domingo, 30 de dezembro de 2018


Documentário “A Facada no Mito” é impressionante e exige resposta da PF
RENATO ROVAI, na REVISTA FÓRUM

A partir de uma matéria(AQUI) originalmente publicada na Rede Brasil Atual cai no canal do YouTube “True or Not” que foi criado apenas para divulgar o documentário anônimo “A Facada no Mito”. A primeira impressão é de que assistiria a um vídeo amador mal feito e que não mereceria qualquer credibilidade. Vamos dizer que há meia verdade na minha primeira impressão.  O documentário é de fato amador, provavelmente feito por pessoas sem formação em audiovisual ou jornalismo. Não é narrado. É baseado em imagens do dia do atentado a Bolsonaro, acompanhado de música e textos que questionam o que de fato aconteceu.   |||   A questão é que, mesmo sendo totalmente amador, o vídeo conduz, a quem assiste, a uma série de dúvidas sobre o tal atentado e isso merece ser tratado como um novo objeto nas investigações acerca do que ocorreu naquele 6 de setembro.  Sua tese central é de que o atentado foi uma grande armação. Muita gente já achava isso naqueles dias. E o jornalista que escreve nunca deu bola para essa suspeita, entre outras coisas, porque fabricar um atentado envolvendo hospitais não me parece algo possível.   |||   Ainda achava a hipótese muito improvável, mas, ao terminar de assistir “A Facada no Mito”, quero dizer que minha convicção inicial ficou abalada. E que a partir de agora considero importante que a sociedade tenha respondida uma série de questões realizadas pelo documentário.   Porque entre outras coisas, o vídeo mostra cenas de uma primeira tentativa de ataque de Adélio Bispo a que teria sido assistida por vários dos seguranças de Bolsonaro. E que teria ocorrido após uma contagem regressiva de um deles com os dedos de uma das mãos que começa cheia, com cinco dedos e vai diminuindo um a um até chegar no zero. Momento em que Adélio parte para o ataque.   |||   Essas pessoas que estão o tempo todo próximas a Adélio são marcadas em atos suspeitos no vídeo e parecem de fato terem agido em conjunto com ele. No momento da segunda tentativa de agressão, que foi a que teria ferido Bolsonaro, são elas que prendem Adélio e a protegem de ser agredido e morto ali no local da ação.  Além de mostrar um a um esses supostos envolvidos, o vídeo também aponta contradições em relação ao ferimento e à faca que foi apontada como a usada. E defende a tese de que o instrumento utilizado não seria o apresentado, mas sim um “folding Knife”, uma faca dobrável. E que por isso não há sangue no ferimento, já que a facada não teria ocorrido.   |||   Os argumentos e as cenas apresentadas por incrível que possa parecer fazem muito sentido. Mas não explicam algo fundamental, se o evento foi produzido com tanta gente envolvida por que até agora a armação não veio à tona?  |||   De qualquer maneira, há uma outra questão que o documentário chama atenção e que não havia sido tratada com importância devida.  No dia do atentado um fotógrafo(Felipe Couri) do jornal Tribuna de Juiz de Fora,  estava produzindo imagens. No exato momento em que Bolsonaro é atacado ele teve sua atenção desviada e não conseguiu fazer a foto que provavelmente o levaria a ganhar prêmios de jornalismo, mas mesmo assim foi retirado do local por um segurança de Bolsonaro de forma agressiva.  O jornal Tribuna de Juiz de Fora registrou o fato da seguinte forma:
 A matéria pode ser lida neste link.      
É imprescindível que a Polícia Federal  responda as questões apresentadas no vídeo. E que as pessoas citadas como parte da ação de Adélio Bispo venham a público dizer o que ocorreu naqueles minutos entre o primeiro ataque, o segundo ataque e a prisão do esfaqueador.  Sem essas respostas, o atentado a Bolsonaro entra para o rol daqueles eventos em que a gente nunca sabe direito se ocorreu da forma como se diz.
ASSISTA AO VÍDEO, ABAIXO...

sábado, 29 de dezembro de 2018

Alexandre Garcia, porta-voz de Bolsonaro?

