sábado, 31 de agosto de 2019


Vazadores, “armadores” e 
mentirosos, na força-tarefa
da ‘Lava Jato’

FERNANDO BRITO, no TIJOLAÇO
A 18ª parte dos arquivos da “Vaza Jato”, no  'Intercept/Brasil', prova cabalmente o que todos sabem e poucos têm coragem de afirmar: a Força-Tarefa do Ministério Público em Curitiba era (e ainda é) uma central de vazamentos de informações seletivas e dirigidas, não apenas para moldar a opinião pública como para forçar delações premiadas dos acusados: "Procuradores da força-tarefa da Lava Jato usaram vazamentos com o objetivo de manipular suspeitos, fazendo-os acreditar que sua denúncia era inevitável, mesmo quando não era. O intuito, eles disseram explicitamente em 'chats' do 'Telegram', era intimidar seus alvos para que eles fizessem delações."   ➤   Além de ética questionável, esse tipo de vazamento prova que o coordenador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, mentiu ao público ao negar categoricamente que agentes públicos passassem informações da operação. Dallagnol participou de grupos nos quais os vazamentos foram planejados, discutidos e realizados. Em um deles, o próprio coordenador efetuou o tipo exato de vazamento que ele negou publicamente que partisse da força-tarefa.   ➤   Deltan Dallagnol e Carlos Fernando dos Santos Lima comentam, abertamente, como estão entregando informações protegidas por sigilo judicial e conduzindo o noticiário dos jornais para pressionar pessoas que querem “colocar de joelhos” e “oferecer redenção”.   ➤   reportagem (AQUI) de Glenn Greenwald e Rafael Neves é puro ácido contra a hipocrisia de quem, agora, reclama do vazamento de suas armações.  

Qual a jogada de Bolsonaro ao acusar  o  francês  Macron  de ‘mentalidade colonialista’?
Túlio Muniz: Qual o objetivo de Bolsonaro ao acusar Macron de ‘mentalidade colonialista’?

"A retórica de Bolsonaro em relação à França é calculada.   Não é gratuita a acusação de “mentalidade colonialista” que ele faz ao presidente francês Emmanuel Macron na crise das queimadas na Amazônia.   ➤   Trata-se de estratégia ultranacionalista usada por governantes e militares brasileiros sempre que precisaram recorrer à figura de ameaça externa.  ➤  A íntegra da pertinente análise do jornalista, historiador e doutor em Sociologia TÚLIO MUNIZ,  no VIOMUNDO.

sexta-feira, 30 de agosto de 2019


O País à espera da suprema decisão
"Os diálogos travados entre Sergio Moro e procuradores da força-tarefa pelo Telegram, divulgados pelo Intercept e pelos principais sites e jornais do país, demostram que a Lava Jato se transformou numa especie de Dops da democracia consentida pelos generais que levaram Bolsonaro ao poder. Ainda no ano passado o general Eduardo Villas Boas assumiu em entrevista a Folha de São Paulo ter pressionado o Supremo Tribunal Federal para que rejeitasse em abril de 2018 o habeas corpus preventivo do ex-presidente Lula. Conseguiu seu intento, nem precisou do cabo e dos dois soldados que o Eduardo Bolsonaro disse ser o suficiente para se fechar o STF. Por 6 votos a 5 o Supremo se curvou a pressão militar e abriu as portas da cela para que Lula cumprisse a pena de 12 anos e um mês imposta pelo ex-juiz e hoje ministro, Sergio Moro no caso do Triplex do Guarujá."   ➤   Leia mais FLORESTAN FERNANDES JR, no BRASIL/247.

quinta-feira, 29 de agosto de 2019

Conluio de monstros: o deboche da ‘Lava Jato’ com o luto de Lula
FERNANDO BRITO, no TIJOLAÇO
Embrulha o estômago ler a leva de mensagens trocada pelo 'Telegram' entre os procuradores da Força Tarefa da 'Lava Jato', obtida pelo The Intercept Brasil e publicada pelo UOL.   ➤   Sem o menor decoro ou humanidade, ironizam a morte de Marisa Leticia e o luto de Lula com manifestações desrespeitosas e sórdidas, dizendo que o ex-presidente “está liberado para a gandaia”, que o “aneurisma é suspeito”, que se estão “eliminando testemunhas” e outras cretinices do gênero.   ➤   O festim mórbido seguiu, tempos depois, com Lula já preso, quando reclamavam de seu pedido para ir ao enterro do irmão Genival da Silva, o Vavá, e do neto Arthur, de apenas sete anos, que morreu por meningite.    Leia a matéria – está aberta(AQUI) no UOL – e assista o resumo, em vídeo, abaixo, que já é o suficiente para indignar e enojar qualquer pessoa com espírito humano.  ➤   Está explicada a razão do ex-procurador Carlos Fernando dos Santos Lima ter dito ontem que Jair Bolsonaro era “o candidato natural” da Força Tarefa: são iguais na sordidez.   ➤   A menos que a Justiça Brasileira queira perder a pequena credibilidade que lhe resta, não há como estes sujeitos não serem punidos por seu comportamento monstruoso.    ➤    PS. Mantenho o texto e o 'link' do vídeo publicado pelo UOL no Twitter e inexplicadamente retirado da rede. Vou recuperar e trazer aos leitores.
 
