quarta-feira, 25 de março de 2020

Governadores tomam
poder  de  Bolsonaro
FERNANDO BRITO, no TIJOLAÇO
O Brasil é, ainda que bem distorcida, uma Federação de Estados. Quebrados, falidos, pendurados no governo federal e, nos últimos tempos, endividados até a raiz dos cabelos com a União. >>> O que terão feito, então, os governadores de máquinas assim capengas levantarem-se em bloco – até o reacionaríssimo Ronaldo Caiado diz que rompeu com ele – contra o Presidente da República? >>> Sim, é óbvio que há preocupação com as medidas emergenciais frente ao novo coronavírus e pressão da sociedade para que se as adote. Mas eles perceberam – a maioria e o resto vai “no embalo” – que Jair Bolsonaro enfraqueceu-se e, enfraquecer-se, na política, é ser dominado ou defenestrado. >>> Todos os governadores sabem que a União terá de lhes entregar verbas e alguns já estão conseguindo que as vencidas/vincendas, emprestadas em outros tempos, lhes serão garantidas pelo Judiciário. Mais delas virão, diante do argumento irretorquível de hospitais em pandemônio e filas de corpos. >>> Alguns deles, além disso, já contam com a perspectiva de que Bolsonaro, isolado, terá de deixar o governo e seu ‘vice’, o general Mourão, não tem densidade política para governar – ainda que provisória e precariamente – sem uma composição com eles. >>> Já Bolsonaro, a meu ver tolamente, acha que sua atitude fará cair sobre os governadores o desgaste do desemprego em massa. Isso não acontecerá, porque emprego é um tema essencialmente federal, de política econômica, justamente a que nos mais falta. >>> Ou alguém acha que existe política econômica num governo que baixa uma MP suspendendo salários, revoga-se dizendo que “houve um erro de redação” e, quatro dias depois ainda não conseguiu lançar outra em lugar do tal “errinho”? >>> Os governadores se mexem porque sentem que Jair Bolsonaro apodrece na sala...

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