sábado, 24 de agosto de 2019


O presidente, misto de 'fake' e robô, enfim acusa o golpe


FERNANDO BRITO, no TIJOLAÇO


Assistir à fala de Jair Bolsonaro em rede de televisão, falando sobre as queimadas da Amazônia fez-me voltar no tempo e lembrar de um de seus primeiros compromissos presidenciais, o discurso em Davos, na Suíça, no Fórum Econômico Mundial.   ➤   Ao contrário de suas entrevistas de improviso e de suas “lives” na internet, recheadas de coices, bobagens e irisadas de idiota, território no qual se sente à vontade, o Bolsonaro que faz o “papel” de chefe de Estado está, nitidamente, duro e mecânico ao ler o que lhe prepararam e que, está claro, não corresponde a seu modo de pensar.   ➤   Mas há, para além disso, algo mais significativo.   Pela primeira vez desde o tempo do início da campanha que o levou ao Planalto, Jair Bolsonaro sai da ofensiva para a defensiva.  Baixa a crista, pede ajuda, não sugere que vai resolver tudo no “peitaço”(e não vai mesmo, porque uma autorização para as Forças Armadas agirem de 24 de agosto a 24 de setembro mostra o grau de marquetismo da medida: é outubro o mês mais seco na Amazônia).   ➤   Bolsonaro , por falso, é inconvincente.  Agita os seus incondicionais, mas já não arrasta a classe média, como ilustram os panelaços – ainda que tímidos – que o G1(clique aqui) registra em várias capitais brasileiras.   O ex-capitão mostrou que está perdendo esta batalha e tenta recuar.

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