quinta-feira, 29 de março de 2018


Um tiro pela culatra na
eleição da CASSI/BB
                                                                                                   
                                                                                  Antônio Manoel Góes(*)

Revolta-me a manifestação massiva de atraso, inconsequência e ignorância política de 'colegas' aposentados do Banco do Brasil,  avalizando, com a vitória da chapa 4, previsível desmonte da CASSI.

Articulação perpetrada pelo governo golpista visa a  transformar nosso plano de saúde corporativo(e, por extensão,  os dos demais bancos ditos ‘estatais’) em similar aos 'abertos' do mercado, inviabilizando em  curto prazo, para expressivo contingente de associados,  país afora, condições assistenciais de sobrevida, depois de mais de meio século de contribuição, a exemplo dos de minha geração funcional.

Desgraçadamente, a onda de fascismo em curso é respaldada por 'ativos' e aposentados do BB(estes em primeiro plano), todos, com seus dependentes, suscetíveis às incontornáveis e deletérias consequências da opção eleitoral que tiveram no recente pleito. 

sábado, 10 de março de 2018

 Globo pressiona  e a doutora Carminha,  do  Supremo,    já decidiu  pela  prisão  de  Lula
 Resultado de imagem para Fotos da ministra Carmen Lúcia e Lula



AMgóes >>>Na terça-feira da semana passada, dia 6, o ex-presidente Lula, entrevistado pela Rádio Metrópole/FM de Salvador, deixou bem claro que, apesar de reiteradas sugestões que lhe fazem, não fugirá do Brasil caso seja decretada sua prisão, confiando surrealmente, como frisou, ‘em nossas instituições republicanas e democráticas, ora apodrecidas.

No curso da tarde da mesma terça-feira, 6, o Superior Tribunal de Justiça, pelo voto unânime de seu colegiado, negou o ‘habeas corpus’ contra sua eventual prisão ao fim dos recursos impetrados na segunda instância, o TRF-4 de Porto Alegre, onde sua pena de nove anos, decidida por Sérgio Moro, em Curitiba, foi elevada para doze e um mês.
Tanto na Rádio Metrópole da Bahia como na entrevista a Mônica Bérgamo, da Folha de S. Paulo, na  semana anterior, Lula foi incisivo ao enfatizar que iria até as últimas consequências.

A retórica do ex-presidente, inimigo número um da quadrilha golpista que se apropriou do poder em 2016, de que ‘amo o Brasil e jamais deixarei este país’, uma reformulação daquela marchinha de carnaval que dizia ‘daqui não saio, daqui ninguém me tira’, deixa clara uma, digamos,  recalcitrância conciliatória, pedra filosofal majoritária do Partido dos Trabalhadores, que norteou os governos Lula e Dilma. Malgrado,  recordemos,  a sucessão de porradas desferidas a partir do famigerado ‘Mensalão’, processo instaurador, entre nós, da tal ‘teoria do domínio do fato’, mecanismo jurídico adulterado pelos tribunais da Alemanha nazista para condenar à morte supostos inimigos de Hitler.

A vitória eleitoral em 2002 consolidou, nas instâncias domésticas do PT, notadamente em seu núcleo centralizador das ações programáticas de inclusão social, a ideia de que, a partir de 1º de janeiro de 2003, estaria ‘tudo  dominado’ e, em consequência, a Globo enfim seria ‘nossa’.

Mundo afora, ato contínuo ao anúncio oficial do resultado das urnas, o candidato vencedor e seu partido promovem  entrevista coletiva de que participam e formulam perguntas todos os órgãos de imprensa, nacional e estrangeira. Aqui o ritual tem sido diferente, desde  a ditadura dos generais: no primeiro momento, o indefectível pronunciamento do vitorioso, aboletado na sacada de um  prédio qualquer(a de Lula, em 2002, em  meio ao ‘frisson’ da vitória, foi da varanda de seu apartamento em São Bernardo do Campo). No dia seguinte, a suprema glória: entrevista exclusiva à Rede Globo, na bancada do Jornal Nacional.

Daí o cacoete, consolidado no comando petista, de que doravante tudo mesmo, inclusive -  e principalmente – as organizações Globo, estava ‘dominado’, com  os veículos midiáticos conservadores ‘comendo em nossa  mão’.

O primeiro grande golpe desferido contra o PT foi o desmonte de José Dirceu, provável aspirante,  segundo a ordem natural do processo, à sucessão de Lula, oito anos depois. Afora penduricalhos persecutórios de menor monta, incluídos como ‘pano de boca’ na relatoria do ministro Joaquim Barbosa, no STF,  que lhe garantiram permanentes holofotes da Globo, o alvo mesmo era Dirceu, sem dúvida o garantidor da ampliada aliança eleitoral responsável, depois de bater na trave por três vezes consecutivas, desde os idos de 1989,  pelo contagiante sucesso do projeto petista nas urnas, um contraponto à desgastada e entreguista temporada demotucana de FHC.

Sabe-se agora, por conta de ferrenha pressão da Rede Globo, que a escorregadia presidente do Supremo, ministra Cármen Lúcia, insiste em não pautar a análise das Ações Declaratórias de Constitucionalidade, relativas ao tema controverso e mal-alinhavado da prisão após condenação em segunda instância, apesar da anunciada disposição da maioria de seus pares quanto à revisão do tema, motivo de reiterados recursos de cidadãos sujeitos à referida excrescência constitucional.

Dessa forma, fecha-se o cerco e Lula caminha estoicamente para as grades sem apelação, com a  sentença do caso ‘triplex do Guarujá’, saída da ‘convicção’ de um juizeco de primeira instância, ainda que sem qualquer prova para subsidiá-la, pois, afinal, ‘prova’ não vem ao caso.

Por fim,  uma perguntinha básica: quais mesmo as ‘últimas consequências’ que Lula se declara decido a enfrentar? A ilusória resistência cidadã de uma base social desmobilizada desde sua posse em 2003, quando se achou que estava ‘tudo dominado’ indica que o ex-presidente, caudatário de equivocada ‘conciliação de classes’, ruma em marcha batida para os umbrais da Papuda em séquito de viaturas da Polícia Federal e profusão de estratégicas câmeras da Globo, um espetáculo que visa a mostrar ao mundo a imagem  de um ex-presidente corrupto, alcançado pelo braço implacável da lei, enfim confinado à prisão.