Brincando de presidente: general tem R$ 240 bi para seu 'Plano Marshall' na 'banana's republic'
Teich, só de figuração na Saúde: quem manda mesmo é Braga Netto |
FERNANDO BRITO, no TIJOLAÇO
Na entrevista do Comitê de Crise do Governo Federal, nessa quarta-feira(22), com o atrativo da tardia participação do interventor de Jair Bolsonaro no Ministério da Saúde, algo chamou a atenção. >>> Anunciado um plano de recuperação econômica de R$ 240 bilhões de reais, chamado “Pró-Brasil”, que engloba todo o tempo restante deste governo. Sob o comando militar do general Braga Netto, que teve menos votos para presidente que o Cabo Daciolo. >>> O Ministro da Economia nem presente estava. O nome do presidente da República nem sequer foi mencionado pelo “chefe” do plano. Para ele, ficaram as pobres referências de Marcelo Álvaro Antônio, o laranja do Turismo e do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, convocado para “falar pelos governadores”, sem legitimidade para isso, numa patética performance pró-liberação do comércio e das escolas que nem ele mesmo poderá realizar. >>> Não dá sequer para falar do general Luiz Ramos, que culpa a imprensa por mostrar o sepultamento em massa de cadáveres, que vai assustar os idosos. O espetáculo foi patético. >>> O Ministro da Saúde preocupou-se em falar dos efeitos da epidemia sobre a renda dos hospitais privados(AMgóes: disso, ele conhece) e do bilhão de reais do Itaú, um trocado perto dos recursos necessários à Saúde. Nada relativo a ações de emergência das quais o país precisa, desesperadamente. >>> O “Plano Marshall” ou “New Deal”, como queiram, anunciado pelo “presidente” Braga Netto é uma tolice. Aposta, num período em que é evidente a retração do capital internacional, em que 7/8 dos recursos venham do capital privado. >>> O “investimento” público na recuperação econômica não chega a um mês da ajuda emergencial. As obras citadas pelo general eram de duplicações de trechos de 9 km de rodovias! A rigor, avenidas urbanas, nada perto de uma revolução viária. >>> Mais do que dinheiro, porém, falta-lhe legitimidade política para liderar um projeto de recuperação econômica. Pior, tem diante de si um desestabilizador cotidiano de qualquer serenidade, representado pelo presidente da República.
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