segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019


Tragédia na ‘base’
Resultado de imagem para fotos dos jogadores do flamengo queimados

Do AMgóes  >>>  Os jogadores adolescentes da 'divisão de base' do Flamengo, mortos no incêndio da  madrugada da última sexta-feira(8), no alojamento do CT 'Ninho do Urubu'/Vargem Grande/Rio de Janeiro, foram vítimas da imprevidência com que, Brasil afora,  são tratadas as tais 'joias' do futebol.   |||   Aliás, a rigor, em centros mais atrasados, por razões financeiras(dos clubes e dos próprios futebolistas), jogadores adultos  ainda residem sob arquibancadas, em regime de insalubridade e insegurança, equiparados aos 'boias frias' semiescravizados na zona rural.   |||   Em ambos os casos,  ruralistas e dirigentes do futebol se assemelham no descumprimento de regras básicas das relações trabalhistas que o governo fascista recém-empossado tenciona mandar às favas. "É difícil ser empresário neste país", já asseverou Bolsonaro, lembra-se?   |||   Direto ao assunto: antes de optar pela solução, numa 'provisoriedade' que atravessou anos, de alojamento em 'container'(embora tido como 'habitável', segundo a própria Prefeitura do Rio havia atestado, com aval da Secretaria do Menor e do Adolescente, bem assim do Corpo de Bombeiros), o Flamengo dispunha de recursos para alojar os garotos em imóveis(de alvenaria) alocados na periferia do Centro de Treinamento.  Ou até,  às suas expensas, trazer para o Rio os familiares dos promissores garotos, a exemplo de como procedem, desde sempre, os grandes clubes do exterior.  |||  Infelizmente, os acertos permissivos entre clubes e empresários dos jovens, com aval dos pais(geralmente desinformados), todos vislumbrando os lucros(e nova vida) com o sucesso dos 'futuros craques' , poderiam ter consequências funestas, como a que desgraçadamente ocorreu aqui no Rio, mas minimizam(ou descartam) cuidados elementares, considerando que morar num 'container' metálico,  por exemplo, embora refrigerado, 'quebraria o galho' até ulterior deliberação.   |||  Durante mais de meio século, o Flamengo facilitou a vida de terceiros,  geralmente apadrinhados de sucessivas diretorias, aos quais alugou, por escandalosa ninharia, apartamentos de 3 e 4 quartos em seu imponente edifício da seletiva avenida Rui Barbosa, bairro homônimo da zona sul carioca, orla da Baía de Guanabara,  conhecido  como 'sede do Morro da Viúva'.   |||   Entendo os sonhos alimentados por pais e mães(a maioria de parcos recursos), diante da perspectiva de terem seus meninos, para além do Maracanã, no rumo de contratos bilionários de Neymar e, mais recentemente,  Vinícius Júnior e Paquetá negociados pelo rubro-negro com Real Madrid e Milan.  Daí confiarem, de pés juntos,  nos atravessadores que prometem transformar as 'joias',  com brevidade,   em estrelas internacionais.   |||  Residir num 'container', mesmo provisório('garantido' e 'confortável')) como alega o Flamengo, às vésperas de inaugurar o módulo definitivo para a 'base' no 'Ninho do Urubu', seria um detalhe de somenos importância. Até que a tragédia se deu. Sejamos francos: em regiões frias do planeta, com baixas temperaturas todo tempo,  o 'container' de estrutura metálica é até pertinente. Não em país tropical. Muito menos nos (mais de) 40 graus do verão entre nós.   |||   A tese de que 'craque o Flamengo faz em casa'(referência à 'era Zico' e ao timaço campeão mundial em 1981) só se sustenta se o clube, ao edificar o moderno CT, nos moldes dos europeus, priorizasse, concomitantemente com as instalações para as demandas do elenco profissional, as destinadas às divisões de base, nelas incluída, por indispensável,  uma escola de ensino fundamental.    |||   Empossado em dezembro, o presidente Landim assumiu, sem qualquer reparo,   o acervo de responsabilidades advindo da gestão Bandeira de Melo que implantou os alojamentos em 'containers' no 'Ninho do Urubu', anos atrás. Mas, até a hora desta postagem, não se sabe de qualquer participação da extinta diretoria no gabinete de crise da Gávea que tenta explicações para as dolorosas perdas(de vidas) que ocorreram.

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