 
Alexandre Garcia, velho puxa-saco de generais, pode ir de mala e  cuia para o 'time' de Bolsonaro
ALTAMIRO BORGES, no VERMELHO


O site Na Telinha, hospedado no UOL, informa que o jornalista Alexandre Garcia decidiu encerrar a sua carreira de 30 anos na TV Globo. “Na manhã dessa sexta-feira (28), o diretor de jornalismo da emissora, Ali Kamel, emitiu comunicado falando sobre a saída de Garcia e agradecendo por todos os serviços prestados. O motivo de sua saída não foi mencionado, mas especula-se que tenha a ver com um recente convite para compor a equipe de comunicação do governo Jair Bolsonaro, que começa no dia 1º janeiro”. Não causaria surpresa, já que o jornalista adora fascistas e milicos. Antes de ingressar na Globo, ele foi porta-voz do general João Batista Figueiredo(era funcionário do Banco do Brasil, licenciado), o último presidente da ditadura militar – e só foi defenestrado após posar na revista Playboy.    |||  Direitista convicto e bajulador profissional, Alexandre Garcia já havia sinalizado a sua intenção de deixar a emissora logo após o resultado das urnas. Como registrou Keila Jimenez, do site R7, ele “ignorou normas editorias da emissora onde trabalha há mais de 30 anos e publicou um texto nas redes sociais rasgando elogios ao presidente eleito, Jair Bolsonaro... No texto, Garcia, que é um dos principais comentaristas políticos e eventual apresentador de noticiários na Globo, diz que a eleição de Bolsonaro representa uma ‘revolução de ideias’. No texto, ele ainda repudia a ‘ameaça comunista’ dos anos 1960, faz comparação com os tempos atuais e diz que as ideias vencedoras das últimas eleições já estão se impondo”.   |||   “Com 78 anos, Alexandre Garcia está causando polêmica na Globo desde a publicação do texto. Colegas não sabem o que o comentarista pretende com os elogios e ao ignorar as normas internas da emissora com relação a manifestações políticas de seus jornalistas. A última edição dos Princípios Editoriais do Grupo Globo prevê que seus jornalistas não podem manifestar preferência partidária ou indicar produtos em redes sociais, nem mesmo no WhatsApp. Os profissionais sequer podem ‘curtir’ posts com interesses comerciais ou fazer check in em eventos ou lojas, de acordo com a publicação”. Agora, com a decisão de deixar a emissora, os rumores de que irá reforçar o time do fascista Jair Bolsonaro ganham ainda mais força. 
A patética estreia
de Bolsonaro na diplomacia
FERNANDO BRITO,, no TIJOLAÇO
O papel de ‘oferecido’ – perdoem a “caretice” do termo – desempenhado por Jair Bolsonaro em seu primeiro encontro, como (quase) chefe de Estado, nessa sexta-feira(28), no Rio de Janeiro, com Benjamin Netanyahu, premier israelense, foi de dar vergonha.   |||   Faltou pouco para jogar-se aos pés do líder daquele país e comprometeu-se em fazer negócios “de orelhada”, sem qualquer embasamento técnico, sob o argumento que o relacionamento com Israel era barrado pelos “governos esquerdistas” do Brasil.   |||   É verdade que Jair Bolsonaro já esteve em Israel, mas para uma missão(supostamente(religiosa ) na qual foi batizado pelo Pastor Everaldo no Rio Jordão. Não teve mais que um encontro protocolar com o Knesset, o parlamento israelense.  Por isso, não sabe que o Brasil nunca antes na sua história teve intenso relacionamento com Israel(AQUI) como durante o governo Lula. Foram oito acordos de cooperação, média de um por ano – em áreas como Saúde, Educação, Cinema, transporte aéreo… – e mais um tratado de extradição entre os dois países.  |||   Também não deve saber, ou finge que não sabe, que a Elbit, uma das mais importantes industrias militares de Israel tem, no Brasil, desde 2010, duas empresas, a Ares Aeroespacial e a Periscópio Sistemas Óticos, que fornece a torre para canhão Elbit UT30BR para os veículos militares Guarani. Não é pouca coisa: são sistemas de tiro de comando remoto para 2 mil veículos blindados. Contrato aprovado em 2011.   |||   Na Aeronáutica, foram comprados conjuntos de bombas Spice, israelenses, para equiparem os caças suecos Grippen, cuja aquisição ocorreu no Governo Dilma e também sensores óticos Reccelite 2, também de uma indústria israelense, a Rafael, para equipar os   caças.  |||   Ou ainda que o primeiro dos acordos de  Cooperação Internacional em Inovação firmados pelo Brasil – em 2010, no Governo Lula – foi com Israel, convidando empresas brasileiras a formarem parcerias com empresas  israelenses para receberem financiamento a propostas de cooperação em pesquisa e desenvolvimento que “resultem no desenvolvimento de novos produtos, processos ou serviços direcionados à comercialização no mercado doméstico e/ou global.”  Tudo isso enquanto os “comunistas” imaginários estiveram no poder.   |||   Mas Jair Bolsonaro, no seu despreparo, acha que cooperação internacional se faz com juras de amor e até medalha fajuta – ele entregou uma a Netanyahu, comprada em algum armarinho, talvez – em lugar de estudos e negociações demoradas e cheias de idas e vindas, quando envolvem tecnologia. Chefes de Estado, quando entram nelas, é porque tudo ou quase tudo está pronto e eles posam para fotos, assinando.  |||   E já prometeu para março uma visita a Israel, prazo que não permite a confecção de qualquer acordo minimamente técnico neste campo, até porque demandam visitas de delegações, testes, estudos de projetos etc.  Aliás, em março, nada garante que Netanyahu, acossado por escândalos de corrupção – a polícia israelense(AQUI) pediu o seu indiciamento – não esteja de saída do governo, pois as eleições por lá serão antecipadas para abril.   |||   É no que dá ter alguém tosco assim na Presidência e um fundamentalista na chefia da diplomacia.  Mas ninguém fique achando que os espertos 'intermediadores' desses negócios arranjados a toque de caixa sejam idiotas também.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2018


