A receita do ‘dotô Bozonazi’
transforma o Brasil em cobaia
para experimento macabro
FERNANDO BRITO, NO TIJOLAÇO
Aconteceu o impensável, mas não o imprevisível. Jair Bolsonaro apareceu em rede nacional de televisão “prescrevendo” o remédio milagroso contra o coronavírus, aquele que o mundo inteiro não se atreveu a suar. >>> É o presidente quem medica, não os cientistas e os médicos. Danem-se os protocolos científicos, os estudos científicos, os ensaios clínicos. Se o governante do país prescreve e o ministro da Saúde se cala, dizendo que “é o Conselho Federal de Medicina quem decide”, sem ter coragem nem meios para decidir, porque um médico de trinta e poucos anos vai decidir? >>> Tem uma recomendação oficial, nem mesmo contestada, porque não haveria de dar hidroxicloroquina ao paciente que, desesperado, pede algo que possa lhe aliviar a angústia respiratória? Pode um passe de umbanda? Pode! Pode uma vela e um copo d’água? Pode! Pode uma oração? Pode! Tudo isso pode, mas não é medicina. >>> O Sistema Único de Saúde, a partir de hoje, tende a tornar seus pacientes cobaias de um grande ensaio clínico de medicamentos que envolvem milhões de dólares e centenas de milhares de vidas. >>> Seremos uma vasta fauna à disposição de um experimento mortal, conduzido pelo Presidente da República. Teremos sorte se o cenário à frente for o da Itália, com comboios de caminhões militares a carregarem corpos, como vimos dias atrás.
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