terça-feira, 25 de julho de 2017

“POVINHO DE MERDA”
Resultado de imagem para Imagens da passeatas de coxinhas classe média

Do AMgóes   >>   Evidente que o título escatológico da postagem é de domínio público.   Apenas o reaproveito, por pertinente.

Não o direciono, entretanto, às maiorias que até bem pouco experimentavam as delícias da  efêmera proximidade ao ‘andar de  cima’, no curso de governos populares, via projeto de inclusão social,  fazendo-as emergir do malcheiroso anonimato a que historicamente foram submetidas pelo excludente baronato refestelado nas ‘varandas-gourmet’ da ‘casa grande’.

Miro na antiga e sadomasoquista classe média(média-média e média-baixa), desde sempre penalizada por legislações draconianas que,  por exemplo,  subverteram a semântica de ‘salário’, traduzido ao fim e ao cabo como ‘renda  tributável'  nas sofridas declarações anuais de ajuste remetidas à Receita Federal. Paradoxalmente, a criminosa sonegação tributária de poderosas corporações, na ordem de vários trilhões de reais, permanece até hoje fora de alcance do periscópio fiscal, em prejuízo dos mais comezinhos interesses da população.

Resultado de imagem para Imagens da passeatas de coxinhas classe média em MaceióEsse mesmo ‘povinho de merda’(da antiga 'classe média'), manipulado por modismos midiáticos de toda ordem, foi às ruas vestido em verde-amarelo, furioso, sob indignados alaridos contra a corrupção, empunhando cartazes com pedidos de ‘intervenção militar’, ‘fora PT’, ‘impeachment’ para Dilma e outras iniquidades.

Agora, esse tal ‘povinho de merda’(da antiga 'classe média'), tênue e descartável linha auxiliar das elites reacionárias, começa a sentir os fluidos da ‘trolha’ que lhe foi introduzida a seco, sem ao menos a viscosidade de uma mísera gota de saliva do golpe.

Digito reportando-me a pessoas de minhas relações(até parentais) e desconhecidas que desfilaram naquelas ensolaradas domingueiras de 2015, Brasil afora, enquadradas pelo ‘zoom’ das câmeras da Rede Globo e outras tevês comparsas, regidas pela baba peçonhenta de aécios, bolsonaros, lobões, ‘mbl’, ‘vem pra rua’ e similares.

Aqui no Rio,  em São Paulo, BH, Porto Alegre, Curitiba, Salvador, Recife, Fortaleza, Maceió etc,  funcionários da ‘ativa’ e aposentados do BB, Caixa, BNB, BNDES, executivos de empresas estatais e privadas, envergando camisas da seleção, manchadas pelos ‘sete-a-um’ da Alemanha na Copa de 2014, desfilaram espumando ódio de norte a sul.

Resultado de imagem para Imagens da passeatas de coxinhas classe média em MaceióEssas criaturas de minhas longevas relações, dezenas das quais acabei deletando do rol de ‘amigos’ nas redes sociais via internet, face à irredutibilidade  de ‘tolerância zero’ a ofensivo e desqualificante analfabetismo político, deprimem-se  na frustração que as acometeu, embora procurem, sem sucesso, disfarçar suas atuais ‘caras de tacho’ diante do calhorda ‘Brasil nos eixos’ de Temer e sua camarilha golpista.

Desmonte das leis trabalhistas e previdenciárias, supressão de conquistas históricas, entrega do patrimônio público a multinacionais, extinção de abrangentes e inclusivos programas sociais compõem o perverso ideário que nos faz retornar à sombria realidade vigente até a primeira metade do século passado, urdida pelo golpe parlamentar-midiático-judicial de 2016 contra o segundo mandato da presidenta Dilma Rousseff.

Pois esse ‘povinho de merda’(da antiga 'classe média'), com suas panelas ‘desativadas’ e camisetas verde-amareladas devolvidas ao baú de recalcitrante insipiência ideológica,  atolado no putrefato lamaçal do golpe que ajudou a consumar, terá de engolir os excrementos sedimentados nos intestinos da própria (in)consciência.

Quem (sobre)viver, verá.

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