Coitado de Deus


FERNANDO BRITO, no TIJOLAÇO

Já não é caso de política ou de diplomacia.  É de psiquiatria ou, talvez, quem sabe, de exorcismo.  O futuro ministro das Relações Exteriores – prestem atenção, o homem que vai representar e cuidar dos interesses do Brasil perante o mundo – definitivamente surtou em seu delírio místico reacionário.  Deus, diz ele, promoveu uma aliança entre o astrólogo Olavo de Carvalho, Jair Bolsonaro e Sérgio Moro, para trazê-lo de volta depois dos anos dos “ateus” da Nova República.  |||   O delírio não é meu e, para provar publico trecho da reportagem de O Globo sobre o artigo de Ernesto Araújo numa revista fundamentalista dos Estados Unidos.  No texto para a edição de janeiro da revista americana The New Criterion, o futuro chanceler Ernesto Araújo afirma acreditar que a Divina Providência “uniu as ideias de Olavo de Carvalho à determinação e ao patriotismo de Jair Bolsonaro” para pôr fim ao regime “corrupto e ateu” que, segundo ele, emergiu no Brasil com a Nova República e teve seu auge nos governos do PT.   |||   No texto, ele cita Deus 12 vezes e afirma que, com o governo que toma posse em 1º de janeiro no Brasil, “Deus está de volta, e a nação está de volta: uma nação com Deus”.  Meus detratores me chamaram de louco por acreditar em Deus e nos atos de Deus na História — mas eu não ligo”, escreve Araújo, que tem sido criticado dentro e fora do Itamaraty por defender ideias que vão contra as tradições diplomáticas brasileiras, como o abandono de acordos internacionais e a adoção de políticas contra a China, maior parceiro comercial do Brasil.   |||   Segundo ele, além de Bolsonaro e do guru da direita Olavo de Carvalho, a Operação Lava-Jato contribuiu para a mudança de regime. “Especialmente desde os grandes protestos contra tudo de 2013, eventos sociais, políticos e econômicos começaram misteriosamente a se encaixar”, escreveu Araújo.   |||  Depois do 'João de Deus' de Goiás, temos um novo charlatão colocando o Senhor em maus lençóis.
A farsa do  Queiroz
e  o  jornalismo  de 
esgoto  do  SBT  

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                                                          Débora Bergamasco                                      Fabrício Queiroz

