quarta-feira, 13 de abril de 2016

LONGE DO FIM

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Apesar do triunfalismo dos jornais, que já falam até em “legado de Dilma”, como fez a Folha, e do rasga-fantasia de Temer, o jogo continua, embora a oposição tenha tido mais votos que o esperado na comissão especial do chamado impeachment. E isso aconteceu enquanto 50 mil pessoas gritavam contra o golpe e aplaudiam Lula nos Arcos da Lapa, no Rio. Diferentemente do caso Collor, em 1992, falta consenso mínimo na Câmara e nas ruas. Daquela vez, o governo teve apenas um voto na comissão. E nenhum ato de apoio nas ruas. Agora, na contagem regressiva para a votação no plenário, entram fortemente em cena os fatores externos destinados a influenciar a disposição dos votantes.

1) Lava Jato – Quantas operações, vazamentos ou ações virão da Lava Jato até domingo ninguém sabe. A prisão do ex-senador Gim Argello, teme-se, pode ter sido um aperitivo. E este é um fator absolutamente fora de controle, visto que a Lava Jato existe em outro ordenamento, não no que rege todo o mundo politico-jurídico brasileiro.

2) Que mais fará a mídia, além de soltar fogos e anunciar que o impeachment ganhou terreno, que parlamentares da base estão desembarcando e desistiram dos acordos com o governo.Esta é outra pergunta.

3) O vice Michel Temer, agora disputando com o governo cada voto para herdar a cadeira de Dilma, perdeu qualquer resquício de zelo pela própria biografia mas sua ação não pode ser subestimada.

4) A lentidão do governo não ajuda. Acordos já firmados continuam empacados pela burocracia.

5) E haverá o movimento das ruas, crescentemente contra o golpe. “Não vai ter golpe” ecoava ontem nas estações e nos vagões do metrô do Rio, antes e depois do ato na Lapa.

Mas seja qual for o desfecho de domingo, estaremos ainda muito longe do fim da crise. Antes ou depois, se perder na Câmara, o governo poderá recorrer ao STF, por ora na confortável posição de Pilatos. Muitos procedimentos que ensejam a arguição de nulidade do processo, como apontou o Advogado Geral da União, Eduardo Cardozo, foram adotados na comissão. Especialmente as considerações sobre o “conjunto da obra”, ultrapassando as duas acusações formais.

Haverá uma dupla batalha no Senado, em caso de derrota do governo na Câmara. Uma sobre a instauração do processo e outra no julgamento em si.

E esta última ocorreria sob um governo provisório, sem voto e contestado nas ruas.

O que vem agora é uma luta renhida na Câmara, numa disputa que será apertada, apesar do triunfalismo de hoje por conta de um placar que não reflete o plenário.

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