segunda-feira, 1 de junho de 2020


Celso de Mello rompe o ‘mimimi’ e abre ruptura com Bolsonaro

FERNANDO BRITO, no TIJOLAÇO

Nada foi mais importante, nos últimos tempos, que a mensagem de Celso de Mello aos demais ministros do Supremo Tribunal Federal, que mencionei no post(AQUI) anterior, marca a ruptura total entre o STF e o governo Bolsonaro.   >>>   Ao acusar Jair Bolsonaro de executar um plano de tomada de poder semelhante ao de Adolf Hitler, o decano da Suprema Corte traçou uma linha de demarcação não só entre seus colegas como, também, em relação ao Parlamento.  >>>   Ao contrário do 'mimimi' de Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre, o velho juiz agiu com altivez e, a meses de deixar a cátedra do Tribunal deu um sinal inequívoco de que a omissão será igual à cumplicidade com o avanço fascista.  Não lançou uma luva, deu uma bofetada, como a ocasião exige.  >>>   Celso de Mello porta-se como Churchill em lugar de Neville Chamberlain: ambos conservadores, mas um deixa claro que não há tergiversação ou pacto possível com o nazismo.   >>>  Pode, é certo, haver intuitos provocadores em alguns dos participantes dos atos antibolsonaro acontecidos hoje, mas eles correspondem ao sentimento das ruas e vão crescer.   >>>   A oposição de esquerda – e agora já existe uma oposição de direita definida – precisa assumir seu papel neles, com ou sem pandemia.   Porque eles vão crescer, seja pela rejeição à direita aos propósitos golpistas de Bolsonaro, seja pelo estresse em que está uma sociedade insegura e amedrontada, mas é preciso não deixar que descambem para uma violência juvenil, que levem água ao moinho da repressão.   >>>  Neste sentido, a mensagem de Celso de Mello, direta e inequívoca, mostra que há espaço para o caminho da legalidade e que ela não protege o golpismo nazista, mas o condena, inapelavelmente.

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