RENATO ROVAI na REVISTA FÓRUM   


Se os R$1,2 milhão que circularam na conta de Fabrício Queiroz são de compra e venda de carros, por que eram depositados por assessores da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro e retirados do banco sempre em quantias menores do que   R$5 mil?Entre os jornalistas, o SBT já vem sendo chamado de ‘Sistema Bolsonaro de Televisão’, tamanha a desfaçatez com a qual a emissora de Silvio Santos aderiu ao novo governo. Entre outras bizarrices, resgatou o programa ‘Semana com o Presidente’ e o slogan ‘Brasil, Ame-o ou Deixe-o’. Ambos, produtos embolorados da ditadura militar.  Mas não foi só isso que o SBT fez para se tornar mais amigo do novo rei do que outros grupos de comunicação. Também foi se livrando de jornalistas mais sérios e contratando aqueles que fazem qualquer coisa para “subir na vida”.   |||    A entrevista dessa quarta-feira(26) com Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro na ALERJ, foi o encontro desses projetos. O dos interesses do dono do veículo, do governo que vai assumir e de uma profissional que tem feito qualquer coisa para aparecer, mesmo que seja jogar todos os fundamentos básicos do jornalismo no lixo.  Tão bizarras quanto as respostas de Queiroz, foram as perguntas e as não-perguntas da repórter Débora Bergamasco.  A quem interessar possa, a moça foi a autora da capa contra Dilma Rousseff na Isto É em que Dilma é apresentada como tendo surtos de descontrole e quebrando móveis no Planalto. Uma capa absurdamente machista e mais do que isso, feita só com base no “ouvi dizer”.   |||   Bergamasco também foi a autora da capa da delação de Delcídio, que escondia tudo o que havia contra Aécio Neves no depoimento. E que, segundo colegas de redação da IstoÉ,  naquele tempo, foi obtido via Aécio Neves, que, inclusive, estava com a revista em mãos numa reunião de líderes do Congresso, antes mesmo que o impresso semanal  houvesse chegado às bancas.  Não é incomum esse tipo de trajetória de jornalistas que fazem qualquer coisa para subir profissionalmente. Débora Bergamasco é só mais uma entre tantos.   |||   Nessa última quarta,  a entrevista já começou num jogo de cena sobre a doença do entrevistado. Ele falou que está 'defecando sangue'(?) e a jornalista lhe pediu permissão  para voltar ao assunto mais tarde. Ah, tá certo! Quer dizer que alguém, que ora fugindo de depoimentos e acusado de participar de um esquema de corrupção envolvendo o futuro presidente da República, insinua estar com câncer e você pede 'autorização' para tratar do assunto com ele depois? É mais fácil acreditar nas respostas do Queiroz.   |||   A entrevista seguiu com perguntas dóceis e sem qualquer contestação. O entrevistado dise que comprava carros de segurados para vender e que era bom de negócios. A jornalista não perguntou quantos carros ele comprou e vendeu e se tinha esses registros, afinal carros são adquiridos com documentos de compra e venda. E não com pedaços de papel no bar da esquina. Principalmente de seguradoras.  A jornalista perguntou o nome do médico que atendeu Queiroz quando ficou internado e ele disse  lembrar-se só do primeiro nome. Ela não insiste em saber mais nada. Nem perguntar quem o apresentou ou quais as referências do tal doutor. Sequer o nome do hospital.   |||   Outra pergunta inocente, que qualquer cidadão que não tivesse cursado jornalismo faria: se os R$1,2 milhão que circularam na conta dele são de compra e venda de carros, por que eram depositados por assessores da ALERJ e retirados do banco sempre em quantias menores do que R$5 mil. Às vezes em três agências diferentes no mesmo dia.  E, mais básico ainda, por que eram depositados em dias próximos aos pagamentos desses servidores.   |||   Em relação à família do Queiroz, a entrevistadora deixou barato a história da filha que é personal trainer, mas que trabalhava na “área de mídia” do gabinete de Flávio, segundo o entrevistado. Nem um “como assim?” escapou da boca de Bergamasco.  "Como assim uma pessoa formada em educação física é a responsável pela área de mídia do gabinete de um deputado estadual?"  Talvez até num descuido essa pergunta escaparia, tamanha a desfaçatez da desculpa.   |||   Evidente que o que se deu nessa quarta(26) com Fabricio Queiroz, já processado em outros tempos por falso testemunho, foi não foi uma entrevista. Foi um encontro negociado entre o Sistema Bolsonaro de Televisão e o futuro presidente da República, tentando colocar panos quentes no assunto que está queimando a imagem do recém-eleito. E Sílvio Santos escolheu sua nova imagem do jornalismo(de esgoto) da casa para fazer o serviço ao estilo que Débora fazia na IstoÉ.  Mas, a despeito de tudo isso, a entrevista é reveladora de como a situação de Bolsonaro e sua tropa tende a se complicar se tal investigação avançar.   |||   Queiroz é um limítrofe. Uma pessoa que não consegue articular três frases sem cometer erros de português e de raciocínio. Certamente tem outras habilidades ou não ganharia R$23 mil por mês nem empregaria toda a família em diferentes gabinetes dos Bolsonaros, no Rio e em Brasília. Mas essas habilidades não resistem a um interrogatório bem feito e a uma apuração dos fatos com documentos.  As desculpas que ele escolheu são tão simplórias que qualquer ida a um cartório no Rio de Janeiro basta para desmontá-las.   |||   O fato é que a cada dia que passa a saga de Bolsonaro fica mais parecida com a de Fernando Collor. Até a camiseta usada por sua esposa Michelle provocando Lula e seus eleitores remetem a isso. Collor era mestre em usar camisetas. Uma que carregava a frase “o tempo é o senhor da razão”, nunca me saiu da memória. O tempo é o senhor da razão e essa suposta entrevista será tratada como o que foi quando a verdade vier à tona. Como uma farsa.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2018


