quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Como a mídia  blindou os filhos de FHC e Serra  e massacra  os  de  Lula 


Pedro Benedito Maciel Neto(*)           

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Primeiro nos deparamos com a fofoca do decadente jornalista Lauro Jardim acerca de suposta afirmação do réu confesso Fernando Baiano de que  teria pago contas de Fábio Luís Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula, em 2005. Nos últimos tempos mudou a versão: teria entregue a grana  para um amigo do ex-presidente, que a repassariao a uma nora do ex-presidente, cujo nome  sequer sabia.

Tudo começou em 2005, quando a revista VEJA estampou, em chamada de capa, um simulacro de “escândalo” denunciando o 'fato grave'. Mas o tal 'escândalo'  estava mais para as(supostas) 'contas' do senador Romário do que para as(confirmadas) do Cunha na Suiça. Tratava-se de uma operação declarada à Receita Federal e aprovada pela CVM, que a imprensa golpista tentou criminalizar Fábio sem sucesso.

Agora o espetáculo midiático ataca o filho mais novo de Lula. Nova armação, mais uma tentativa de 'forçar a barra'.Até o(insuspeito) senador José Serra considerou um "exagero" a decisão da Polícia Federal de realizar uma busca e apreensão no escritório de um dos filhos do ex-presidente.

Mas essa mesma imprensa, permissivamente parcial e partidarizada, não comenta o desfecho de outros casos de domínio público, comprometedores de familiares dos figurões tucanos.

Há, por exemplo, o caso, jamais elucidado, sobre o incrível superfaturamento na construção do estande brasileiro na Feira de Hannover/Alemanha, em 2000, cujo protagoniosta era simplesmente Paulo Henrique Cardoso, no segundo mandato do pai, FHC.

Ele mesmo, herdeiro e rebento predileto do Fernando Henrique, gastou  24 milhões de dólares em 2000,  80 milhões de reais no câmbio atual, de dinheiro público, para ir à feira. O valor astronômico chamou atenção, pois o custo real e comprovado do estande não passou de 1,5 milhão... Quem acaso se apropriou da diferença(US$ 22,5 milhões) do montante desembolsados pelo governo do PSDB? detalhe: O filho de FHC foi denunciado btempos depois pelo Ministério Público, mas ficou o dito pelo não dito.

Já Fábio Luís, filho de Lula, apesar de incansavelmente investigado, jamais foi denunciado pelo MPF. Por quê? Porque não praticou qualquer ilícito. Como nada encontraram,  atacam agora seu irmão mais novo, Luiz Claudio.

A empresa do filho do ex-presidente Lula chegou a ter 150 funcionários, contin ua gerando emprego, trabalho e renda, funciona regularmente e produz conteúdos de qualidade; basta assistir diariamente ao canal 'Playtv' na TV a cabo. Já o estande de Paulo Henrique Cardoso com certeza virou sucata faz tempo...

Outro caso tratado com 'descuido' pela 'zelosa' e 'imparcial' imprensa brasileira envolveu a filha de José Serra, paulistana da Mooca.

Verônica Allende Serra tornou-se, entre os 25 e 30 anos,  um 'fenômeno' no mundo dos negócios, ao amealhar uma fortuna de milhões em período tão curto.

Em 1995, aos 25, Verônica ganhou uma bolsa de estudos para curso de MBA (Mestre em Administração de Negócios) na Universidade de Harvard(EUA). O 'benfeitor' da filha do então poderoso ministro do Planejamento de FHC foi a Fundação Educar, criada por Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira, donos do Grupo Garantia (lembremo-nos de que esses 'benfeitores' participaram ativamente do processo de privatizações do governo a que o pai de Verônica servia, além de vinculados aos interesses da cervejaria Brahma que, em 1998, participou de polêmico processo  dependente de 'sinal verde' do CADE, órgão da área de influência de José Serra.

Verônica concluiria os estudos de Harvard em 1997 e já no ano seguinte ingressaria no seleto mundo corporativo, na empresa de administração de recursos chamada Leucadia. Meses depois(fenômeno!), seria recrutada pelo fundo de investimentos International Real Returns (IRR), para atuar como sua representante no Brasil. Em 2000, tornar-se-ia “diretora” da recém-fundada “Decidir.com, Inc.”,  subsidiária norte-americana da matriz argentina “Decidir”, especializada em busca e verificação de dados cadastrais e crédito.

A empresa ganhou notoriedade no Brasil por ter tido como diretoras Verônica Dantas Rodemburg, irmã do banqueiro Daniel Dantas, dono do(nebuloso) CVC Opportunity, e, ela mesma, Verônica Allende Serra, filha do então ministro da Saúde José Serra. Em cinco anos, a 'garota-prodígio' pulou de um empreguinho na Editora Abril, com um singelo curso de Direito na USP, para o epicentro dos grandes negócios corporativos, alegadamente por ter frequentado a abençoada Universidade de Harvard(agora se sabe, basta fazer um curso por lá para ficar rico em poucos anos). E ninguém fala mais nada sobre isso. 

Com Fábio Luís, porém,  não havia descanso, até descobrirem o irmão Claudio. 
Fato é que o tal Lauro Jardim(ex-Veja, agora no Globo, contratado por R$ 100 mil mensais) fez novamente, dias atrás, o que exercita com esmero desde 2003: acusações 'espetaculares' em sua coluna para atingir o ex-presidente Lula.

Lula jamais teve, ao longo das mais de três décadas de vida política, uma única acusação leve ou grave comprovada,  absolvido de todas as calúnias e infâmias que lhe fizeram; nunca sofreu um processo por conta de uma mísera prova de acusações que lhe tenham sido imputadas. Todavia,  ao longo de seus dois governos e até bem pouco, o filho Fábio Luís Lula da Silva sempre foi acusado, principalmente através de montagens fotográficas nas redes sociais, atribuindo-se-lhe a  propriedade de imóveis rurais e a sociedade em grandes empresas como a JBS, da 'Friboi' (cujos donos já desmentiram exaustivamente essa participação societária). Enfim, ele sempre foi um dos alvos prediletos dos adversários do pai. Entretanto, Paulo Henrique Cardoso e Verônica Serra  seguem  poupados e seu surpreendente enriquecimento, coincidente com os mandatos de FHC e Serra, simplesmente relevados. Afinal, os filhotes de tucanos são uns 'gênios'(alguém duvida?).

(*) Pedro Benedito Maciel Neto, 51, advogado, é autor de “Reflexões sobre o estudo do Direito”, Ed. Komedi, 2007.

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