Renan, Maia e a entrega
da botina previdenciária
FERNANDO BRITO, no TIJOLAÇO
Caminhamos, nesta sexta-feira(1º), daqui a pouco, para uma eleição que retratará o “novo Brasil” da moralidade e da “nova política”. Rodrigo Maia e Renan Calheiros, de novo e de novo, serão eleitos presidentes da Câmara e do Senado, com direito a telefonemas de incentivo presidencial. desde o Hospital Albert Einstein. Um cenário bem diferente daquele em que o filho Eduardo Bolsonaro pretendia para “tratorar” a oposição ao ex-capitão, não tem dois meses. ||| O preço é claro e exposto, como o cartaz de promoção nas vitrines: a aprovação da reforma da previdência em bases muito mais violentas que a fracassada tentativa de Michel Temer. Aquela que ruiu após a gravação do “tem de manter isso” com Joesley Batista. ||| No mesmo dia em que “vence”, com Renan e Maia, a escolha para o comando do Legislativo, porém, o governo terá de amargar Marco Aurélio Mello “mandar para o lixo” as investigações sobre Fabrício Queiroz e o “Filho 01”, Flávio Bolsonaro. A ver como o fluxo de lama que delas virá irá atingir o clã. ||| Neste caso, mas ao contrário de Brumadinho,ali as sirenes soaram bem alto mas igualmente não havia plano de emergência. Improvisaram-se diques, na correria, como as entrevistas amestradas na Record e no SBT, e as alegações de que os rejeitos atingem também outros deputados estaduais. Tudo sem maiores resultados ou projeções: até agora, não há certeza se o “01” será abandonado à sua desgraça. ||| Renan e Maia, ambos comprovados sobreviventes de soterramento de reputações, podem até dar tudo do que insinuam prometer ao governo. Mas só entregarão rápido se houver uma onda acachapante de apoio à reforma que ultrapasse as resistências que se terá de vencer e que não aparecem porque o que se anuncia até agora não evidencia quem serão as vítimas dos cortes brutais que se pretende fazer. ||| Se Paulo Guedes e o governo esperarão dois meses até darem os detalhes, como exigir que os parlamentares votem em poucos dias? Ainda mais se estiver rugindo a barreira fétida da promiscuidade com as milícias? ||| Os dois veteranos do parlamento sabem que é devagar que não se sai do lugar e serão muito mais “reformistas de boca” que de atos, como espera Bolsonaro. Se poder consiste em não dar poder absoluto ao ex-capitão. Os coronéis da roça, espertos, só davam o segundo pé da botina depois da eleição.
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