Regulação das mídias não é censura, como alardeiam os veículos empedernidos e golpistas
Historicamente,
no cenário de propagação das ideias, há uma capilaridade corporativa de maior
amplitude, caso dos conglomerados de comunicação que impõem, através de renovadas
ferramentas midiáticas, notícias e imagens para construir estereótipos universalizados de
opinião nos diferentes estamentos sociais.
Por
óbvio, as mensagens dos grandes grupos midiáticos, aqui e mundo afora, são
estrategicamente formuladas à luz de seus interesses políticos e socioeconômicos,
ao arrepio das expectativas de majoritários segmentos da população.
São
informações de ‘marketing’(convencimento), destinadas a despertar, em meio a carências
de toda ordem, a sensibilidade e subsequente adesão dos receptores a produtos
mercadológicos ou padrões comportamentais.
Dois
terços do território brasileiro são alcançados por proeminentes empresas de
comunicação televisiva (Globo, Record, SBT e Band à frente,) com subsídio e parceria de
afiliadas regionais, um poderoso oligopólio a produzir ‘verdades’ que induzem
o procedimento massivo de 160 milhões.
A
repercussão de mídias antidemocráticas, pulverizada nas ‘fake news’ pelo
aparato das redes de internet e emissoras tradicionais, está nas urnas
eletrônicas, que conferiram a vitoriosa votação de Bolsonaro em 2018, só embarreirada
ano passado, no ‘photoshop’, pelo decisivo desempenho eleitoral de Lula no
Nordeste.
Regular os meios de comunicação eletrônica, em todos os formatos, é tarefa fundamental à construção de nosso protagonismo sociopolítico, com práticas civilizatórias e democráticas faz tempo consolidadas mundo afora.
Essa
regulação, aqui reclamada, não pode, entretanto, servir de anteparo a exceções institucionais, ainda que amparadas em regramentos jurídicos, a configurarem
censura à livre manifestação de pensamento consentânea com as Democracias.
A
par do universo cibernético em que navega nosso cotidiano, compete-nos amplo
debate para estabelecer o equilíbrio de poder, outorgando à sociedade o direito
de gerir, soberanamente, os rumos de
suas expectativas e convicções, inclusive com espaços proporcionalmente justos à
democrática inclusão das minorias.
(AMgóes)
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