EXCLUSIVO: Procuradores da Lava Jato ironizaram morte de Marisa e luto de Lula. Segundo mensagens analisadas pelo @theinterceptbr em parceria com o @uolnoticias, procuradores ainda divergiram sobre pedido de Lula para ir ao enterro do irmão

sábado, 24 de agosto de 2019

Desmonte  sob  Bolsonaro  pode  levar desmatamento da Amazônia a ponto irreversível, diz físico que 
estuda floresta há 35 anos

Paulo Artaxo em evento
Cientista Paulo Artaxo, doutor em física atmosférica pela Universidade de São Paulo (USP)
 e estudioso da Amazônia desde 1984
"O que o governo Bolsonaro está fazendo no Brasil é algo similar ao que Trump fez nos EUA. Basicamente desmontar a maior parte da legislação ambiental - que, no Brasil, foi construída a duras penas ao longo dos últimos 30 anos, incluindo Código Florestal e assim por diante -, e desmontar muito da estrutura de fiscalização ambiental do Ministério do Meio Ambiente."     ➤  A íntegra, no BBC/NEWS/BRASIL.

‘O bolsonarismo é maior que Bolsonaro’: projeto punitivista admite o intolerável e ameaça democracia

Isabela Kalil: A sociedade brasileira passa a tolerar coisas que não  deveriam 
 ser toleradas em um estado de direito. (Foto: Luiza Castro/Sul21)

"Ao eleger Jair Bolsonaro presidente da República uma parcela expressiva da sociedade brasileira decidiu apostar em um projeto punitivista para resolver os problemas do país, especialmente aqueles relacionados à segurança e à corrupção. Junto com esse projeto de aumentar o encarceramento de pessoas e adotar medidas mais duras de enfrentamento à violência, as pessoas passam a tolerar socialmente autoritarismos e violações de direitos, a partir da ideia de que os direitos são seletivos e não se aplicam a todas as pessoas. Com isso, a violência e a violação de direito vão se banalizando e a sociedade passa a tolerar o que é intolerável numa democracia. A avaliação é da antropóloga Isabela Oliveira Kalil, coordenadora do Núcleo de Etnografia Urbana da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP), que há seis anos vêm pesquisando o crescimento de grupos e movimentos conservadores no Brasil."   ➤   A íntegra da entrevista a MARCO WEISSHEIMER, no SUL/21

O presidente, misto de 'fake' e robô, enfim acusa o golpe


FERNANDO BRITO, no TIJOLAÇO


Assistir à fala de Jair Bolsonaro em rede de televisão, falando sobre as queimadas da Amazônia fez-me voltar no tempo e lembrar de um de seus primeiros compromissos presidenciais, o discurso em Davos, na Suíça, no Fórum Econômico Mundial.   ➤   Ao contrário de suas entrevistas de improviso e de suas “lives” na internet, recheadas de coices, bobagens e irisadas de idiota, território no qual se sente à vontade, o Bolsonaro que faz o “papel” de chefe de Estado está, nitidamente, duro e mecânico ao ler o que lhe prepararam e que, está claro, não corresponde a seu modo de pensar.   ➤   Mas há, para além disso, algo mais significativo.   Pela primeira vez desde o tempo do início da campanha que o levou ao Planalto, Jair Bolsonaro sai da ofensiva para a defensiva.  Baixa a crista, pede ajuda, não sugere que vai resolver tudo no “peitaço”(e não vai mesmo, porque uma autorização para as Forças Armadas agirem de 24 de agosto a 24 de setembro mostra o grau de marquetismo da medida: é outubro o mês mais seco na Amazônia).   ➤   Bolsonaro , por falso, é inconvincente.  Agita os seus incondicionais, mas já não arrasta a classe média, como ilustram os panelaços – ainda que tímidos – que o G1(clique aqui) registra em várias capitais brasileiras.   O ex-capitão mostrou que está perdendo esta batalha e tenta recuar.
Panelaços  Brasil  afora contra  Bolsonaro  e  a devastação da Amazônia


Milhares de brasileiros protestaram com panelaços em várias cidades do Brasil contra Jair Bolsonaro e a devastação dda Amazônia estimulada por ele. Durante pronunciamento em cadeia de rádio e TV, Bolsonaro atribuiu o aumento das queimadas ao clima seco. Enquanto isso, brasileiros batiam panelas e pediam sua saída. A hashtag #panelaço é o assunto mais comentado do Twitter.       Jair Bolsonaro foi alvo de panelaços em vários pontos do País na noite desta sexta-feira, 23, durante pronunciamento em rede de televisão em que falou sobre a devastação da Floresta Amazônica por conta de incêndios e desmatamentos.       O motivo é a política ambiental destrutiva e negligente de Bolsonaro que vem provocando a destruição da Floresta Amazônica, que arde em chamas por conta das crescentes queimadas em seu governo.      O clima de indignação generalizada contra o governo é o mesmo que pode ser observado entre 2015 e 2016. O movimento levou a um clamor popular que chancelou o processo de impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff.      Confira, abaixo, a repercussão do primeiro panelaço da “nova era”, que foi registrado em inúmeras regiões de todo o país.