segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

 

Nossos militares, desde sempre golpistas, fundaram a República sem consulta popular

      

                   Marechal Deodoro da Fonseca, por conta

                     de uma ‘fake news’ disseminada pelos

                     republicanos, traiu o Imperador

Diferentemente da historiografia disseminada na vida escolar do país, a Proclamação da República adveio de um golpe de Estado urdido pelo Partido Republicano.

À falta de voto para eleger representantes na Câmara do Império (três em 1884 e apenas um na legislatura seguinte), em que pese a intensa propaganda antimonárquica na imprensa do Rio de Janeiro, diante de um Imperador desgastado com encargos econômicos provenientes da guerra (genocida) contra o Paraguai, levou os republicanos a se decidirem pela alternativa do golpe militar.

Pertinente lembrar que, findo o conflito da tríplice aliança (Brasil-Uruguai-Argentina) contra Solano Lopez, originário do pleito paraguaio de internacionalização do Rio da Prata, passagem natural da sua exportação algodoeira e principal ‘commoditie’ para a Europa, que alavancara a economia guarani, nossos Exército e Armada reivindicaram maior participação de sua oficialidade no gabinete Imperial, àquela altura majoritariamente constituído de civis oriundos do ‘coronelato’ político das províncias.

Os conselheiros do Imperador haviam-lhe ponderado sobre possível insurgência nos quartéis, após anos de contato com os platinos republicanos (éramos, desde priscas eras, a única monarquia no hemisfério ocidental), motivo de Pedro II reduzir honrarias e promoções para os vitoriosos ex-combatentes, decisão geradora de 'ruídos' nos quartéis, conhecidos como ‘Questão Militar’.

Foi esse mote utilizado pela intelectualidade do PR para convencer os ressentidos fardados sobre a derrubada do Império, com a proeminente adesão  do tenente-coronel Benjamim Constant, crítico ferrenho das ações brasileiras no cenário beligerante contra o Paraguai, em especial ao comando do brigadeiro Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, tido como responsável por operações genocidas contra a população civil daquele país.

Benjamim Constant Botelho de Magalhães, renomado professor da Escola Militar, era adepto do Positivismo, ideia filosófica do pensador francês Augusto Comte, que preconizava ‘o progresso como base da ordem social’ desatrelada do vínculo com a Igreja, em meio à turbulenta realidade europeia do século XIX.

Sobre o brigadeiro Lima e Silva, Marquês e depois Duque de Caxias, de incondicional fidelidade monárquica e morto em 1883, seu reconhecimento como patrono do Exército só ocorreu a partir de 1920, honraria até então conferida à memória do Marechal Manoel Luiz Osório, o Marquês de Herval.

Na próxima postagem, o detalhe bizarro (e irrelevante para o interesse público) que empurrou o Marechal Manoel Deodoro da Fonseca, já aposentado das fileiras castrenses e figadal monarquista, devedor de favores ao Imperador, para os braços dos golpistas republicanos em 15 de novembro de 1889. (AMgóes) 


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