segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Advogados de Lula reagem

à antecipação de inquérito

da Lava Jato

 
Conforme antecipou o GGN(AQUI) na noite da sexta-feira (12), jornais veicularam nesse sábado que "está tudo pronto para que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja indiciado pela Polícia Federal". A frase é da coluna de Murilo Ramos, na Revista Época. Na reportagem, o GGNrevelou que o inquérito policial sobre o caso do triplex no Guarujá (5003496-90.2016.4.04.7000), envolvendo Lula, já está pronto, conforme consta nos registros da Justiça Federal do Paraná.
 
A coluna da revista apurou junto a delegados e procuradores da Lava Jato, que informaram "ter provas robustas de que Lula era o chefe do petrolão - e de que recebeu propina das empreiteiras, por meio do sítio em Atibaia e do tríplex no Guarujá".
 
Em nota oficial divulgada neste domingo (14), a defesa do ex-presidente afirmou que as informações da coluna reforçam que Lula "é vítima de uma reprovável perseguição por parte de agentes públicos" e "de versões criadas pelos citados agentes, aparentemente com o objeto de interferir no processo eleitoral, considerando não terem encontrado qualquer prova ou infício de prática de crime, mesmo após realizarem uma devassa na vida de Lula e de seus familiares".
 
Conforme publicamos na reportagem, no sistema online dos autos do TRF-4, o inquérito não traz o nome do ex-presidente Lula como parte do processo. No lugar dos investigados, a PF preferiu restringir-se a escrever: "Indiciado: A Apurar", indicação usada quando ainda faltam informações para concluir o trabalho - o que contradiz com o registro de que o inquérito final está finalizado.
 
Nos próximos dias, o documento que supostamente concluiu provas sobre crimes de lavagem de dinheiro, corrupção passiva e organização criminosa pela empresa Mossack Fonseca, deve ser encaminhado ao Ministério Público Federal (MPF), que o transforma em denúncia, então apresentada ao juiz da Vara Federal de Curitiba, Sérgio Moro.
 
O documento é resultado das diligências realizadas pela polícia desde 28 de janeiro deste ano, um dia após a deflagração da 22ª fase da Operação Lava Jato, a Triplo X, com mira no ex-presidente e na suposta compra de um apartamento triplex no edifício Solaris, no Guarujá.
 
Para os advogados Cristiano Zanin Martins e Roberto Teixeira, o anúncio de que o inquérito está concluído, sem ao menos terminar as diligências ou esperar novas informações de delações premiadas, "contraria qualquer noção de devido processo legal e de processo justo, assegurados pela Constituição Federal e pelos Tratados Internacionais que o País se obrigou a cumprir."
 
A revelação do GGN, seguida pela coluna de Murilo Ramos na Época, será levada ao Comitê de Direitos Humanos da ONU, pela defesa do ex-presidente, para confirmar "a ocorrência de violações às garantias fundamentais e a preceitos do Pacto de Direitos Civis e Políticos cometidos pela Operação Lava Jato em relação ao ex-Presidente."

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