sexta-feira, 25 de maio de 2018

Caminhoneiros, oportunistas de direita sem rumo e uma esquerda garimpando, entre tapas e beijos, a  utópica  unidade
Greve dos caminhoneiros: siga as notícias da crise dos combustíveis ao vivo

As corporações transportadoras de cargas bancam os caminhoneiros autônomos transformados em infantaria na paralisação nacional que chega nesta sexta(25) ao quinto dia em meio a propostas inconsistentes do governo golpista para reduzir o preço dos combustíveis. 

Sem poder de fogo, Temer agora ameaça com o Exército nas estradas, um filme mofado a que assistimos, desde três meses atrás, no Rio de Janeiro, com  uma intervenção militar que só fez agravar o clima de insegurança dos fluminenses.

A política de desmonte da Petrobras, comandada pelo escroque Pedro Parente, dá com os burros n'água, face à 'insurgência' de um segmento de suporte da economia que, como ficou claro, não se prestaria inerte à impossibilidade de manter ao menos por uma  semana sua planilha de custos operacionais, bem assim as tarifas inerentes ao transporte de cargas país afora.

Ironicamente, são as mesmas instituições que em 2015, avalizando as preliminares golpistas desencadeadas pelo derrotado pilantra Aécio Neves,  bloquearam estradas, conquanto em níveis menos acachapantes, pedindo o 'impeachment' da presidenta Dilma Rousseff, 'intervenção militar'(que agora repetem) e a privatização da Petrobras. 

Encarregado do jogo pra lá de sujo, Parente caprichou nas 'tratativas' iniciais do desmonte da petroleira, cuidando de repassar, a preço vil, nacos preciosos do pré-sal, a cereja do bolo destinada a condimentar, décadas a fio, nossas perspectivas em Educação de melhor qualidade e Saúde Pública decente para todos.

Presenteando as empresas estrangeiras com nosso óleo cru, o golpista da Petrobras acertou a 'contrapartida' do retorno de subprodutos pelos sabidos e estratosféricos valores 'de mercado'. Com efeito, ofertado  'generosamente' o barril 'in natura' a 30 centavos de dólar, pagamo-lo de volta, processado, a US$100,00, uma 'concessão' que o mais benevolente dos pais jamais faria aos próprios filhos. E ninguém é inocente para descartar a obviedade do mirabolante propinoduto escoando  milhões(sempre em 'verdinhas' dos EUA)  creditados às contas da camarilha golpista nos paraísos  fiscais. 

Eis que, para o pessoal do transporte de cargas(grandes empresas e condutores autônomos), o golpe da quadrilha entronizada no Planalto(como em outros carnavais, para 'salvar o país') foi muito abaixo da cintura.  As promessas de mais subsídios garantidores de crescente lucratividade, à base de 'o paraíso é aqui', viraram fumaça com a perniciosa sistematização de reajustes semanais dos combustíveis, implicando perdas inevitavelmente repassadas ao consumidor final.

Tão singular e sem perspectiva é a quadra atual, que,  nas redes sociais, 'revoltados online' chegam a se referir ao protesto dos  caminhoneiros como uma 'mobilização popular', cuspindo brasa,  como de seu feitio, à frente da telinha do computador, com  certeza desarvorados com a incestuosa realidade  gestada nas domingueiras em verde-amarelo que pateticamente protagonizaram.

Enquanto isso, o caudal de contradições se avoluma. A direita, impulsionadora do golpe dois anos atrás, descobre-se sem um candidato que chame de 'seu' para o pleito presidencial deste ano, tirante o ex-capitão mequetrefe que promete liquidar 'comunistas' e similares sob a égide de um 'quarto Reich', tão aterrador(ou mais) que o 'terceiro' no século passado.

Já o espectro à esquerda, à frente o Partido dos Trabalhadores, com  seu líder(e favorito para o pleito de outubro vindouro), preso pela 'convicção' de obscuro juiz de 1ª instância federal em Curitiba e criminosa desfaçatez de tribunais superiores, formula discursos entremeados de 'unidade-já' com seus aliados, a par de recorrentes 'é Lula ou nada', descartando peremptoriamente eventual, preventivo e exequível 'plano B'. 

Paira no ar (embora inadmissível) perspectiva  a cada dia provável de  impugnação  do ex-presidente, até mesmo na undécima hora da campanha eleitoral,  gerando um clima de incerteza, inconformismo 'intra muros', generalizada perplexidade e mobilização para levar multidões às ruas, única e concreta alternativa que viabilizaria uma(ansiada) volta por cima. O resto é tergiversação de bem-intencionados 'integracionistas', entre tapas e beijos, e nada mais.

Por fim,  com base na lógica do 'imponderável',  o risco plausível de extemporânea radicalização rumo ao passado autoritário, ora em inquietante estado latente nos quartéis, visto que os generais(sempre eles, ungidos por 'forças sobrenaturais' da lei e da ordem) seguem se achando os 'centuriões' da República, sob medida para decidir, em marcha batida, os destinos de todos nós tangidos  sob apopléticos 'ordinários, marchem!'.  A ver.

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