal. Bolsonaro quer ter boa relação com Macri caso eleito, ambos conversaram por telefone em outubro.   |||   Dá para imaginar como o ex-capitão tratará protestos. Em um ato na Avenida Paulista a seu favor no domingo 21, ele despontou em um telão com um aviso aos adversários petistas. Vai “varrer do mapa esses bandidos vermelhos do Brasil”, “ou vão para fora ou vão para a cadeia”.  E ele ainda quer facilitar a venda de armas. A fabricante de armas Taurus agradeceu: 400% de valorização de suas ações na Bolsa entre 31 de julho e 22 de outubro. O recorde de 63,8 mil assassinatos alcançado pelo Brasil em 2017 será batido?    |||   É com retórica violenta e apelos aos valores morais que Bolsonaro entreteve o eleitorado, enquanto fugia de debates na tevê para não abrir o jogo com o povão sobre seus planos econômicos. Nunca um candidato a presidente por aqui foi tão pró-rico quanto ele, ao menos desde o fim da ditadura civil-militar (1964-1985).  Ele cansou de repetir que vai tirar “o Estado do cangote de quem produz”, reduzindo a carga tributária. Paulo Guedes pretende reduzir o Imposto de Renda das empresas para 20% (hoje está em 34%, na soma de IRPJ e CSLL) e unificar em 20% o dos assalariados, alíquota que hoje chega a 27,5% para rendas mais altas.   |||   É verdade, porém, que estuda rever um mimo do governo FHC aos endinheirados, a isenção de imposto nos lucros e dividendos recebidos por sócios de empresas, jabuticaba que também dá na Estônia e só.   Tudo somado, calcula Sérgio Gobetti, economista do Ipea, uma perda anual de 27 bilhões de reais para o Erário. Pior para as combalidas contas públicas. Em 2019, sexto ano seguido de rombo fiscal, 139 bilhões de reais.   |||   Guedes anunciou planos megalomaníacos para botar as contas no 'azul' nos próximos anos: vender todas as estatais e os imóveis federais. Calcula levantar coisa de 1 trilhão de reais. Uma 'conta de padaria', dizem alguns economistas, pois ele ignora, por exemplo, que entre os imóveis existem áreas militares e reservas indígenas, que não são comercializáveis.   Detalhe: na literatura econômica, privatização é tema examinado à luz da eficiência econômica, não de caixa. Um governo Bolsonaro tende a repetir o saldão de estatais visto após o fim da União Soviética, em 1991, um processo que serviu principalmente para produzir uma casta de oligarcas russos.   |||   As pretensões bolsonaristas explicam a adesão empresarial a ele. Na segunda-feira 22, reuniram-se com o deputado no Rio, em sinal de apoio, vários presidentes de entidades do setor industrial. Entre estas, Abiquim (química), Abimaq (máquinas), Anfavea (montadoras), Abit (têxtil), CBIC (construção civil), AEB (exportadores) e Instituto Aço Brasil.  Recorde-se: em uma sabatina com os presidenciáveis, em julho, na Confederação Nacional da Indústria, o candidato da extrema-direita foi o mais aplaudido. Na época, o líder da CNI, o mineiro Robson Andrade, dizia não ter “receio, de forma alguma” de um (ontem eleito)governo Bolsonaro.  Agora, reclama do plano dele de juntar os ministérios da Fazenda, do Planejamento e do Desenvolvimento em uma superpasta da Economia, com Paulo Guedes à frente. “Quem vai defender as políticas industriais?”, afirmou em nota.    |||    O apoio patronal a Bolsonaro foi tanto, que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) resolveu investigar. Foi a pedido do PT e em decorrência da notícia da Folha de S. Paulo de que certas empresas pagaram milhões para difamar Haddad pelo WhatsApp

