quarta-feira, 4 de julho de 2018

Globo baixa AI-5  interno  e 

impõe censura a  jornalistas

no uso de redes sociais


No último fim de semana as Organizações Globo baixaram um édito assinado pelo dono, João Roberto Marinho, impondo censura a seus jornalistas no uso de redes sociais.  |||  A censura patronal (denominada “Item 5 dos nossos Princípios Editoriais”) abrange não apenas as redes existentes, mas até as que ainda não foram inventadas.  |||  “Isso se aplica a todas as redes — Twitter, Instagram, Facebook, WhatsApp” decretou Marinho, “ou qualquer outra que exista ou venha a existir”.  |||  A imposição de censura seria uma reação da empresa ao vazamento, dois meses atrás, de um áudio em que o jornalista Chico Pinheiro, do grupo Globo, protesta contra a prisão do ex-presidente Lula.
TRECHOS DO 'AI-5' DAS ORGANIZAÇÕES GLOBO:
"O Grupo Globo considera que toda rede social é potencialmente pública. Mesmo que alguém permita o acesso ao que nela diz ou publica a apenas um grupo de pessoas, há uma alta possibilidade de que tal conteúdo se torne público. E, quando essa pessoa é um jornalista, a sua atividade pública acaba relacionada ao veículo para o qual trabalha. Se tal atividade manchar a sua reputação de isenção manchará também a reputação do veículo. Isso não é admissível, uma vez que a isenção é o principal pilar do jornalismo. Perder a reputação de que é isento inabilita o jornalista que se dedica a reportagens a desempenhar o seu trabalho.    (...)   Isso se aplica a todas as redes — Twitter, Instagram, Facebook, WhatsApp ou qualquer outra que exista ou venha a existir    (...)   É evidente que, em aplicativos de mensagens, como WhatsApp e outros, em que há mais controle sobre o acesso, todos têm o inalienável direito de discutir o que bem entender com grupos de parentes e amigos de confiança. Mas é preciso que o jornalista tenha em mente que, mesmo em tais grupos, o vazamento de mensagens pode ser danoso à sua imagem de isenção e à do veículo para o qual trabalha. E que tal vazamento o submeterá a todas as consequências que a perda da reputação de que é isento acarreta. Assim, compartilhar mensagens que revelem posicionamentos políticos, partidários ou ideológicos, mesmo em tais grupos, exige a confiança absoluta em seus participantes — confiança que só pode ser avaliada pelo jornalista    (...)    Em síntese, esses jornalistas não devem nunca se pôr como parte do debate político e ideológico, muito menos com o intuito de contribuir para a vitória ou a derrota de uma tese, uma medida que divida opiniões, um objetivo em disputa. Isso inclui endossar ou, na linguagem das redes sociais, “curtir” publicações ou eventos de terceiros que participem da luta político-partidária ou de ideias   (...)    O Grupo Globo tem a compreensão de que, muitas vezes, o jornalista pode se sentir em dúvida sobre se um texto seu nas redes sociais resvala na tomada de posição, ferindo o princípio da isenção. A única solução é consultar a chefia.”  

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