sábado, 23 de setembro de 2023

O vacilante ministro  da Defesa de Lula e o general do Exército que ameaçou prender Bolsonaro por tentativa de golpe

                                                                                                                               (Foto: Agência Brasil)  

A delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante-de-ordens de Bolsonaro, começa a revelar detalhes dos bastidores golpistas no pós-derrota da eleição de 2022. Os fatos recém-enunciados corroboram o que todos inferíamos, sem, porém, conhecer seus pormenores. 

Premido pela gravíssima circunstância de 'bola ou búlica', na concreta iminência de perder a patente e começar a vida do 'zero', afora a perspectiva de cadeia pelos crimes de que foi (co)protagonista, Mauro Cid passou a especificar o que viu, ouviu e ajudou a construir contra o Estado democrático de Direito.

                                                             (Foto: Revista Fórum)  

Sobre todos nós pairava a dúvida em torno da iniciativa de golpe: dos comandantes das três armas, face à herança do histórico de insurgências em nossa secular República, ou do deletério (des)governante derrotado nas urnas.

                                                          (Foto: Jornal GGN)

O delator explicita que apenas o almirante Almir Garnier se dispôs a mobilizar as 'belonaves da Marinha, hipoteticamente ancoradas no 'distrito naval' do lago Paranoá, em Brasília, ocorrência merecedora de um vídeo escrachante do 'sargento Peçanha', do 'Porta dos Fundos'.

O brigadeiro-chefe da Força Aérea ficou calado/constrangido diante do plano de golpe de Jair Messias, mas o general Freire Gomes, do Exército, tirou no ato 'o...dele' da reta, ameaçando até prender o 'ex-imbrochável' se insistisse na tal intentona para continuar no Planalto.

                                                                      (Foto: DCM)

A bombástica delação levou outra vez à loucura o entorno bolsonarista, decidido a 'processar por calúnia e difamação' o tenente-coronel, em meio às notícias da convocação do (ex-)'mito' pela CPMI do Congresso.

Nesse ínterim, eis que o escorregadio Múcio Monteiro, ministro da Defesa de Lula, especialista em 'panos quentes', declara que as Forças Armadas 'garantiram'(?) a posse de Lula. Já o atual comandante do Exército, general Ribeiro Paiva, profundo conhecedor dos malfeitos dos camaradas fardados, advoga sistemática 'depuração' nos quartéis.

                                          (Foto: Agência Brasil) 
                                                           (Foto: Ricardo Stuckert)    

Ao conciliar com os subalternos militares(ao invés de lhes impor diretrizes, como lhe cabe), o governo Lula dá sinais de recorrente tibieza, notadamente por ter perdido a capacidade de chamar às ruas a multidão do povo, única a lhe garantir respaldo constitucional, desde a vitória nas urnas.  

(Antônio Manoel Góes) 

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