quarta-feira, 17 de agosto de 2016

O golpe que não podem nos dar

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A carta-discurso de Dilma Rousseff tem muitas virtudes: a da verdade, a da legitimidade, a da lógica da soberania popular  pelo voto.
Tem um mérito, o de comprometer-se expressamente com o plebiscito por novas eleições.
Mas possui uma carência.
Já se foi a hora da argumentação conciliatória e arregimentadora.
Passou o tempo do esclarecimento do por que, sem crime de responsabilidade, não há razão legítima para o afastamento de uma governante eleita.
O golpe espera apenas a sua formalização legislativa, está dado e a parcela mais lúcida e esclarecida da população sabe que é um golpe.
O que é preciso fazer, agora, é dizer para que foi dado este golpe.
Dizer que este não é apenas um golpe contra a democracia.
É um golpe contra a soberania nacional.
É um golpe contra os direitos da população.
É um golpe contra o trabalho, em favor do capital.
É um golpe contra os trabalhadores nos seus direitos, inclusive o de se aposentarem de forma digna.
É um golpe contra a saúde pública, contra a educação pública, um golpe contra as políticas públicas de interesse social.
É um golpe a favor dos políticos, dos arranjos, da impunidade dos corruptos.
É, sobretudo, um golpe do passado contra o futuro.
Por isso, não pode nos derrotar sem gritos, dores e lágrimas.
Podem nos vencer, podem roubar-nos o poder que, afinal, nunca foi inteiramente nosso.
Mas não podem nos roubar a voz, o coração, o amor ao Brasil, ao povo brasileiro.
Podem nos derrotar hoje, mais é preciso que os desafiemos com a História, da qual o crime não escapa.
Podem nos  roubar os votos, com o golpe, mas não podem nos roubar o destino.
Podem nos tirar tudo, menos nossos sentimentos. E essa é a força que eles jamais terão.

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