Nossos militares,
desde sempre golpistas, fundaram a República sem consulta popular
Marechal Deodoro da Fonseca, por conta
de uma ‘fake news’ disseminada pelos
republicanos, traiu o Imperador
Diferentemente
da historiografia disseminada na vida escolar do país, a Proclamação da República
adveio de um golpe de Estado urdido pelo Partido Republicano.
À
falta de voto para eleger representantes na Câmara do Império (três em 1884 e
apenas um na legislatura seguinte), em que pese a intensa propaganda antimonárquica
na imprensa do Rio de Janeiro, diante de um Imperador desgastado com encargos
econômicos provenientes da guerra (genocida) contra o Paraguai, levou os republicanos
a se decidirem pela alternativa do golpe militar.
Pertinente
lembrar que, findo o conflito da tríplice aliança (Brasil-Uruguai-Argentina) contra
Solano Lopez, originário do pleito paraguaio de internacionalização do Rio da
Prata, passagem natural da sua exportação algodoeira e principal ‘commoditie’
para a Europa, que alavancara a economia guarani, nossos Exército e Armada reivindicaram
maior participação de sua oficialidade no gabinete Imperial, àquela altura
majoritariamente constituído de civis oriundos do ‘coronelato’ político das
províncias.
Os
conselheiros do Imperador haviam-lhe ponderado sobre possível insurgência nos
quartéis, após anos de contato com os platinos republicanos (éramos, desde
priscas eras, a única monarquia no hemisfério ocidental), motivo de Pedro II reduzir
honrarias e promoções para os vitoriosos ex-combatentes, decisão geradora de
'ruídos' nos quartéis, conhecidos como ‘Questão Militar’.
Foi
esse mote utilizado pela intelectualidade do PR para convencer os ressentidos fardados
sobre a derrubada do Império, com a proeminente adesão do tenente-coronel
Benjamim Constant, crítico ferrenho das ações brasileiras no cenário
beligerante contra o Paraguai, em especial ao comando do brigadeiro Luís Alves
de Lima e Silva, o Duque de Caxias, tido como responsável por operações
genocidas contra a população civil daquele país.
Benjamim
Constant Botelho de Magalhães, renomado professor da Escola Militar, era adepto
do Positivismo, ideia filosófica do pensador francês Augusto Comte, que preconizava ‘o progresso como base da ordem social’ desatrelada do
vínculo com a Igreja, em meio à turbulenta realidade europeia do século XIX.
Sobre
o brigadeiro Lima e Silva, Marquês e depois Duque de Caxias, de incondicional fidelidade
monárquica e morto em 1883, seu reconhecimento como patrono do Exército só ocorreu
a partir de 1920, honraria até então conferida à memória do Marechal Manoel
Luiz Osório, o Marquês de Herval.
Na próxima postagem, o detalhe bizarro (e irrelevante para o interesse público) que empurrou o Marechal Manoel Deodoro da Fonseca, já aposentado das fileiras castrenses e figadal monarquista, devedor de favores ao Imperador, para os braços dos golpistas republicanos em 15 de novembro de 1889. (AMgóes)
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