quarta-feira, 13 de abril de 2016

As  pesquisas  e  suas 

entrelinhas: o povo 

espera que se fale 

com 'ele'

lulapovo
Há, nos jornais, vários dados sobre pesquisas político-eleitorais que não devem passar despercebidos, uma vez que toda esta história do impeachment é, essencialmente, motivada por um processo de impugnação de uma candidatura de esquerda viável em 2018.
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Paradoxal que pareça, a assunção (toc,toc,toc) de um Michel Temer fraco ao governo, querendo tudo menos uma convulsão social, cria um freio aos apetites de Moro e do MP pela cabeça de Lula, terá imensa dificuldade em chegar a uma cassação formal dos direitos políticos do ex-presidente, desejada mas certamente turbulenta.

Portanto, nas contas de todos – inclusive as deles – Lula ainda é um problema em 2018, mesmo (e talvez mais) com o golpe parlamentar.
Algumas informações.
A primeira, de Fernando Molica, em sua coluna em O Dia:
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É também no Nordeste que Lula recebe a maior intenção de votos — dependendo dos adversários, ele tem entre 36% e 37% das preferências (no Sudeste, fica com 14%).(…)A renda do eleitor também tem influência na escolha do melhor presidente brasileiro. Lula foi escolhido por 47% dos eleitores de famílias com renda de até dois salários mínimos. Fernando Henrique Cardoso teve 34% das preferências dos pertencentes a famílias com renda superior a dez salários mínimos.

Em seguida, o ótimo artigo de José Roberto de Toledo, o texto mais equilibrado do Estadão, onde destaco:
Resultado de imagem para Fotos de Lula nos braços do povoAntes mesmo de se associar a um eventual governo Temer, o PSDB já está sofrendo eleitoralmente. Desde dezembro, Aécio perdeu 10 pontos, Alckmin perdeu cinco, e Serra, quatro. Para quem? Para Jair Bolsonaro, principalmente. A hostilidade contra Aécio e Alckmin no ato anti-Dilma em São Paulo indicara que parte dos mais engajados pelo impeachment não se identifica com tucanos. No Datafolha, tal parcela prefere o defensor da ditadura, cuja intenção de voto vai de 6% a 8%, conforme o cenário.
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É a primeira vez desde a redemocratização que esse segmento encontra um candidato que vocalize sua agenda política. Agora que saiu à rua, não desistirá de se fazer escutar em uma campanha presidencial. Por isso, é um eleitor que o candidato tucano, seja quem for, dificilmente conseguirá recuperar.
Em outro lado do espectro político, de um quinto a um quarto dos eleitores enxerga o PSDB de maneira não muito distinta do PT. Hoje, a maioria deles declara voto em Marina, mas, quando Sérgio Moro entra no páreo, por exemplo, aumenta sua dispersão, e uma parte migra para o juiz símbolo da Lava Jato. São eleitores em busca de uma liderança que fuja à polarização tucano-petista.
E a entrevista dada nessa segunhda-feora(11) à Agência Brasil por Renato Meireles, do Instituto Data Popular, afirmando que, as classes D e E “enxergam a discussão sobre o impeachment da presidenta Dilma Rousseff como uma disputa de poder, uma briga da elite” e que “a presença do presidente Lula no governo Dilma ajuda a relembrar para a maior parte da população qual é o projeto deste governo.”
Tenho insistido aqui que é preciso evidenciar o pano de fundo social e trabalhista que há por detrás da manobra golpista: tanto a na sua primeira fase quando no seu objetivo estratégico.
Nunca fui do PT, nem creio que venha a ser, um dia. Muito menos tenho com ele 1% da relação que tive com Leonel Brizola. Com quem, ainda assim, divergi dúzias de vezes, franca e lealmente, sem que isso tenha sido um problema. Hoje, conversando com um amigo também sentido com comportamentos do governo petista e de seus integrantes eu disse a ele:
– Seja como for, ele despertou esperança,  e este é um valor que não se perde
Compreende-se as dificuldades de, neste momento, promover guinadas profundas, num instante em que o governo está manietado, ao ponto de estar-se impedindo, há um mês, a Presidenta de praticar o ato mais básico de nomear seus próprios ministros.
Mas será, sobreviva ou não ao golpe, é inevitável que isso ocorra.
O perfil do Governo, em razão das necessidades de  recomposição de uma base parlamentar, não será, talvez, o correspondente a esta necessidade.
Mas suas políticas terão obrigatoriamente assim.
E o governo, pela sua voz mais identificada com o povão, terá de se comunicar diretamente com a população.
Diretamente, já que não conseguiu, em quase uma década e meia, ajudar a viabilizar nenhuma estrutura de comunicação que fique fora do controle, exercido com mão de ferro, pelos poucos grupos que controlam a mídia.

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