Moro
inferniza Bolsonaro,
mas
perdeu sua mística
FERNANDO BRITO, no TIJOLAÇO
Pesquisas, ruas, mídia. Pouco mais de uma semana e já é possível ver que Sergio Moro perdeu, e feio, a batalha para Jair Bolsonaro. >>> Seja nas ruas de Brasília, seja nos portões da Polícia Federal, deu para ver que as manadas seguiram o sino psicopata do presidente e largaram o juiz no minguado terreno remanescente de gatos pingados no que já foram multidões de idólatras. >>> A monstruosidade que Moro pariu tornou-se mais monstruosa que seu ventre. O fundamentalismo religioso que o embalou fez crescer um fundamentalismo mais feroz. >>> Como o pássaro preto, o chupim, que põe os ovos no ninho do tico-tico, gerou um ser tão grande e feroz que devora os outros filhotes e até quem o chocou. >>> O uso judicial de suas “delações premiadas” é igual ao que se faz das que comandou em Curitiba: serve para atacar a honra (ou a falta dela) alheia, mas não santificam o delator. >>> A demissão de Moro tem dez dias, mas já o arrastou para uma insignificância de anos. A trajetória do ex-juiz para o opróbrio, a degradação, a humilhação, para o vexame é irreversível. >>> Moro é o adversário que Jair pediu a Deus. Não pode enfrentá-lo no campo da moral, da legalidade, do humanismo, da isenção, do respeito à lei. A legião de seguidores que teve, agora, segue o que simboliza o fanatismo autoritário que ele um dia representou. >>> O chupim de Moro cresceu, tem um bico enorme e devora o ninho onde cresceu.
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