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Hang coagiu empregados a votar em Bolsonaro
Pacotes de mensagens custariam até 12 milhões de reais. A compra desses pacotes foi ilegal, pois é proibido empresa financiar político. Um dos mecenas teria sido Luciano Hang, da rede de lojas Havan.   |||   Hang é aquele catarinense que coagiu funcionários para votar no ex-capitão. O PT queria que o TSE tivesse mandado recolher papéis na empresa dele, mas aí a Corte não topou. A campanha de Bolsonaro disse ao tribunal que a suspeita não tinha cabimento, enquanto Hang decidiu processar a Folha.    |||   O empresário, soube-se nos últimos dias, foi autuado pela Receita Federal em 100 milhões de reais, por ter tomado um empréstimo para sua empresa, mas usado a grana como pessoa física. Bolsonaristas ameaçaram três jornalistas e um diretor da Folha, que pediu investigação ao TSE e proteção policial.    |||   A propaganda empresarial ilegal ajudou a machucar a imagem de Haddad. A rejeição ao petista disparou perto do primeiro turno. Era de uns 30% no início de setembro e chegou a quase 50% em meados de outubro, acima do antes campeão no quesito, Bolsonaro.  |||  Às vésperas do turno final, o índice de ambos empatou, o que devolveu esperança aos progressistas de uma virada no dia 28. Estava em 41% no caso do petista e em 40%, no do ex-capitão, no Ibope. Empate, ao que parece, resultante do combate a uma guerrilha difamatória levada adiante pelo bolsonarismo contra Haddad no submundo do WhatsApp. Um combate feito pelos petistas sobretudo entre evangélicos, bombardeados antes por mensagens a retratar um Haddad depravado.   |||   O símbolo máximo da difamação foi a exploração de uma iniciativa de 2011 do Ministério da Educação, tempos de Haddad lá, de inibir a homofobia nas escolas, ideia batizada no mundo evangélico, e não é de hoje, de kit gay.  Em 16 de outubro, a pedido de PT, o TSE mandou tirar a “informação” sobre o tal kit da web e de onde fosse. Na segunda-feira 22, o Facebook tirou do ar a maior rede bolsonarista, devido a uma reportagem do Estadão a mostrar que ali houve, digamos, violação da boa-fé alheia. A propósito, um senador chileno, Alejandro Navarro, acaba de propor em seu país uma “Ley Bolsonaro”, contra notícias mentirosas.  Historicamente com educação deficiente, o Brasil é um paraíso para as chamadas fake news.   |||    Dos 147 milhões de eleitores, 45% são analfabetos, declaram saber ler e escrever ou cursaram no máximo o Ensino Fundamental.  Esses dados do TSE ajudam a entender por que o Brasil é o país que mais crê em fake news. Aqui, 62% admitiram já ter tomado alguma como verdadeira, conforme uma pesquisa global feita entre junho e julho pelo instituto Ipsos.    |||   Na quarta-feira 24, um membro do QG petista lamentava: “Esta eleição tem muita confusão mental, as pessoas não têm formação mínima capaz de entender as coisas, de processar informações”. Imagine-se o dia, não muito distante, que chegar o “infocalipse”, termo cunhado por um pesquisador americano, Aviv Ovadya, da Universidade Colúmbia.  Um apocalipse informativo provocado pelo avanço tecnológico, com ameaças para a democracia no planeta. Hoje, já é possível montar um vídeo com uma pessoa a dizer o que ela nunca disse. Aconteceu com Barack Obama em 2017.   |||   No dia em que recebeu os industriais, Bolsonaro conversou com um certo juiz do Tribunal Superior do Trabalho. Um encontro simbólico da pretensão bolsonarista de facilitar a vida dos empresários à custa dos assalariados.   Foi com Ives Gandra Martins Filho, presidente do TST de 2016 a 2018. O juiz foi um dos mentores da reforma trabalhista de Temer, e ela foi o tema principal com Bolsonaro, conforme o togado contou publicamente.   |||  Gandra Filho é da opinião de que a Justiça do Trabalho tem de se enquadrar à reforma, do contrário merece fechar, motivo para ter sido declarado, em maio, persona non grata pelos magistrados do ramo.  Ele também acha que o brasileiro precisa escolher: quer emprego ou quer direitos? Podia dar o exemplo e abrir mão dos 5,2 mil reais mensais de auxílio-moradia e auxílio-alimentação no holerite mensal de 37,3 mil reais. Ou dos 60 dias de férias, mamata garantida em lei para os togados, pertencentes ao 1% mais rico do País.   |||   No governo Temer, Gandra Filho foi cotado para uma vaga no Supremo Tribunal Federal, quando Teori Zavascki morreu em acidente de avião. No próximo governo, vão abrir duas vagas no STF, e caberá ao novo presidente indicar os sucessores.  Membro da Opus Dei, ala radical do catolicismo, a visão de mundo de Gandra Filho é bolsonarista. Para ele, quem manda em casa é o homem e casamento gay é pecado. Tem a quem puxar. Seu pai, o jurista de causas patronais Ives Gandra Martins, escreveu em 2013 um artigo no jornal cearense O Povo a se queixar: “Hoje, tenho eu a impressão de que no Brasil o ‘cidadão comum e branco’ é agressivamente discriminado pelas autoridades governamentais constituídas e pela legislação infraconstitucional, a favor de outros cidadãos, desde que eles sejam índios, afrodescendentes, sem-terra, homossexuais ou se declarem pertencentes a minorias submetidas a possíveis preconceitos”.   |||   A visita de Gandra Filho a Bolsonaro levou o Conselho Nacional de Justiça a cobrar explicações do juiz, pois a Constituição e a Lei Orgânica da Magistratura proíbem togado de fazer política. Vai ser algo daí além do aborrecimento do juiz de mandar algum assessor escrever uma resposta ao CNJ?   A Justiça brasileira pareceu acovardada diante do bolsonarismo. Eduardo Bolsonaro, o caçula do ex-capitão, ameaçou o Supremo duas vezes em julho. Em uma aula de cursinho no Paraná, disse que bastava um soldado e um cabo para fechar a Corte e que não haveria protesto popular em defesa de nenhum dos supremos juízes.   |||   Em uma audiência pública no Congresso, afirmou, presumivelmente sobre uma vitória do pai: “Eu acredito que, caso o próximo presidente venha a tomar medidas e aprovar projetos que sejam contrários ao gosto desse Supremo, eles vão declarar inconstitucional. E, aqui, a gente não vai se dobrar a eles, não”.  “Golpista”, reagiu Celso de Mello, o mais antigo do STF, um dos dois que vão pendurar a toga no próximo governo. Dos 11 juízes do Supremo, seis reagiram em público. Um deles, justamente o presidente, Dias Toffoli, apenas de forma escrita: “Atacar o Poder Judiciário é atacar a democracia”. Atitudes retóricas, e nada mais.  |||   Bolsonaro mandou uma carta a Celso de Mello, disse em público que pedia desculpas pelo filho e ficou por isso mesmo. Talvez tenha até ganhado uns pontos com os eleitores, já que o Supremo é aquele lugar que pede aumento de salário, distribui auxílio-moradia de Norte a Sul e desfruta de apenas 24% de confiança popular, conforme uma pesquisa da FGV.   Certo é que os bolsonaristas mais radicais estão com sangue nos olhos contra o Judiciário. Um tal coronel Carlos Alves surgiu em um vídeo na última semana da campanha a chamar Rosa Weber, a presidente do TSE tutelada pelo chefe do serviço de inteligência federal, general Sérgio Etchegoyen, de “salafrária, corrupta, incompetente”. O Supremo pediu investigação do coronel, que respondeu com outro vídeo, desta vez a ofender Gilmar Mendes, também do STF.   |||   A ameaça de Bolsonaro de que a oposição a um governo dele teria de se exilar e as afirmações do filho Eduardo sobre o STF arrancaram do ex-presidente FHC novas declarações contra o ex-capitão.  Mas, até a conclusão desta reportagem, na quinta-feira 25, o tucano não tinha manifestado voto em Haddad, um apoio cortejado pelo petista de olhos no 63 milhões de eleitores do Sudeste, 43% do total. Na reta final, Marina Silva, da Rede, enfim declarou voto nele, enquanto Ciro Gomes, do PDT, só voltaria da Europa na sexta-feira 26, sem se saber se faria algum gesto pró-Haddad.   |||   O impacto positivo prático desses apoios ao petista era incerto. Apesar do antipetismo na superfície, Bolsonaro, o “soldadinho de araque” na definição do rival, é um fenômeno de raízes antissistêmicas, antitudo. Fosse o antipetismo a explicação para esta eleição, Lula não teria 39% nas pesquisas até sua candidatura ser barrada pelo TSE. Um índice alcançado mesmo com ele preso e calado fazia quatro meses.  Agora aguenta, Brasil...

