quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Um circo chamado

'Lava Jato'

Leonardo Isaac Yarochewsky(*)    


No final da tarde dessa quarta-feira(14), a Força Tarefa responsável pela famigerada Operação Lava Jato, apresentou, em ação midiática repleta de slides com o aplicativo power-point, perante a imprensa, denúncia contra o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, a ex-primeira-dama Marisa Letícia e mais seis pessoas se superou. Num verdadeiro espetáculo circense, a Lava Jato fez do procurador da República Deltan Dallagnol o mágico que faltava nocirco de horrores, arbitrariedades e autoritarismo que tramita sob o pálio do juiz Sérgio Moro.
Somente um grande ilusionista ou um respeitável mágico para fazer com que os espectadores acreditem no que foi exibido pelo procurador Dallagnol sob os holofotes da mídia. Nesse processo penal do espetáculo midiático, Luiz Inácio Lula da Silva é apontado como o grande vilão e o principal culpado pelas mazelas do país, designado pelo procurador e seus colegas de força tarefa como “maestro de uma organização criminosa”.
Como todo mágico, o representante do Ministério Público Federal faz caras e bocas para iludir a plateia. Ele não serrou a mulher ao meio, não fez truques com cartas, não tirou coelho da cartola, não fez ninguém levitar e nem desaparecer. Nosso mágico inovou, transformando Lula em proprietário de um apartamento contra todas as evidências e, muito menos, provas. Nosso mágico, iludindo-se com a própria retórica, transformou Lula no maior criminoso da História. Fazendo jus ao título de ilusionista, que pratica a arte performática cujo objetivo é entreter o público, induzindo-o a acreditar que algo impossível ou sobrenatural ocorreu.
Sem qualquer prova e, assim, sem justa causa para oferecimento da denúncia, os procuradores da República, capitaneados por Dallagnol, transformaram a coletiva em verdadeiro comício contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Chegaram ao desplante e descaramento de dizer que, embora sem provas,  tinham a convicção de que tudo é verdade. Prova, para que prova, se temos mágicos?
Não, senhores procuradores, vossas excelências não são deuses, não são paladinos da justiça e, também, não são heróis. Vossas excelências são funcionários da República e, portanto, do povo brasileiro que merece respeito.
O mesmo povo brasileiro não se deixará iludir e ludibriar, mesmo com o todo o aparato tecnológico, diante de tanta verborragia, tanta pompa e arrogância. Acusações infundadas, levianas e sem lastro probatório não passarão. A farsa será em breve destruída. O grande truque não sobreviverá à  (verdadeira)Justiça dos homens.
(*) Leonardo Isaac Yarochewsky - Advogado e Professor.

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