quarta-feira, 20 de abril de 2016

Virada   na  opinião  pública
pode  influenciar   decisão no Senado,  diz  consultoria


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Image captionPara consultoria, governo tem obtido ganhos com a opinião pública na batalha contra impeachment

Apesar de "provável", a aprovação do impeachment pelo Senado não está garantida e pode ser influenciada por uma possível mudança no grau de apoio da opinião pública à saída de Dilma Rousseff como resultado do atual processo. A avaliação está no mais recente boletim da Eurasia Group, uma das consultorias que tentam traduzir para clientes de várias partes do mundo a crise política e econômica enfrentada pelo Brasil.
"O governo tem obtido ganhos com a opinião pública na batalha contra o impeachment. (...) Enquanto todos os olhos estão voltados para as negociações no Congresso, a opinião pública pode ganhar um papel", diz a nota.
Citando resultados do Datafolha, a consultoria sugere ainda que o apoio ao impeachment pode continuar caindo.
"Se o Palácio do Planalto e o PT forem capazes de continuar 'martelando' a mensagem de que o impeachment não é legítimo, focando-se em figuras do PMDB, como o presidente da Câmara Eduardo Cunha, o apoio ao impeachment, agora em 61%, poderia cair", disse a nota, prevendo uma queda nesse apoio para abaixo de 60%.
Além disso, "os desdobramentos da Lava Jato ameaçam envolver a liderança do PMDB. Se o PMDB for afetado por alegações de corrupção nas próximas três semanas, isso pode reduzir ainda mais o apoio ao impeachment", prevê a consultoria.
Os três políticos na linha sucessória da presidência são do PMDB. O vice Michel Temer, o presidente da Câmara Eduardo Cunha e o líder do Senado Renan Calheiros são lideranças importantes do partido que deixou a coalizão do governo e votou em massa a favor do impeachment.
Pesquisas de opinião vêm mostrando uma queda no apoio ao atual processo de impeachment, liderado na Câmara por Cunha e focado nas chamadas pedaladas fiscais.
Segundo pesquisa divulgada pelo Datafolha em 10 de abril, de março para abril o percentual de entrevistados a favor do afastamento de Dilma Rousseff caiu de 68% para 61%. A rejeição a Michel Temer também é refletida na pesquisa mais recente que põe o apoio ao impeachment do vice em 58%.
"Isso sugere que estão funcionando os esforços do governo em desafiar o mérito da petição pelo impeachment baseado nas manobras de contabilidade. As diferenças regionais também estão ficando mais intensas. Enquanto no sul e no sudeste o apoio ao impeachment está em 66%, no nordeste está em apenas 48%, com 46% contra o impeachment", diz a nota citando o Datafolha.

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