sexta-feira, 29 de maio de 2020


Desesperado, Bolsonaro parte para a ameaça explícita: “Acabou, porra!”


FERNANDO BRITO, no TIJOLAÇO


Já não foi preciso o “escurinho do Palácio”.   Na porta do Alvorada, já quase deserta de jornalistas e com poucos fanáticos, um Jair Bolsonaro transtornado diz que está “co a arma da democracia nas mãos”, que decisões absurdas não se cumprem e que não vai mais aceitar o que aconteceu ontem – a ação da Justiça sobre sua “mídia”, as redes de fake news – e fazendo um ultimato:  — Acabou, porra!!!   >>>   Não acabou, evidentemente e vai piorar.  Edson Fachin remeteu ao plenário do STF a decisão sobre o providencial pedido do 'passador de pano', digo, do Procurador Geral da República para que se paralisem as investigações sobre os promotores de mentiras e ofensas das redes sociais. O habeas corpus preventivo com que se ingressou para que Abraham Weintraub preste depoimento ao Supremo, se chegar a ser discutido, não será acolhido. Os presidentes da Câmara e do Senado, ainda que a conta-gotas,  terão de sair de seu covarde mutismo.   >>>   Bolsonaro não quer que acabe. Não quer, como diz, “paz para governar”, pela simples razão de que não é capaz de governar um país que está debaixo de uma tempestade sanitária, econômica e social.   >>>   Como nos jogos de “queda de braço”, os dois contendores – Judiciário e Presidência – vão permanecer tensionando, de dentes cerrados, com os braços travados ao centro da mesa, até que um dos dois perceba ter condições de derrubar o adversário.

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