terça-feira, 6 de agosto de 2019


“Efeito Reforma” de Bolsonaro já se esvaiu no mercado,  com crescente endividamento da população


FERNANDO BRITO, no TIJOLAÇO


A desvalorização do yuan, moeda chinesa – resposta às novas sobretaxas decretadas por Donald Trump às importações norte-americanas daquele país – e os sinais internos de que não há melhoria na situação da economia estão prenunciando um agosto de reversão das pequenas “alegrias de mercado” alcançadas do o “julho da Previdência”, dias atrás.   ➤   No campo externo, os chineses, montados numa reserva cambial imensa, sinalizam que vão compensar com o câmbio mais fraco as perdas de competitividade causadas pelas sobretaxas. Deixou o yuan (na versão empregada no comércio exterior, diferente da do mercado interno) passar de 7 por dólar, a maior cotação da década. A persistir, perdemos valor nas exportações de commodities e barateiam-se as importações brasileiras daquele país.   ➤   No cenário interno, voltou, desde a semana passada a instabilidade do câmbio, que caiu 5% desde o dia 1° e chegou, agora de manhã, a R$ 3,94 por dólar. A Bovespa dá sinais de que pode perder os 100 mil pontos tão festejados logo após a votação da Reforma da Previdência.  Não chegou a haver sequer o “voo de galinha”, apenas os cacarejos otimistas de sempre. ➤   O aumento do grau de endividamento (aqui) das famílias, que voltou aos níveis do pior das crises também apaga a ideia de que a homeopatia da liberação dos R$ 500 do FGTS possa trazer efeitos maiores sobre o consumo: o dinheiro irá, quase que imediatamente, para o caixa dos bancos e das concessionárias de serviços públicos, com os quais estão os maiores débitos da população.   ➤   Os fatos só confirmam o que qualquer pessoa lúcida sabe: sem política econômica, movido apenas por expectativas e com uma postura irresponsável no comércio exterior em tempos de ameaça de redução do fluxo de trocas mercantis no mundo, não haverá saída da longa recessão que enfrentamos há quatro anos.   


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