domingo, 22 de dezembro de 2019


As contradições de Lula e a realidade como ela é
Contraponto à postagem de LUÍS NASSIF sob o título “Lula: Haddad  não  tem  que  ser mais candidato a prefeito...
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MARCOS VIDEIRA, no JORNAL/GGN

As contradições de Lula: (1) Quando tinha 80% de aprovação, Lula nada fez para democratizar a mídia. A Globo foi tratada como "parceira patrocinada com bilhões". Vários aliados alertaram Lula para o perigo que a Globo sempre representou. Mas Lula e Zé Dirceu consideravam-se íntimos do João (Roberto Marinho). (2) Pela entrevista parece que Lula sempre foi um nobre parceiro do ingrato FHC. Mas nada disse sobre os pedidos de impeachment que liderou contra FHC. (3) Orientou Gleisi a ir ao evento da PUC/SP e exigir que muitos dos participantes "pedissem desculpas a Dilma". Os outros têm que fazer autocrítica, mas Lula e o PT não ? (4) O chororô sobre Abílio Diniz revela que Lula ainda não percebeu que a elite econômica o despreza. (5) Lula continua defendendo suas alianças com Eduardo Cunha e responsabiliza o PT pelo início do processo de impeachment. Se o pragmatismo político é o que importa, por que não foi candidato em 2014 ? (6) Se a política exige polarização, como explicar que ele não polarizou com Bolsonaro no primeiro turno e usou todo o seu cacife político para destruir Ciro (seu aliado há décadas) ? (7) Por que Marta não precisa pedir desculpas à Dilma ? Apenas porque pretende usá-la como "bucha de canhão" pra recuperar votos em SP ? (8) Haddad não deve ser candidato a prefeito por causa dos 45 milhões de votos ? Ou na verdade Lula vê Haddad como seu "poste" pra revanche de 2022, repetindo a estratégia derrotada em 2018 ?
A realidade como ela é 1) "Rebate quando alguém fala na inevitabilidade do fascismo da classe média. Diz que nem todos professam o discurso do ódio." - Não adianta chamar a campo o Marcos Coimbra e o Alberto Carlos Almeida para "provarem"através de pesquisas fajutas e inacreditáveis que "antipetismo non ecziste". Existe sim, a aversão ao PT, mais forte do que nunca, vai balizar as eleições dos próximos 30 anos; 2) "Não tem ilusões quanto à sua candidatura em 2018. Diz que a Igreja Católica é a organização mais antiga da história e tem a sabedoria de não aceitar nenhum candidato a Papa com mais de 77 anos. Mas não quer abrir mão de influir nas próximas eleições." Saia fora completamente, não permita que sequer o nome entre em pesquisas oficiais, não repita 2018, não vai haver "o grande espetáculo da transferência de votos que não houve", a fila andou, 2002 pra 2022 são 20 anos, gente nasceu e morreu no país; 3) "Repete o mesmo conselho para Haddad. E, agora, não se está falando de 1,5 milhão de votos, mas em 45 milhões." - Mistificação pura, Haddad teve 31.342.005 (29,28%) no primeiro turno, a diferença não são votos do PT, são votos do DESESPERO por causa do adversário, caia na real, Lula; 4) "Mas Dilma era uma competentíssima Ministra-Chefe da Casa Civil. Tinha seus problemas, especialmente com os Ministros que tinham acesso direto a Lula. Mas Lula fazia a mediação, chamava os Ministros, ajudava a superar as mágoas com sua Ministra." - Considerando que só há uma única cadeira de presidente, e não duas, inaceitável, pelas abundantes informações disponíveis, a escolha de Dilma. Ou ainda, a maldita pauta identitária: "precisamos de um negro no STF", deu no Joaquim Barbosa; "Uma mulher na presidência!", deu na Dilma, e assim vai; 5) "Como o movimento “direitos já”, um evento político ocorrido na PUC-SP, que visava juntar centro-esquerda e centro-direita" - O movimento direitos-Já deixou bem claro, na primeira reunião no apartamento do jurista Pedro Serrano, que não quer o PT no meio, vide o bate-boca entre o Andrezinho Franco Montoro e o Boulos; o encontro seguinte no TUCA confirmou. E o Lula queria que a Gleisi fosse e levando a Dilma pra jogar na cara deles? meudeus...Já existe uma Frente Ampla sendo formada, sem o PT; 6) "Bem que tentou emplacar Jacques Wagner na articulação política do governo. Dilma apresentou objeções. – Será que ele tem experiência política suficiente?". Moisés, quando desceu do morro com os 10 mandamentos, no verso da tábua estava escrito o terrível décimo primeiro mandamento: "medíocres se cercarão de medíocres": Zé Cardozo, Mercadante, Edinho, Ideli, etc; 7) "Depois, o rompimento final, quando o PT dispunha de três votos para impedir a abertura de um processo contra Eduardo Cunha na Comissão de Ética da Câmara. O aviso era explícito: se o PT não o apoiasse, ele abriria o processo de impeachment. ...para regozijo do presidente do PT, Rui Falcão, que chegou a publicar um Twitter comemorando. Dilma comemorou. No dia seguinte, Cunha autorizava o processo do impeachment. === " Estou concluindo a leitura do livro "Deus tenha misericórdia dessa nação. A biografia não autorizada de Eduardo Cunha". Antes, li o livro do Rodrigo Janot, Nada menos que tudo. Não chegamos até aqui por acaso, ou por capricho dos deuses do infortúnio, foi um trabalho árduo de estender o tapete para a tragédia, obra portentosa de ingênuos e ignorantes; 8) "...o Congresso era um pote de mágoas, com políticos de todas as extrações que, em algum momento, se sentiram ofendidos pelo estilo duro de Dilma." === Pegue-se o vídeo do dia 17 de abril de 2016, veja a expressão de prazer orgásmico de cada voto, sobretudo um ato de vingança contra uma presidente que tratou o congresso a pontapés, e que tinha tanto a ver com política quanto um camelo no Polo Norte, ou um urso polar no meio do Saara; 9) Por fim: O tempo passou, a fila andou, o eleitorado mudou, não adianta botar em campo a dupla Marcos Coimbra-Alberto Carlos de almeida para edulcorar a realidade, e bater no peito que o PT ainda é o maior partido das galáxias. O partido esteve no segundo turno desde a redemocratização, em 1989, 1994, 1998, 2002, 2006, 2010, e 2018 e mandou um recado claro, há um cansaço, uma fadiga de material exposto a repetição. Foi um aviso claro em 2014, com a vitória apertada [ o bairro do Capão Redondo, em São Paulo, elegeu o Aécio], a tijolada na testa em 2016, com os humilhantes 16% do Haddad e a derrota no primeiro turno, e o aviso final em 2018: contra o PT, topamos abraçar o capeta.

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