BOLSONARO NÃO SABE: NADIA AYAD, NEGRA, BRASILEIRA DO ‘CIÊNCIA  SEM   FRONTEIRAS’,  GANHOU PRÊMIO POR DESSALINIZAÇÃO


Nadia Ayad, formada pelo Instituto Militar de Engenharia(IME/RJ), participou do programa do governo federal, 'Ciência sem Fronteiras', lembrou o ex-ministro da Educação Fernando Haddad

No BRASIL/247
Com grande alarde, o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) anunciou nessa última terça-feira(25) parceria com Israel para dessalinizar a água do mar na região Nordeste do país. Na manhã dessa quarta-feira(26), Fernando Haddad (PT-SP), ex-ministro da Educação no governo Lula,  lembrou de Nadia Ayad, "brasileira, negra, participante do Ciência sem Fronteiras", que ganhou prêmio internacional ao criar sistema de dessalinização de água com grafeno.   |||   Derivado do carbono, o grafeno é tido como uma matéria-prima revolucionária e, por esse motivo, "foi escolhido como tema do Global Graphene Challenge Competition 2016, competição internacional promovida pela empresa sueca Sandvik, que busca soluções sustentáveis e inovadoras ao redor do mundo", conta reportagem da Conexão Planeta, que fala sobre a invenção da brasileira formada em engenharia de materiais pelo Instituto Militar de Engenharia (IME), do Rio de Janeiro. "Nadia criou um sistema de dessalinização e filtragem de água, usando o grafeno. Com o dispositivo, seria possível garantir o acesso à água potável para milhões de pessoas, além de reduzir os gastos com energia e a pressão sobre as fontes hídricas".   |||   O projeto da brasileira, que concorreu com outros nove trabalhos finalistas, foi o grande vencedor do desafio. Como prêmio, Nadia ganhou uma viagem para a Suécia, onde visitaria e sede da Sandvik e outros centros de pesquisa. Mas esta não seria a primeira experiência internacional de Nadia. "A engenheira brasileira já tinha participado do programa do governo federal Ciências Sem Fronteiras, quando estudou durante um ano na Universidade de Manchester, na Inglaterra. Agora ela pretende fazer um PhD nos Estados Unidos ou Reino Unido, pois acredita que, infelizmente, terá mais oportunidades para realizar pesquisas no exterior do que no Brasil", contou a reportagem no pós-Golpe de janeiro de 2017. 

Bolsonaro quer dessalinizar água
no Nordeste, programa que Lula
implantou 14 anos atrásResultado de imagem para Fotos da dessalinização de água no NE implantada pelo governo Lula

Enquanto Jair Bolsonaro anuncia uma possível parceria com Israel em busca de um projeto de dessalinização de águas para o Nordeste, só o Estado da Bahia recebeu, em novembro passado, a entrega de 145 sistemas do tipo, fruto do Programa Água Doce, desenvolvido pelo governo federal em 2004.      
O programa, iniciado no governo Lula e sequenciado no de Dilma Roussef,  abrange todos os 9 estados do Nordeste e Minas Gerais, segundo informações do Ministério do Meio Ambiente. A pasta informa que se trata de uma "política pública permanente de acesso à água de qualidade para o consumo humano, por meio de sistemas de dessalinização de água salobra, em comunidades rurais do semiárido brasileiro."
"Na Bahia, o programa é executado em parceria com a Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema) e a Companhia de Engenharia Hídrica e de Saneamento da Bahia (Cerb). Os 145 sistemas de sinalização fazem parte da primeira etapa do programa no estado, que acaba de ser concluída. A segunda fase prevê a entrega de mais 150 sistemas."



