Como Lula e
Dilma aqui, Néstor e Cristina Kirchner foram devagar com reformas na
Argentina
Seduzidos pelo canto midiático da direita, 'hermanos' optaram por Macri e, já nos primeiros dias do novo governo, começam a perder relevantes conquistas sociais da última década...
Maurício Macri: direita argentina e a escalada inicial contra avanços sociais
Do AMgóes >>> Na Argentina, como aqui, os tradicionais grupos de direita, apoiadores da sangrenta ditadura militar, patrocinados pela mídia hegemônica e conservadora(que apenas no papel perdera, com a festejada 'Ley de Médios', o poder de massacrante manipulação sociopolítica), derrubaram nas urnas -51,46 x 48,54 dos votos- o projeto de avanços sociais implementados por Néstor e Cristina Kirchner na última década.
A exemplo do PT, com Lula e Dilma, que garantiram expressivas conquistas aos cidadãos, incluindo mais de 40 milhões de deserdados no direito ao bolo de nossa economia, o partido peronista e demais organizações à esquerda e centro-esquerda chegaram divididos às urnas, conferindo legitimidade à falácia neofascista comandada por Maurício Macri.
Lá, como cá, o mesmíssimo discurso 'contra a corrupção' que atrai os bolsões normalmente desinformados da população, detonando reputações e sinalizando com 'democracia', ironicamente a instituição cuja derrubada, pelo último e hediondo regime autoritário, as elites direitistas ajudaram a consolidar.
A democratização da mídia argentina, historicamente controlada por poderosos cartéis, à frente o grupo Clarín(a 'Globo' deles), foi a senha que desencadeou avassaladora campanha de ódio disseminada contra a presidente Cristina Kirchner que, ainda assim, por muito pouco deixou de passar o bastão ao aliado Scioli.
Com efeito, os barões da imprensa do vizinho país jogaram todas as fichas na campanha de seu candidato(as 'sujas', em particular) e, malgrado a contagem mínima, ganharam o jogo, preservados por novos tempos de respeito à Constituição, diversamente dos congêneres brasileiros do PiG que, um ano e meses depois do pleito presidencial, ainda quebram lanças pelo golpe a qualquer preço.
Todavia, liminarmente agredida pelas primeiras medidas draconianas de Macri, metade do país já vislumbra sem ilusões uma nebulosa quadra de retrocessos, motivo de ser impelida, ato contínuo, a botar o bloco na rua contra o que abomina como 'dictadura de decretazos'(alterações de leis por decretos monocráticos) do presidente recém-empossado.
Lá, como aqui, o atual clima de perplexidade estaria descartado se Cristina Kirchner, conquanto bem avaliada(pouco mais de 40%) no fim do segundo e desgastante mandato, apesar dos injuriosos e incessantes ataques midiáticos, se tivesse aprofundado, por pertinentes, outras ansiadas reformas institucionais.
Por cá, Dilma, pelo que we depreende, aderiu à filosofia do 'Lulinha-paz-e-amor' com que o carismático predecessor chegara ao fim do segundo mandato, apesar do 'mensalão', pelo visto(perigosamente) alicerçada nas favas contadas de uma oposição inepta e sem projeto, cuja máquina golpista é azeitada por uma suposta 'grande imprensa' em acelerada decomposição. E cá, como na Argentina, as imprescindíveis reformas estruturais, em compasso de espera desde a queda de Jango(1964), seguem postergadas até a consumação dos séculos.
LEIA MAIS, na CARTA MAIOR: Argentina oscilando entre a crise de governabilidade e a ditadura mafiosa
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário