terça-feira, 7 de abril de 2020


Coronavírus: os genocidas não dão refresco e fazem campanha pelo fim do isolamento social


FERNANDO BRITO, no TIJOLAÇO


Nas redes sociais, uma senhorinha com aquela cara de “meu-deus-como-todas-se-parecem” anuncia a “Bolsonaro Week”, o que ela chama 'Semana Nacional de Reabertura do Comércio'. E recomenda que todos saiam às ruas, para aproveitar promoções “com o preço lá embaixo” e que “comprem muito”. Ah, sim! Cuidadosa, manda que todos vão em seus carros, com a bandeira do Brasil e “buzinando muito’.   >>>   Fosse apenas essa figura, pouca ou nenhuma importância teria a não ser avisar para manter distância dela.  Mas não é assim. E nem é só outra figura assemelhada, o presidente da República.   >>>   Olhe a foto de hoje, de O Globo e veja as aglomerações que já se formam em bancos, terminais de ônibus e nas ruas dos bairros mais pobres.   No mercado – e no mercado mundial – os epidemiologistas do dinheiro estão comemorando em 'índices em alta' o que julgam ser o início do fim da pandemia. E, no nossos caso aqui, a da que nunca existiu, mas foi só uma gripezinha.   >>>   O povão, com os sinais confusos das autoridades – que a cada dia afrouxam em lugar de apertar as regras de isolamento – e a necessidade apertando, já está voltando para as ruas, para o trabalho que passa agora a ser o lugar de morrer.   >>>    Os jornais se apressam a dizer que passa rápido: “há quatro dias o número de novos casos cai no país tal”.   E de fato caem, mas é só pensar que estes países, há 15 ou 20 dias, adotaram as mais duras quarentenas, com as pessoas literalmente trancadas em casa. E é, certamente, por isso que os novos casos diminuem.   >>>   Devolvam estas pessoas às ruas, onde o vírus segue circulando – ou não haveriam novos casos que, embora se reduzindo, contam-se à casa dos milhares e virá uma nova onda de infectados e “futuros mortos”, como se os atuais 500 ou seiscentos por dia não bastassem.   >>>   Aqui, tudo é pior, porque sequer temos noção da realidade da epidemia, porque nos faltam testes – e os que temos, na maioria, são imprecisos – ao ponto de termos aplicado essa investigação em apenas 0,02% da população e temos deficiência diagnóstica por protocolos muito recentemente unificados.   >>>   Não sabemos se temos 12 mil ou 40 mil casos e, em algum momento, esta subnotificação se consertará com uma evolução vertiginosa dos casos.   >>>   Que será maior caso se confirme o afrouxamento que estamos vendo se infiltrar na sociedade e ganhar adeptos.

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