"O Ministério do Meio Ambiente  promove nesta quarta-feira (28), no auditório do Hotel Sol Barra, em Salvador, o Encontro Nacional do Programa Água Doce (PAD). Na abertura, às 9 horas, haverá ato de entrega de 145 sistemas de dessalinização implantados em 40 municípios baianos e a assinatura do IV Pacto Nacional de Execução do PAD.  ###  O PROGRAMA ÁGUA DOCE desenvolve, desde 2004, política pública permanente de acesso à água de qualidade para o consumo humano, por meio de sistemas de dessalinização de água salobra, em comunidades rurais do semiárido brasileiro. Abrange os nove estados do Nordeste e mais Minas Gerais.   ###   Na Bahia, o programa é executado em parceria com a Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema) e a Companhia de Engenharia Hídrica e de Saneamento da Bahia (Cerb). Os 145 sistemas de sinalização fazem parte da primeira etapa do programa no estado, que acaba de ser concluída. A segunda fase prevê a entrega de mais 150 sistemas.   ###   O Encontro Nacional do PAD contará com a presença de representantes do MMA, governos estaduais e prefeituras, coordenadores e técnicos do programa, secretários municipais de Saúde e Educação, representantes de comitês de bacias hidrográficas, além de integrantes de comunidades beneficiadas pelos sistemas de dessalinização.   ###   Durante o evento, que vai durar o dia todo, serão apresentados os resultados do programa em 2018, consolidadas as decisões dos encontros estaduais que tiveram como foco a educação e a saúde e lançado o plano de atividades para 2019, cuja execução está prevista no IV Pacto Nacional do PAD que será firmado entre o MMA e os demais parceiros nos estados e municípios.   ###  A coordenação nacional do PAD está a cargo do Departamento de Revitalização de Bacias Hidrográficas e Acesso à Água do MMA. A execução, em parceria com os estados, é dividida em três fases: realização de diagnósticos para definir, por meio de critérios técnicos, as comunidades que serão atendidas; implantação dos sistemas de dessalinização; e manutenção e monitoramento dos sistemas.   ###   Até o momento foram diagnosticadas 3.378 comunidades em 298 dos municípios da região semiárida e capacitados 1.200 operadores dos sistemas de dessalinização. Ao todo, foram contratadas 924 obras de implantação dos sistemas, sendo que, dessas, 575 já foram concluídas.   ###   Além dos 145 sistemas de dessalinização que atendem os municípios baianos, o PAD mantém 234 sistemas no Ceará, 44 na Paraíba, 29 em Sergipe, 10 no Piauí, 68 no Rio Grande do Norte e 45 em Alagoas."  
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Programa 'Água Doce' na Bahia
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Primeiro dessalinizador instalado em Pernambuco(2004)

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Transposição do rio São Francisco no Nordeste, obra gigantesca dos governos Lula e Dilma, idealizada desde D. Pedro 

