terça-feira, 5 de maio de 2020


Moro inferniza Bolsonaro,

mas perdeu sua mística



FERNANDO BRITO, no TIJOLAÇO

Pesquisas, ruas, mídia.  Pouco mais de uma semana e já é possível ver que Sergio Moro perdeu, e feio, a batalha para Jair Bolsonaro.   >>>   Seja nas ruas de Brasília, seja nos portões da Polícia Federal, deu para ver que as manadas seguiram o sino psicopata do presidente e largaram o juiz no minguado terreno remanescente de gatos pingados no que já foram multidões de idólatras.  >>>   A monstruosidade que Moro pariu tornou-se mais monstruosa que seu ventre. O fundamentalismo religioso que o embalou fez crescer um fundamentalismo mais feroz.  >>>  Como o pássaro preto, o chupim, que põe os ovos no ninho do tico-tico, gerou um ser tão grande e feroz que devora os outros filhotes e até quem o chocou.   >>>   O uso judicial de suas “delações premiadas” é igual ao que se faz das que comandou em Curitiba: serve para atacar a honra (ou a falta dela) alheia, mas não santificam o delator.  >>>  A demissão de Moro tem dez dias, mas já o arrastou para uma insignificância de anos.   A trajetória do ex-juiz para o opróbrio, a degradação, a humilhação, para o vexame é irreversível.  >>>   Moro é o adversário que Jair pediu a Deus.  Não pode enfrentá-lo no campo da moral, da legalidade, do humanismo, da isenção, do respeito à lei.  A legião de seguidores que teve, agora, segue o que simboliza o fanatismo autoritário que ele um dia representou.   >>>   O chupim de Moro cresceu, tem um bico enorme e devora o ninho onde cresceu.

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