sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Presença de Lula na UERJ,  nesta sexta, vira ato pela Educação, que não é caso de polícia

FERNANDO BRITO, no TIJOLAÇO
Não há local mais indicado para isso, neste momento em que a Universidade virou alvo preferencial da sanha policial-judicial e se sucedem os ataques de legiões de policiais fortemente armados para prender meia-dúzia de professores que não oferecem nenhum perigo à ordem pública e que, se convocados, compareceriam a depor sem serem levados por uma matilha feroz.  |||  Ninguém está sustentando que, por professores, quaisquer funcionários públicos devam estar acima da lei.  |||  Mas a repetição e a agressividade destas operações traduzem o ódio incontrolado à universidade pública e a selvageria que tomou conta da ação policial judicial, que já levaram à tragédia do suicídio do reitor Luiz Cancellier.  |||  No caso da Universidade Federal de Minas, o espalhafato era tão desnecessário que o próprio Ministério Público se opôs à condução coercitiva. Inutilmente: a “convicção” e a “cognição sumária” de uma juíza mandou a prudência às favas e despachou um esquadrão armado para as casas do reitor, de sua vice e de dirigentes anteriores da UFMG, como publicado por Marcelo Auler, em seu blog|||  Professores de diversas universidades começaram a fazer circular manifesto onde dizem que ” está se constituindo uma máquina repressiva insidiosa, visando não só coagir, mas intimidar e calar as vozes divergentes sob o pretexto de combater a corrupção”.  Seu verdadeiro alvo, porém, não é corrupção, mas o amordaçamento da sociedade, especialmente das instituições que, pela própria natureza de seu fazer, sempre se destacaram por examinar criticamente a vida nacional.  |||  O ódio e a burrice vão ganhando terreno, sob o patrocínio de recalcados  que se resolveram a impor ao Brasil a ditadura dos sem voto, mas com toga e distintivo.  É isto que o ministro Luiz Roberto Barroso chama, hoje, na Folha, de “”refundação do país que não tem volta”? E a isto que ele chama de “filme bom”, embora com retratos devastadores?  |||  Hoje, na UERJ, há boas razões para exigir que a ditadura fique só na avant-première pavorosa que se exibe e não volte a entrar em cartaz neste país, agora protagonizada por esbirros togados e vestidos de preto, não mais de verde-oliva.

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