sábado, 7 de janeiro de 2023

Escolas 'cívico-militares': urge desmontá-las 

      

Uma das prioritárias medidas profiláticas do novo governo na área educacional deve ser o desmonte do projeto que, a partir de 2019, passou a instalar no país as ditas escolas 'cívico-militares'.

Esse descalabro introduzido no ensino, por óbvio, à margem de um  debate em amplos segmentos da sociedade brasileira, teve por objetivo semear a falácia de que os colégios militares são 'únicos' de excelência na rede pública e, dessa forma,  constituem referência para os demais.

Daí a instituição do PECIM-Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares, sob orientação e monitoramento de militares da reserva, aquinhoados com um 'puxadinho' remuneratório aos soldos previdenciários que recebem integrais, sem os decréscimos delimitados às pensões(via de regra, iníquas) dos comuns paisanos aposentados.

Aos professores e outros profissionais(civis) da Educação, a quem é exigida especialização acadêmica, até em nível de pós-doutorado, a depender das específicas obrigações magisteriais e gerenciais, a responsabilidade de se            circunscreverem ao manual das instruções didático-pedagógicas, ditas 'morais e cívicas', do ciclo Fundamental ao Médio.

Objetivo? 'Melhorar' o processo de ensino e aprendizagem nas escolas públicas, com base no 'alto nível' dos colégios  do Exército, das Polícias e dos Corpos de Bombeiros militares, em consonância com prefeituras e governos estaduais.

Cabe aos militares de pijama, na função de bedéis(censores, disciplinadores) tocar projetos educativos extraclasse e a busca 'ativa' dos alunos sob rigores indissociáveis da rotina da caserna.

Numa quadra em que nos atemos à premente necessidade de saber, via soberana decisão plebicitária,  que tipo de Forças Armadas nos interessa construir, na contramão do ranço de sua formação histórica, herdada dos ancestrais  'capitães do mato' do Brasil-Colônia, cabe-nos extirpar, com a devida urgência, esse deletério arcabouço destinado a inocular, em corações e mentes de nossa juventude, o ideário fascista novamente a emergir no planeta.

O programa Nacional das Escolas Cívico-Militares, introduzido no finado (des)governo Bolsonaro,  integra a capilaridade do mais nefando autoritarismo, advindo do golpe de 1964, retomado em 2016, com chancela das urnas em 2018.

Mais uma ideia 'fake' de proeficiência que nos compete riscar do mapa com a premência de tempo recomendada para restauração das ansiadas premissas do Estado democrático de Direito. 

(AMgóes)

Nenhum comentário:

Postar um comentário