segunda-feira, 25 de maio de 2020


Na “reunião ministerial das hemorroidas”, a questão do armamento é “a mais grave de todas”

Trata-se da lógica de armar milícia para resistir à ação legal de autoridades constituídas. Isso constitui crime contra a Segurança Nacional", diz professor de Direito Constitucional da UERJ
O pitbull da família Bolsonaro - ISTOÉ Independente
Eduardo Bolsonaro e o arsenal da 'milícia(nada\)digital'
No JORNAL/GGN    
Prof. Daniel Sarmento
No vídeo da reunião ministerial de Jair Bolsonaro – que a internet batizou de “reunião das hemorroidas” -, o presidente da República deixou claro que quer ver “todo mundo armado”, porque “o povo armado não é escravizado”. Ele sugeriu que se o povo estivesse armado, poderia resistir às medidas de isolamento social impostas por governadores e prefeitos por causa do coronavírus. Para o professor de direito constitucional da UERJ, Daniel Sarmento(foto acima), Bolsonaro se incriminou. >>> “Essa questão do armamento é a mais grave de todas. Mesmo que isso não tivesse sido o objeto inicial do inquérito, é uma coisa que se chama encontro fortuito de provas. Quer dizer, você obteve validamente a prova. Isso é de uma gravidade enorme, é a lógica de armar milícia para resistir à ação legal de autoridades constituídas”, disse Daniel em entrevista à TV GGN, na noite desse domingo (24).  >>>  “O Supremo já disse que estados e municípios podem impor medidas de isolamento social, e ele [Bolsonaro] está confessando o objeto de armar a população para resistir a essas medidas. Isso constitui crime contra a Segurança Nacional.” >>> Sarmento lembrou que o plano de Bolsonaro não ficou na “cogitação, porque na mesma época foram editados atos que aumentaram muito e sem nenhuma fundamentação o número de munições que o cidadão comum poderia adquirir e que praticamente eliminaram a rastreabilidade de munições e armas. Isso é muito sério”, comentou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário