domingo, 10 de abril de 2016

Como  as  mentiras   dos   EUA    quanto   às  armas  de  destruição em massa do Iraque,   as daqui  sobre  as (inexistentes)pedaladas  de Dilma  'não vêm ao caso'  
FERNANDO BRITO        

Era incontestável.
Então os satélites americanos, com capacidade de fotografar um botão de rosa num jardim iam se equivocar assim?
Ainda mais com a reconhecida capacidade, para o bem e para o mal, dos analistas do Pentágono?
Nenhum grande jornal no mundo, e menos ainda aqui, pôs em dúvida.
Um autor de best-sellers, Frederick Forsyte chegou a escrever um livro, sobre um imaginário canhão, quilométrico, enterrado sob uma montanha, de onde Saddam Hussein iria dispara uma “bala” contendo uma bomba atômica.
Invadiu-se o Iraque, acabou-se com o já capenga equilíbrio da região, matou-se gente às dezenas de milhares, e vieram as cenas chocantes de tortura na prisão de  Abu Ghraib, depois Guantánamo; vieram a Al Qaeda, o World Trade Center e, finalmente, o Exército Islâmico.
Tudo isso foi real, mas não eram reais as tais armas de destruição em massa que foram o estopim desta escalada de barbárie.
Nunca as encontraram, sua memória apagou-se, serviram apenas para destruir um país que, 15 anos depois, ainda tenta se livrar das sequelas da guerra e do domínio do fanatismo.
O Globo divulgou nesse sábado(9), reportagem sobre suposto atropelamento do Governo à Caixa, sacando dinheiro a descoberto do banco federal para pagar o Bolsa-Família e o Seguro-Desemprego. Não houve tal apropriação. As operações tiveram o aval do Banco Central e do TCU. A mesma prática foi realizada durante 20 anos, desde 1994. Na realidade, o suposto “rombo” sequer inexistia, pois, no cotejo para apuração dos saldos entre a Caixa e o Tesouro, a empresa pagou R$ 144 milhões, a título de juros, sobre os valores relativos ao saldo médio da conta em favor da União.
Mas não importa. Não vem ao caso.
A exemplo das falaciosas “armas de destruição em massa em poder de Sadam Hussein”, apenas um pretexto para o que se queria.
Lá, o petróleo. Aqui, quem sabe, também.
A Operação “Choque e Pavor”, como escreveram seus criadores Harlan  Ullman e James Wade, consiste em “ganhar controle do ambiente e paralisar ou sobrecarregar de tal forma a percepção e entendimento dos eventos por parte do adversário que este seria incapaz de resistência tática e estratégica...
Lembra algo que esteja se passando aqui, onde o “bombardeio cirúrgico” dos vazamentos e delações atinge só quem se quer atingir e o Jornal Nacional dispara, toda noite, seus mísseis 'Tomahawk' ?
Sob o comando do “moralizador” Eduardo Cunha, os deputados se preparam para destituir a governante eleita pela população e dividir o governo entre…eles próprios.
Como as armas de destruição em massa, pouco importa se existiram ou não. Importa é transformar o Brasil num Iraque tropical.

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