Lula, Sigmaringa e o Judiciário insensível
à dor de  um  amigo  


JOAQUIM DE CARVALHO, no DCM

Pela letra fria da lei, Lula não teria direito de se despedir do amigo Luiz Carlos Sigmaringa Seixas — que será sepultado hoje —,com quem mantinha relações que iam além da amizade.  Eram irmãos de luta, uma luta que começou a ser travada nos tempos sombrios da ditadura militar.  Mas a Lei de Execuções Penais diz, em seu artigo 120, que os presos poderão obter permissão para sair do estabelecimento, mediante escolta, quando ocorrer falecimento ou doença grave do cônjuge, pai, mãe, filhos ou irmãos.   |||   Pela letra fria da lei, Lula teria que ter sido solto em julho deste ano, quando o desembargador plantonista do TRF-4 assinou alvará de soltura em HC apresentado por três deputados do PT.  A amigos, depois que colaborou para impedir que o alvará fosse cumprido, o desembargador João Pedro Gebran Neto, teria dito que ignorou “a letra fria da lei”, por considerar que era necessário evitar um “erro maior”: a libertação do ex-presidente.   |||   No caso de Lula, a lei tem sido aplicada assim, nestes tempos estranhos, de forma que não lhe seja concedido nenhum benefício.  Ainda que esse benefício seja uma garantia constitucional, como era o caso do HC.  No que diz respeito ao funeral de Sigmaringa, o juiz poderia ter, sim, autorizado a saída de Lula para o que a jurista Carol Proner, uma das maiores especialistas em Direitos Humanos do Brasil, definiu como “pranto digno”.   |||  Sigmaringa não era apenas advogado de Lula.  O juiz que negou a Lula o benefício pode desconhecer o caráter subjetivo das amizades, mas bastaria uma pesquisa rápida na internet para verificar fatos históricos que aproximam os dois.  Sigmaringa era defensor de presos políticos quando Lula comandava, do Sindicatos dos Metalúrgicos, as graves que enfraqueceram a ditadura.  Eventos correlatos fizeram dos dois amigos.  |||   Na Constituinte, Lula deputado pelo PT, e Sigmaringa Seixas, parlamentar pelo PMDB/PSDB, votaram juntos em todos os temas relacionados a direitos sociais.  Sigmaringa era um dos interlocutores de Lula no governo de Fernando Henrique Cardoso, e acabou sendo escolhido vice de Cristovam na tentativa deste de se reeleger governador do Distrito Federal, em 1998.  Poderia ter ido para o STF no governo de Lula, mas preferiu continuar com sua banca de advocacia, uma das mais prestigiadas do Brasil, com sede no Distrito Federal.  Mesmo assim, era um das pessoas ouvidas por Lula quando o assunto era a nomeação de ministros para as cortes superiores.   |||   Alguns dos atuais ocupantes do STF, implacáveis com Lula, devem sua indicação a ele.  Nos grampos liberados por Sergio Moro, no auge da Lava Jato, há uma conversa que serve de exemplo da intimidade entre eles.  Não há nenhum crime ou indício de crime nessa conversa, apenas o pedido de Lula para o então procurador geral da República ouvir a sua versão.  Lula está indignado pelo fato de Rodrigo Janot ignorar denúncias contra Aécio Neves e abrir investigação contra ele.  Fala palavrões, numa linguagem informal, própria entre pessoas que têm intimidade.   |||   Quando Sergio Moro decretou a prisão de Lula, em abril, foi Sigmaringa Seixas quem serviu de ponte com o Judiciário e a Polícia Federal, através do Ministério da Justiça.  Já em tratamento contra o câncer, Sigmaringa fez questão de visitar Lula em Curitiba.  Amigos comuns contam que Lula enviou carta a Sigmaringa quando este foi internado no Sírio Libanês, para a tentativa derradeira de debelar o câncer.  Hoje, no velório de Sigmaringa, em meio a muitas coroas de flores, uma se destacava:  Saudades para sempre do amigo Luiz Inácio Lula da Silva e Família”.  |||  Foi a homenagem possível.  No Twitter, a professora Carol Proner expressou uma dúvida que agora é de todos que amam a Justiça:  Negam a Lula qualquer condição de dignidade. Agora, o sepultamento de um amigo-irmão. Negam o pranto digno. Será por sadismo?”   Pode ter, de fato, alguma dose de sadismo, mas revela, acima de tudo, extrema falta de sabedoria e senso de justiça.  Vai para a conta de um Judiciário que tem seguido a máxima: “para os amigos, tudo. Para inimigos, os rigores da lei.”   |||  É lamentável que setores do Judiciário brasileiro ajam como se Lula fosse um inimigo.  Uma hora, o povo acorda.  Afinal, nem todos entendem o labirinto das sentenças judiciais.  Mas ninguém ignora a violência de uma decisão que tira de Lula o direito de chorar ao lado do caixão de um amigo-irmão.  Um “amigo de fé, irmão camarada, amigo de tantos caminhos, de tantas jornadas”, conforme a definição de Erasmo Carlos.

Ao SBT, Fabrício gagueja, fala, mas a história da dinheirama em sua conta bancária segue mal-contada

