DataFolha deixa claro fracasso da mídia em exterminar Lula
Paulo Nogueira

A mídia quis matar Lula, mas …
Uma vez, numa conversa com Zé Dirceu já nem sei lá exatamente a propósito de que, ele disse o seguinte: “Os políticos têm pavor de 30 segundos no Jornal Nacional.”
Lembrei. Eu falava do vigor florescente da mídia digital e Dirceu retrucou com a força da mídia tradicional, mais especificamente a Globo.
Aquela conversa me veio à cabeça ao ver o Datafolha deste fim de semana.
Fernando Morais cronometrou 23 minutos num determinado dia.
Era para Lula estar carbonizado. Apartamento, sítio, ações pirotécnicas da Polícia Federal e da Lava Jato, grampos supostamente incriminadores em que conversas de Lula e Dilma foram interpretadas pelos locutores do JN: nada faltou.
A plutocracia jogou bombas atômicas em Lula. Ou o que ela julgava serem bombas atômicas.
Mas...
Eis que Lula aparece na liderança das pesquisas de intenções de voto para 2018.
E Aécio, tão poupado pela Globo, despenca rumo ao cemitério político. Moro, tão bajulado, aparece na rabeira.
Isso quer dizer o seguinte.
Primeiro, e acima de tudo: Lula é muito mais forte do que a plutocracia sonhava. A 'jararaca' está aí. Sozinho, Lula comandou nas duas últimas semanas um formidável movimento popular de reação ao golpe que a direita imaginava ser coisa liquidada.
Segundo, está aí a prova cabal da perda de influência da Globo e da imprensa em geral.
Tanta perseguição do Jornal Nacional e coadjuvantes para Lula, em vez de estar morto, ser líder das intenções de voto?
É um fracasso espetacular.
Se tiver um mínimo de lucidez, a cúpula da Globo vai-se reunir para tentar entender o fiasco miserável.
O antijornalismo que a Globo passou a adotar recentemente, claramente inspirado na Veja, já não funciona entre os brasileiros.
O Jornal Nacional parece, hoje, uma Veja eletrônica. A Globo como um todo, aliás. Uma pequena demonstração disso reside num diretor da casa, Erick Bretas, que conseguiu se fantasiar de Moro em sua conta no Facebook. Isso é um acinte, um insulto ao jornalismo decente.
Ao contrário de outros tempos, a internet funciona como um contraponto aos crimes jornalísticos das grandes corporações de mídia.
Quanto mais um veículo perde o pé no antipetismo radical, menos influência tem. A Veja é o exemplo maior. Ninguém exceto seus leitores, e eles mesmos em número sempre menor, a leva a sério.
A Globo tomou o mesmo caminho. Ficou aloprada.
Mas nem seus funcionários parecem acreditar nela mais. Estrelas de suas novelas queixaram-se publicamente, nas últimas semanas, da cobertura do Jornal Nacional, mesmo ao preço de arriscar o pescoço.
Do mar de lama em que se meteu a imprensa, Lula paradoxalmente emergiu.
Quiseram exterminá-lo, e no entanto o que fizeram foi uma propaganda involuntária de Lula para 2018.
Não adianta tentar transformar Moro em herói. Não é. É um herói de mentirinha. Lula é, ele sim, um herói do povo, quer goste ou não a a plutocracia.

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