Firmeza e serenidade para resistir

    
FERNANDO BRITO, no TIJOLAÇO

As urnas falaram e por mais que doam a angústia e o receio com o que está por vir, não é hora de lamúrias e recriminações.   |||   É hora de firmeza e serenidade, porque são elas que nos podem manter lúcidos e fortes para enfrentar o que virá e não se iludam com as declarações moderadas de Jair Bolsonaro nesse domingo à noite, na entrevista às televisões, entremeadas de clamores a Deus.   |||   É mais próximo da realidade o Bolsonaro da live do Facebook: raivoso, ressentido, ameaçador.  Ainda que tivesse um programa econômico que fosse além do “liberou geral” para o mercado, não é provável que algum efeito se possa fazer sentir para a população, embora a turma do dinheiro vá fazer a festa amanhã.   |||   A bandeira que pode desfraldar e, até, encaminhar antecipadamente ao Congresso é a do afrouxamento do controle da posse de armas.  Vai ter o auxílio “luxuoso” de Sérgio Moro e do Judiciário que se prevalecerão do resultado eleitoral para tornar maior e mais fundo o processo de perseguição a Lula.   |||   Estes tempos terão, ainda, no ódio o combustível desta gente.  Vai ser preciso que passem os dias. Curemos nossas feridas com coragem para que possamos resistir.  Não é possível governar o Brasil com “lives” e “WhatsApp”.
Oposição  democrática  contra entreguismo de Bolsonaro
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País dividido impõe oposição determinada contra anunciado
 programa entreguista e excludente de Bolsonaro


