A ordem agora é ‘salvar os bilionários’, não os cidadãos comuns (dos efeitos econômicos do coronavírus)
“Um dia, a grande ficha vai cair”, escreveu e desenhou Laerte, num quadrinho provocador sobre a alienação humana. A frase cai como uma luva para o Brasil, diante do Coronavírus. No mundo todo, os jornais debatem a pandemia, os enormes abalos que ela provoca nos mercados financeiros e os riscos de uma recessão global. Aqui, a tempestade econômica sequer figura nas manchetes principais – muito menos se debate seu sentido. E como não é possível desconhecer a propagação da doença (já são 2 casos confirmados e 433 suspeitos), promove-se ativamente a despolitização. A população é orientada a lavar as mãos com álcool gel – nunca a examinar os atos (e em especial as omissões) dos governos. >>> É neste ambiente que se armam tenebrosas transações. Na esfera global, a mais importante é a trama, pelos Bancos Centrais dos países ricos, de uma operação para salvar os bancos privados e grandes empresas em crise. A jogada repete o script principal seguido na grande quebradeira de 2008. Os grandes grupos econômicos são “resgatados”. Para evitar que quebrem, os Estados injetam dinheiro e assumem enormes dívidas. Logo em seguida, cortam gastos sociais, alegando estar quebrados – e, portanto, obrigados a “austeridade”. Há uma diferença essencial, porém, em relação à crise passada. Surgiu, em diversas partes do mundo, uma reivindicação política nova, baseada na chamada Teoria Monetária Moderna. Propõe-se: se os Estados podem criar dinheiro para salvar bancos, porque não podem fazer o mesmo para grandes investimentos sociais e em infraestrutura? ➤ A íntegra de ANTÔNIO MARTINS, no OUTRAS PALAVRAS.
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