quinta-feira, 28 de julho de 2016

TEMER:  interino golpista, MAS  paSSÍVEL DE DESCARTE





Resultado de imagem para fotos de michel temerO governo interino de Michel Temer estaria apenas ganhando tempo, esperando pelo desfecho do impeachment para adotar medidas fiscais mais consistentes, se tivesse adotado uma política feijão-com-arroz de transição: se, mesmo sem condições de debelar o déficit com medidas fortes, estivesse pisando no freio para evitar a expansão do gasto público. Mas, aos olhos do mercado, enquanto acenam com medidas futuras e não garantidas, como a PEC do teto para o gasto e a reforma previdenciária que incendiará o país, Temer e Meirelles pisam é no acelerador fiscal, e não no freio. Por isso a grita de aliados, que foram do editorial de O Globo à manifestação do banco Crédit Suisse, passando por colunistas da grande mídia.

Se a autoconfiança de Temer não for desmedida, ele deve saber que a eventual consumação do golpe em agosto, com sua efetivação no cargo, não lhe garante os dois anos e meio de mandato. Ele é tanto ou mais descartável do que foi Dilma, que era presidente eleita. Se fugir do figurino esperado, as mesmas elites que o puseram lá podem tirá-lo. Caminhos existem.

O primeiro, seria pela condenação da chapa Dilma-Temer pelo TSE. Embora ele tenha apresentado um recurso pedindo que suas contas de campanha de 2014 sejam consideradas individualmente, isso não está resolvido. E só o será quando as coisas estiverem mais claras. Se seu governo tiver conseguido restabelecer a confiança dos agentes econômicos, de forma efetiva e não fantasiosa como andou apregoando a mídia, recorrendo até à manipulação de pesquisa como fez a Folha/Datafolha, só Dilma poderá ser condenada pela corte comandada por Gilmar Mendes. Do contrário, a ação estará lá, para a eventualidade de uma nova troca de guarda que atenda aos interesses supremos.

Outro caminho é o de seu impeachment, caso ele se torne indesejável. Já tem o pedido que Eduardo Cunha paralisou, e existe o risco de que seja alvejado por Eduardo Cunha com uma denúncia grave que, dependendo das circunstâncias, pode turbinar o processo. Ficou claro, com o caso de Dilma, que o impeachment no Brasil é uma questão de maioria, dispensados os fundamentos jurídicos que a Constituição aponta. A mesma maioria que lhe deu a cadeira de Dilma pode tirá-la, se os que de fato mandam quiserem trocá-lo por alguém mais palatável ou confiável. Por quem, por exemplo? Por um presidente que seja eleito indiretamente pelo Congresso, a partir de janeiro do ano que que vem, como prevê a Constituição. Não precisa ser congressista – onde hoje não há ninguém credenciado ao posto. Basta que tenha o voto da maioria, que sabe obedecer.

Isso, tomando-se como certa a condenação de Dilma em agosto. Faltam quatro semanas. No julgamento, se o Senado tiver juízo, pode considerar a proposta de Dilma de ser inocentada, voltar ao cargo com a legitimidade que lhe deram as urnas, convocar o plebiscito e daí para as novas eleições seriam um passo. Um passo mais seguro para a estabilização e a relegitimação da Presidência.

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