É certo que o governo Bolsonaro enfrentará uma firme e decidida oposição, alicerçada nos mais de 47 milhões de votos da chapa Fernando Haddad-Manuela d’Ávila e na ampla mobilização democrática da reta final da campanha eleitoral. Afinal, a eleição do candidato da extrema direita representa o maior retrocesso desde o fim do regime militar instaurado com o golpe de 1964. Foi a vitória de um projeto contrário à democracia, que traz como consequência a ameaça ao patrimônio nacional e aos direitos do povo. Agora, concretamente, o Brasil está diante de um poder declaradamente inimigo da sua soberania e das conquistas históricas dos trabalhadores.   |||   No discurso como presidente eleito, na noite desse domingo(28), Bolsonaro fez juras às liberdades e à democracia. Mas, minutos antes, numa transmissão feita pela internet, novamente voltou a atacar os comunistas, os socialistas, a esquerda. Jura que defenderá a Constituição, entretanto, por tudo que disse antes e durante a campanha, e mesmo depois de eleito, tal juramento soa pura falsidade.   |||   Bolsonaro chega à Presidência da República com um programa de governo absolutamente entreguista, que pode resultar na alienação do que há de mais valioso do patrimônio nacional acumulado num processo histórico que possibilitou ao país criar as bases da sua soberania. Com um discurso demagógico, elaborado sob medida para passar uma imagem falaciosa das empresas estatais, ele chegou a prometer a entrega da Petrobras, o principal ícone da existência do Brasil como nação independente.   |||   Desse programa, que fica muito bem caraterizado como ultraliberal e neocolonial, resulta uma agenda que tem em mira varrer as estatais estratégicas do território nacional. Isso significa que as riquezas do país, em especial o pré-sal, não seriam mais controlados por mãos brasileiras. Consequentemente, os benefícios de um imenso patrimônio, que deve servir de base para um projeto de nação com desenvolvimento e progresso social, passariam às mãos dos grandes grupos movidos à ganância e aos saques das nações nas quais contam com governo aliados.    |||   Entram nesse cálculo, também, um gigantesco potencial de força de trabalho, que o programa de governo de Bolsonaro anuncia como totalmente desprovido de proteção social. Por ele, o que resta da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) seria banido, um aprofundamento da “reforma” trabalhista que o governo do presidente usurpador Michel Temer impôs, sem a anuência do povo, uma vez que ele foi entronizado no poder por um golpe contra as instituições democráticas e a soberania do voto. O mesmo destino está anunciado para a Previdência Social, que seria totalmente liquidada. Nesse cômputo está também a Emenda Constitucional nº 95, que na prática desmonta os serviços públicos e debilita o Estado nacional, retirando dele a capacidade de planejar e impulsionar o desenvolvimento.   |||   Há ainda o anunciado ataque às instituições democráticas que resultaram de um longo processo de lutas para a formação do arcabouço do Estado Democrático de Direito. Sem essa premissa, o que sobra é o arbítrio e a violência, exatamente o que Bolsonaro e seu séquito pregaram o tempo todo. A legalidade democrática é a garantia de que a sociedade será respeitada e terá assegurada os canais para a sua participação na institucionalidade do Estado. O governo Bolsonaro, promete, sem meias palavras, fechar todos esses espaços de participação popular. Mais do que isso: promete criminalizar os movimentos sociais.   |||   O desenho que se revela no novo governo, ao se fazer essa radiografia, é o de um Estado de feição ditatorial, com mordaças como instrumentos de poder. Ou por outra: no lugar do Estado Democrático de Direito entra um agrupamento com poderes discricionários para tutelar a vida da sociedade. Por esse conceito, está em risco, como o bolsonarismo verbalizou, a liberdade de imprensa, de manifestação e de organização partidária, garantias do exercício de direitos democráticos.   |||   Esse retrocesso anunciado pelo governo Bolsonaro tem grandes extensão e profundidade. Atinge, além da soberania nacional, a estrutura do Estado Democrático de Direito. É um ataque em grande escala ao que foi conquistado com a Revolução de 1930, com a Constituição de 1946 que pôs fim ao arbítrio do Estado Novo e com a Constituição de 1988, que também encerrou outro período autoritário e violento, o regime militar de 1964.   |||   Mas que se diga: não será fácil Bolsonaro enterrar a democracia brasileira. A campanha da reta final da chapa Haddad-Manuela levantou a consciência democrática da nação. Contingentes expressivos da sociedade brasileira estão em estado de alerta. A luz amarela está acesa. A democracia está em risco, mas poderá se erguer uma barreira, constituída por amplas forças políticas e sociais para impedir que se instaure um regime de Estado de exceção.   |||   As forças democráticas, progressistas, populares e patrióticas certamente mais uma vez se levantarão, com todo o seu vigor, contra as ameaças a essa construção histórica. Desde já, emergem as condições para uma oposição decidida, que deve ser organizada no Congresso Nacional e demais casas legislativas, aglutinando parlamentares, governadores, prefeitos, intelectuais, artistas, religiosos, ativistas dos movimentos sociais — e demais democratas e patriotas —, num amplo movimento de resposta à anunciada política de terra arrasada do governo Bolsonaro. 



domingo, 28 de outubro de 2018


Joaquim Barbosa declara  voto

em Haddad e rebate Bolsonaro 

sobre ‘Mensalão’

O ex-ministro do STF Joaquim Barbosa Foto: Aílton de Freitas / Agência O Globo
"Pela primeira vez em 32 anos de exercício do direito de voto, um candidato me inspira medo.
 Por isso, votarei em Fernando Haddad
..."

O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa declarou voto,  nesse sábado(27), no candidato do PT, Fernando Haddad. O gesto era esperado pelo petista desde o início do segundo turno, quando começou a costurar alianças para tentar superar nas urnas Jair Bolsonaro (PSL). O ex-ministro explicou, em sua conta no Twitter, que o voto era uma escolha racional, e que como um dos candidatos “inspira” medo, ele optava por Haddad.  “Votar é fazer uma escolha racional. Eu, por exemplo, sopesei os aspectos positivos e os negativos dos dois candidatos que restam na disputa. Pela primeira vez em 32 anos de exercício do direito de voto, um candidato me inspira medo. Por isso, votarei em Fernando Haddad.”
Votar é fazer uma escolha racional. Eu, por exemplo, sopesei os aspectos positivos e os negativos dos dois candidatos que restam na disputa. Pela primeira vez em 32 anos de exercício do direito de voto, um candidato me inspira medo. Por isso, votarei em Fernando Haddad.