FERNANDO BRITO, no TIJOLAÇO

A entrevista “dócil” de Fabrício Queiroz a Debora Bergamasco, nessa quarta(26),  arranjada pelo SBT, não convenceu ninguém. Não posso, claro, colocar em dúvida que ele tenha problemas de saúde, mas não saber dizer o nome do hospital onde esteve internado é demais.  Assim como não dizer nada sobre os motivos da movimentação financeira.   |||   A história da “compra e venda” de automóveis é descrita como algo de seu passado de “fazedor de dinheiro”, mas não é a isso que ele atribui os movimentos de dinheiro vivo em sua conta, diretamente.  E ainda que fossem, não explicaria o movimento “picado” de dinheiro, não ultrapassando os R$ 5 mil que soam o alarme do COAF.   |||   A não ser muito “caidinho”, carro por menos de R$ 5 mil é negócio de ferro velho.  Aliás, não é crível que quem compra e vende tantos automóveis não fosse conhecido de todos por esta atividade.  Não se movimenta R$ 1,23 milhão de reais em um ano sem saber apontar, ao menos, uma operação de peso – a venda de um apartamento, por exemplo.  Ou se é compelido a “ir viver numa comunidade” com renda de “R$ 23, 24 mil” por mês, mesmo pagando pensão alimentícia.   |||   Fabrício alegou que não dizia o que eram os depósitos “em respeito” ao Ministério Público e sinalizou que seu depoimento será em meados ou final de janeiro, depois dos das filhas e da mulher, no dia 8.  Não se sabe o que faz o Ministério Público que não pede ao menos a abertura de um inquérito e a quebra do sigilo bancário de Fabrício, nem que seja para impedir a montagem de “histórias plausíveis”.  Porque, na entrevista, ele não apresentou uma que fosse digna de credibilidade, embora, repito, não se possa fazer juízo de seu estado de saúde.  Tenho a impressão de que o tiro saiu pela culatra e vai deixar inúmeras pontas soltas para qualquer repórter competente.  Se a imprensa quiser, claro.   |||   Assista abaixo à entrevista de quase 23 minutos, em que nada de concreto é provado, sempre com documentos “que vou lhe dar depois”, mas que não são mostrados em momento algum.

 
          



quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

Netanyahu dá “bolo” na posse de Bolsonaro.   E  o  'laranja' Queiroz, afinal, vai aparecer?


FERNANDO BRITO, no TIJOLAÇO

'Bibi', Benjamin Netanyahu, o primeiro-ministro israelense, não estará mais na posse de Jair Bolsonaro, dia 1°, em Brasília, diz a Folha.  Ele ainda vem ao Brasil, almoça com o presidente eleito no Forte de Copacabana e se manda, para cuidar de seus problemas eleitorais em Israel.   |||   Bolsonaro, batizado no Rio Jordão e que arrumou encrenca com nossos parceiros comerciais árabes com a declaração de que nossa embaixada iria para Jerusalém, ficou pagão.   |||   É, em parte, o resultado desastroso da “diplomacia com partido” que o novo governo ensaia.  Mas é, também, o retrato de um país que, salvo nos anos Lula, fez sempre questão de ter uma importância política muito menos que a sua presença – já pequena – na economia mundial.   |||   E que, agora, terá de enfrentar quase uma hostilidade aberta de boa parte da comunidade internacional, a começar da Europa.  À qual, agora, somam-se as provocações gratuitas dos “desconvites”, que já se ombreia à lista dos convidados.   |||   Netanyahu será uma ausência só menos significativa que a do 'laranja' Fabrício Queiroz(que, por motivos óbvios, foi 'convidado' a passar centenas de quilômetros de distância de Brasília).

terça-feira, 25 de dezembro de 2018


Lula, em carta de Natal: "A luta por um  mundo continua..."


O ex-presidente Lula enviou na segunda (24) uma carta de Natal à Vigília Lula Livre, na frente da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde ele está preso desde abril em decorrência do caso triplex. No texto, o petista agradece os apoiadores que deixaram suas casas na noite de véspera de Natal para apoiá-lo. A assessoria do ex-presidente divulgou a mensagem na internet:

"Meus amigos e minhas amigas,
O Natal é a época do ano em que lembramos com mais força da vinda de Jesus, dos ideais de solidariedade e bondade cristãos. Nos aproximamos da família e dos amigos, celebramos juntos, nos abraçamos e reunimos força para o ano seguinte.
Esse Natal não poderei estar junto fisicamente com a minha família, meus filhos e netos. Mas não estou sozinho. Estou com vocês da vigília, que têm sido minha família, e com todos aqueles que vieram passar este Natal junto de vocês. 
Quero agradecer a companhia que têm me feito a cada dia, todo o dia, durante esta provação, no frio do inverno do Paraná ou no calor que tem feito nesses dias.
Sigamos fortes. O ódio pode estar na moda, mas não temam nem se impressionem com essas pessoas posando de valentões. O tempo deles vai passar e a verdadeira mensagem de Jesus, um marceneiro que foi perseguido pelos vendilhões do templo, pelos soldados e pelos promotores dos poderosos, vai continuar a ecoar em cada Natal: uma mensagem de amor, fraternidade e esperança.
A luta por um mundo melhor continua.
Feliz Natal!  Lula”