segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Enquanto Temer foge do final

da Rio 2016, Dilma vai ao

Senado se defender

Kiko Nogueira                                   

Covarde
Michel, o covarde
Não que faça   diferença  a  essa  altura — deveria —,    mas   se havia alguma dúvida  sobre  a estatura  moral  de  Temer e a de Dilma,   ela ficou  mais   clara   nestes   dias   de   Olimpíada  e   reta     final    do impeachment.
Por pânico das vaias, o interino não foi ao encerramento dos Jogos. O pau-mandado Rodrigo Maia estava em seu lugar(e nem foi anunciado pelo cerimonial no Maracanã).
O ato de covardia criou um constrangimento com a delegação japonesa, que veio ao Rio para a passagem de bastão para Tóquio, próxima sede.
O primeiro-ministro Shinzo Abe acabou recebido por Maia, presidente da Câmara dos Deputados. O protocolo manda que um chefe de governo seja recebido por outro, mas protocolo e respeito às regras não é a maneira como esse pessoal opera. Temer mandou — adivinhe — uma carta para o homem.
Numa coletiva de imprensa na manhã de sábado, dia 20, a prefeita da capital japonesa deu um resposta sutil a essa questão.
“Não acho que esse deve ser um tema para ser respondido por mim”, disse Yuriko Koike. A entrevista foi encerrada rapidamente.
Antes disso, o próprioTemer fora evasivo quando indagado se estava fugindo. “Irei para a abertura da Paralímpiadas”, falou, como se estivesse enganado alguém.
Dilma, lembre-se, foi mandada tomar 'naquele lugar' no primeiro dia de Copa do Mundo. No último, estava na mesma tribuna de honra.
Ela também avisou que vai fazer sua defesa no Senado no dia 29 pessoalmente. Declarou que não tem medo de ser xingada. “Se me hostilizarem, não será problema meu. Se o Senado quiser repetir a sessão da Câmara, é um problema do Senado”, disse.
O Senado vai, sim, repetir a Câmara, apenas com um pouco, bem pouco, mais de decoro. A figura de Dilma deve inibir, eventualmente, um ou outro corrupto disposto a fazer alguma palhaçada mais circense, do tipo estourar um rojão com confetes.
A senadora Vanessa Grazziotin diz que tem esperança de impedir o golpe. Lula também. Já Michel Temer tem a caneta. E é essa a moeda que circula ali, não o respeito à Constituição ou à Democracia.
Lula, aliás, falou à BBC Brasil sobre a presença de Dilma: “Vai ser um momento importante, um momento histórico porque a presidenta vai ao Senado se expor. Ela corajosamente vai se colocar diante de seus acusadores para que o Judas Iscariotes possa acusá-la na frente dela.
Quem é o Judas Iscariotes. Renan Calheiros? Sim. Seus colegas? Sim. Há seis ex-ministros de Dilma que estão a favor da derrubada da ex-chefe.
São eles Marta Suplicy, Garibaldi Alves, Eduardo Braga, Eduardo Lopes, Edison Lobão e Fernando Bezerra Coelho. Um ex-ministro de Lula, Cristovam Buarque, se transformou num exemplo acabado do canalha-menor golpista.
Dilma vai encarar o Judas Futebol Clube e mais os torcedores num dia decisivo para a história do Brasil. Seu ex-vice decorativo prefere ficar no sofá e dar cano num premiê porque é medrosa e não sabe viver fora das sombras.
Faça as contas.

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