Sem  citar  Haddad,   Ciro

pede voto por democracia

e  contra  intolerância

Ciro



Em transmissão através de seu perfil no Facebook, Ciro Gomes, candidato à presidência pelo PDT no primeiro turno, afirmou não querer tomar lado na campanha, apesar das pressões para que fizesse um gesto mais enfático de apoio a Fernando Haddad, do PT.   "Claro que todo mundo preferia com meu estilo que eu tomasse um lado e participasse da campanha. Mas não quero fazer isso por uma razão muito prática que não quero dizer agora, porque, se eu não posso ajudar, atrapalhar é o que eu não quero", afirmou.    |||   Haddad declarou recentemente que um apoio de Ciro seria crucial para uma virada contra Jair Bolsonaro, do PSL. O pedetista preferiu adotar o mesmo tom após ser derrotado no primeiro turno, quando declarou que era "ele não, sem dúvida", mas não apoiou diretamente Haddad. Seu partido anunciou um "apoio crítico" ao petista.   Ciro estava em Paris até essa sexta-feira(25), quando desembarcou em Fortaleza.  |||   O presidente do PDT, Carlos Lupi, chegou a afirmar à imprensa que ele gravaria um vídeo com declaração de voto em Haddad.   No vídeo, Ciro pede para Deus abençoar "essa grande nação para que todo mundo possa caminhar para votar pela democracia, contra a intolerância, pelo pluralismo". "Mas também ninguém está obrigado a votar contra convicções e ideologias", completou.   Ele defendeu ainda a construção de um grande movimento a partir de segunda-feira que defenda a democracia brasileira, a sociedade mais pobre e os interesses nacionais.

ACESSE O VÍDEO AQUI


YouTuber  com  2,7 milhões de  seguidores  vota  em Haddad

"O PT nunca me ameaçou", diz Felipe Neto...
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O youtuber(*) Felipe Neto, que tem 2,7 milhões de seguidores em seu canal(faturamento aproximado de R$120 mil mensais), acaba de declarar seu voto em Fernando Haddad (PT): Autoritarismo nunca mais! Irei de Haddad sem orgulho algum, mas pela Democracia”, diz ele.   |||   “Eu estava neutro no 2º turno pelo meu ódio(???) ao PT. Tudo mudou quando o 'Bozo' falou, AGORA, que vai varrer os opositores para fora do país ou pra cadeia. Em 16 anos de PT, nunca ameaçado. Autoritarismo nunca mais! Irei de Haddad sem orgulho algum, mas pela Democracia”, diz o famoso youtuber.

(*) Produtor de vídeos na internet, veiculados através da plataforma do Youtube. O mais famoso Youtber é um sueco que possui  27 milhões de seguidores: Felix Kjellberg, criador do canal PewDiePie, já teve 4,78 bilhões de atualizações com suas postagens bem humoradas sobre games. Oferece dicas e faz análises de jogos diretamente de casa e fatura, em média, US$ 4 milhões por ano.

sábado, 27 de outubro de 2018

Haddad  vira  no Ibope e Datafolha entre as mulheres


Resultado de imagem para Fotos de Haddad com mulheresPesquisas do Datafolha e do Ibope confirmaram neste sábado (27) que Fernando Haddad (PT) virou entre o eleitorado feminino.   |||   O TSE afirma que as mulheres são 52,5% dos votos brasileiros, portanto, a maioria do eleitorado.


