Do AMgóes >> Evidente que o título escatológico da postagem é de domínio público. Apenas o reaproveito, por pertinente.
Não o
direciono, entretanto, às maiorias que até bem pouco experimentavam as delícias da efêmera proximidade ao ‘andar de cima’, no curso de governos populares, via projeto de inclusão social, fazendo-as emergir do malcheiroso anonimato a
que historicamente foram submetidas pelo excludente baronato refestelado nas ‘varandas-gourmet’
da ‘casa grande’.
Miro na antiga e sadomasoquista classe
média(média-média e média-baixa), desde sempre penalizada por legislações
draconianas que, por exemplo, subverteram a semântica de ‘salário’, traduzido ao fim e ao cabo como ‘renda tributável' nas sofridas declarações anuais de ajuste remetidas à
Receita Federal. Paradoxalmente, a criminosa sonegação tributária de poderosas corporações, na ordem de vários trilhões de reais, permanece até hoje fora de alcance do periscópio fiscal, em prejuízo dos mais comezinhos interesses da população.
Agora,
esse tal ‘povinho de merda’(da antiga 'classe média'), tênue e descartável linha auxiliar das elites reacionárias,
começa a sentir os fluidos da ‘trolha’ que lhe foi introduzida a seco, sem ao
menos a viscosidade de uma mísera gota de saliva do golpe.
Digito
reportando-me a pessoas de minhas relações(até parentais) e desconhecidas que
desfilaram naquelas ensolaradas domingueiras de 2015, Brasil afora, enquadradas
pelo ‘zoom’ das câmeras da Rede Globo e outras tevês comparsas, regidas pela
baba peçonhenta de aécios, bolsonaros, lobões, ‘mbl’, ‘vem pra rua’ e similares.
Aqui no
Rio, em São Paulo, BH, Porto Alegre,
Curitiba, Salvador, Recife, Fortaleza, Maceió etc, funcionários da ‘ativa’ e aposentados do BB,
Caixa, BNB, BNDES, executivos de empresas estatais e privadas, envergando
camisas da seleção, manchadas pelos ‘sete-a-um’ da Alemanha na Copa de 2014,
desfilaram espumando ódio de norte a sul.
Desmonte
das leis trabalhistas e previdenciárias, supressão de conquistas históricas,
entrega do patrimônio público a multinacionais, extinção de abrangentes e
inclusivos programas sociais compõem o perverso ideário que nos faz retornar à
sombria realidade vigente até a primeira metade do século passado, urdida pelo golpe
parlamentar-midiático-judicial de 2016 contra o segundo mandato da
presidenta Dilma Rousseff.
Pois esse
‘povinho de merda’(da antiga 'classe média'), com suas panelas ‘desativadas’ e camisetas verde-amareladas
devolvidas ao baú de recalcitrante insipiência ideológica, atolado no putrefato lamaçal do golpe que ajudou a consumar, terá de engolir os excrementos sedimentados nos intestinos da própria (in)consciência.
Quem (sobre)viver, verá.
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