quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Por que não o Tijolaço não cobriu o julgamento desta terça
no Senado?

A televisão, ao fundo, foi tocando os vossa-excelência-pra-cá-vossa-excelência-pra-lá em que o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski fez o papel de 'Nossa Senhora' em certos estabelecimentos de luz fracas e avermelhadas.
Assistiu-se nesta terça-feira(9), no Senado, a um julgamento sobre o nada, porque nada havia para julgar. Não há crime e isso ficou claro quando o órgão competente, o Ministério Público, afirmou que não há operação de crédito no Plano Safra  e que não há sequer parecer do Tribunal de Contas sobre as questões orçamentárias de 2015.
O que se passou ali foi tão somente um circo político, onde uma ambiciosa maioria alinhada – e aliciada – pelo presidente interino apenas afia a lâmina para a execução não de Dilma Rousseff, mas da legitimidade de quem recebeu o voto popular.
Que a política parlamentar no Brasil é um lixo desprezível, salvo cada vez mais raras exceções, todos sabemos.
Mas constrange ver o presidente da Corte Suprema presidindo um julgamento no qual os próprios acusadores não tinham como sustentar aquilo com que acusavam.
Estava ali apenas para zelar que tudo fosse formalmente “limpinho”.
Não é um juiz, apenas um rábula regimentalista.
Mas correm, apressam-se, agora por umas uma extraordinária razão: entregar a presidência a Michel Temer é livrá-lo, até, de investigação criminal pelas denúncias de propinagem que estão, de forma fugaz, na imprensa que o apoia.
Francamente, o balé do golpe é repugnante demais e está além de qualquer discussão séria das razões apresentadas.

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