 



Ibope e Datafolha indicam ritmo de virada: Haddad sobe e Bolsonaro cai

 


As pesquisas dos institutos Ibope e Datafolha também confirmam a tendência de virada na reta final da campanha. Em menos de dez dias, Fernando Haddad reduziu bastante a diferença o separava de Jair Bolsonaro, ainda liderando a disputa presidencial, mas por distância reduzida que, no limite da margem de erro, pode chegar a apenas 2%, na pesquisa Ibope.   |||   IBOPE entrevistou 3.010 eleitores nos dias 26 e 27 de outubro e, no cômputo total de votos, incluindo os brancos/nulos (10%) e indecisos (2%), Jair Bolsonaro tem 47% das intenções de voto, enquanto Fernando Haddad tem 41%. Na pesquisa anterior, Bolsonaro tinha 50% e Haddad, 37%. Considerada a margem de erro, Bolsonaro pode variar entre 49% e 45%, já Fernando Haddad pode ir à 43% ou descer a 39%. Ou seja, no limite da margem de erro, o candidato do PSL pode ter 45% e o da coligação O Povo Feliz de Novo 43%, ficando a diferença em apenas 2%.  Na pesquisa anterior, divulgada na quarta-feira (23), Bolsonaro tinha 50% e Haddad, 37%.  Excluídos os votos brancos e nulos, Jair Bolsonaro tem 54% e Fernando Haddad (PT) 46% dos votos válidos. Considerada a margem de erro no limite a diferença pode ser de apenas 4%, com Bolsonaro tendo 52% e Haddad 48%.  Na pesquisa anterior, Bolsonaro tinha 57% e Haddad, 43% dos votos válidos.   |||   Já no DATAFOLHA, no cômputo total de votos, Jair Bolsonaro tem 47% das intenções e Fernando Haddad 39%, já os branco e nulos somam 8% e não souberam indicar 5%. Considerada a margem de erro, Bolsonaro varia entre 49% e 45%, enquanto Haddad pode ir a 41% ou cair para 37%. No limite da margem de erro, a diferença mínima seria de 4%. No levantamento anterior, anunciado na quinta-feira (25), Bolsonaro tinha 48%, Haddad tinha 38%, os brancos e nulos somavam 8% e os eleitores que não sabiam eram 6%.


BOLSONARISTA MATA ELEITOR DE HADDAD
NO CEARÁ



Um jovem foi baleado e morreu durante a carreata do candidato a presidência Fernando Haddad (PT), no  começo desta noite de sábado, 27, no centro de Pacajus, cidade situada na região metropolitana de Fortaleza, a 51 km da capital cearense.   |||   Conforme uma moradora, a movimentação era grande muitas pessoas presenciaram o momento do crime. Familiares da vítima que participavam da carreata relataram que o rapaz estava dentro de um automóvel e o criminoso saiu de um Gol Branco e efetuou vários disparos.   |||   A vítima foi encaminhada a um hospital da região, mas não resistiu aos ferimentos. Charlione Lessa Albuquerque, de 23 anos, trabalhava como servente de pedreiro em Fortaleza. Ele estava no automóvel com a mãe e participava da carreata quando foi baleado.

Vox Populi/247:    Haddad empata com Bolsonaro  e indecisos definem eleição
Pesquisa Vox/247 realizada neste sábado 27 aponta empate entre Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL), apontando para uma virada real neste domingo 28, data da votação do segundo turno.  Nos votos totais, as intenções de voto são de exatamente a 43% a 43%.  Ninguém/Brancos/Nulos são 9% e “não sabe” ou “não respondeu”, 5%.  Nos votos válidos, os percentuais são de exatamente 50% a 50%.  Os votos espontâneos para presidente, quando os eleitores citam o nome do candidato espontaneamente, são de 51% a 49% para Bolsonaro.  |||  Essa pesquisa foi registrada junto à Justiça Eleitoral no dia 21 de outubro, sob o número BR-09614/2018. Foram entrevistados 2.000 eleitores de 16 anos ou mais, em 121 municípios. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, estimada em um intervalo de confiança de 95%.   |||   A pesquisa Vox/247 foi a segunda encomendada pela Editora 247 ao instituto Vox Populi financiada totalmente por eleitores, membros da comunidade 247, assinantes solidários ou não do portal e da TV 247. Para isso, foi aberta uma campanha de financiamento coletivo no site Catarse, ainda aberta|||   A  Vox/247 do dia 6 de outubro, véspera da votação do primeiro turno, foi a que mais se aproximou do resultado das urnas no primeiro turno das eleições de 2018, em comparação às dos outros dois institutos de pesquisa mais tradicionais do país, o Ibope e o Datafolha.