Folha de S. Paulo: mais provas das “fábricas de fake news” usadas para eleger Bolsonaro
FERNANDO BRITO, no TIJOLAÇO
"Pensei melhor, estou pedindo pra
você retirar tudo que falei até agora, não contem mais comigo”. A frase, de Hans River do Nascimento, ex-funcionário de uma das
empresas que dispararam, durante a eleição, milhões de mensagens em grupos
de Whatsapp é a desculpa que deu à Folha de S. Paulo o sujeito,
depois de ter feito um acordo financeiro com o ex-patrões. ||| Para azar dele, o que havia dito aos
repórteres Artur Rodrigues e Patrícia
Campos Mello(AQUI), havia sido gravado e nas conversas ele falava em
milhares de chips adquiridos com nome e CPF de pessoas que desconheciam o
uso de seus dados para criar celulares “fake” com a finalidade de distribuir mensagens. Há até uma foto de uma caixa contendo centenas de
chips usados na falcatrua. ||| A matéria, toda documentada pela troca de mensagens
entre os gerentes da empresa, conta que o submundo da propaganda ilegal com o
uso de redes sociais era operado por centenas de pessoas: Segundo Nascimento,
ele e vários de seus colegas chegaram a trabalhar 16 horas seguidas para dar
conta dos disparos encomendados pelas campanhas. “Muita gente dormia lá, na
escada, sofá, hall. Descansava um pouco, ia lá e fazia mais um turno”, disse. ### Uma mensagem em
nome de Flávia explica aos funcionários que a empresa cresceu “desordenadamente
nos últimos meses com a operação da bulk services [disparos em massa]” e que o
prédio usado não comportava mais seus quase 200 funcionários. ||| Não se sabe se haverá alguma investigação sobre as
quadrilhas de criminosos cibernéticos e sobre seus contratantes, já que o
presidente eleito considera o caso das “fake news” uma “fake new”. Mas não percamos as esperanças, a doutora Rosa
Weber, presidente do TSE, já deve ter marcado para 2020 uma reunião da comissão
do grupo de trabalho da assessoria especial dedicada a controlar o uso de
esquemas ilegais de distribuição de mensagens, não é mesmo?
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