terça-feira, 4 de julho de 2017

GREVE  GERAL  ESVAZIADA VIROU TÊNUES BLOQUEIOS
E PROTESTOS  PAÍS  AFORA
        Protesto na descida da Ponte


Egressas de um evento com expressivas paralisações setoriais(28 de abril), inclusive de transporte público em várias capitais, embora sem incidência em outras, como o Rio de Janeiro, sem configurar concretamente uma 'greve geral', as frentes de resistência ao golpe deram na última sexta, 30 de junho, um sonoro tiro no pé .

Deparamo-nos com um emaranhado de conceitos unilaterais de setores  à esquerda e movimentos sociais ditos 'organizados', ainda incipientes quanto à desejada 'unidade', sobre cujos deletérios(e desmobilizadores) reflexos a cambada golpista, conquanto em processo de acelerada diluição, penhoradamente agradece.

Ao banalizarem o instituto da 'greve geral', convocada açodadamente  em exíguo espaço de tempo para a logística de sua complicada deflagração, as 'frentes' partem da premissa de que dispõem, em mero estalar de dedos, representado pela reprodução de grupos nas redes sociais,  de suficiente resposta massiva às ações contra os golpistas. Por óbvio, equivalem a 'propaganda enganosa' conclamações no 'zap', facebook e similares cujo adesismo é avaliado em números de 'curtidas' e comentários de que 'estaremos lá'.

Convocar 'greve geral',  sem  aquilatar a realidade concreta e a ressonância desse chamamento no inconsciente coletivo, equivale a sucumbir na vala comum dos fiascos que alimentam a sedutora verborragia dos 'boechats' da vida 'et caterva', regiamente pagos para fazer o contraponto do 'udenomoralismo' nas mídias golpistas de empulhador apelo popular.

As redes sociais exercem uma função catalisadora, sem dúvida, mas não podem ser consagradas como o termômetro da decisiva solidariedade, consciência  e efetiva participação na luta, fatores decorrentes de cotidiana formação política, esta sim, relegada às traças há mais de uma década, cuja ausência denota o grau de dificuldade ora enfrentado  na hercúlea tarefa de levar multidões às ruas, visando a resgatar o tempo perdido.

Diversamente dos  embates  em periódicos e segmentados movimentos classistas, por melhores salários e condições laborais, a 'greve geral' depende de generalizado apoio da população, instada a impor prejuízo, ainda que por breve período, às perversas demandas reprodutivas do capital. 

Retirar a chave da ignição dos transportes de massa é condição indispensável para consumar, com todos em casa, de braços cruzados,  a inconformação contra poderes ilegitimamente constituídos.

Em tempo: a leniência  em relação  aos infiltrados 'black blocs', nas concentrações e passeatas, gangues cuja presença insólita tem por meta depredar próprios públicos que servem principalmente à  classe trabalhadora, provocando generalizada e desproporcional repressão policial, deve ser debitada aos organizadores dos eventos,  dada a recorrência, sempre relevada,  de tais episódios violentos desde 2013.

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