quinta-feira, 25 de maio de 2017

O Brasil que sangra

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THIAGO BARBOSA, no JORNAL/GGN
O Brasil sangra. Sob balas e bombas, cassetetes e truculência, a face mais explícita da violência empregada por um governo ilegítimo e corrupto para reviver os dias de ditadura de um passado já difícil de esquecer.
O Brasil sangra sob a brutalidade de uma força de segurança inepta para proteger o cidadão, habilitada tão somente com o poder de reprimir direitos, quebrar cabeças, boicotar os sonhos por uma realidade mais justa e igual.
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O Brasil sangra na alma quando chora por vidraças, prédios e concreto em detrimento de corpos, ideais e vidas, quando pessoas são destituídas da condição humana enquanto o lamento por objetos subsidia o discurso repressor.

O Brasil sangra silenciosamente no aval à barbárie consentida por quem tem nojo dos anseios do povo e lhe subtrai votos, benefícios sociais, trabalhistas, previdenciários, cidadania e até o direito de se insurgir contra o peso da opressão.
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O Brasil sangra todos os dias no estupro interminável à constituição praticado por conchavos políticos e propinas empresariais, por conduções coercitivas, prisões infinitas, vazamentos seletivos, grampos a jornalistas, benevolência a delatores e assassinatos de reputação.

O Brasil desfalece de forma crônica nesse higienismo de estado em desfavor dos dependentes químicos, na destruição de barracos, colchões e vidas já tão desgraçadas pelas drogas, na prioridade ao trator sobre a saúde, na erradicação de cracolândias para beneficiar especuladores imobiliários.
O Brasil agoniza a céu aberto no extermínio contínuo de uma violência urbana comparada a guerras e fundamentalismos, no destino fúnebre de seres invisíveis transformados em números na cova da indiferença social.
O Brasil sofre golpes todos os dias na recorrência da homofobia, na permanência do racismo, no preconceito de gênero, sexo, origem social, na infindável desigualdade alimentada por uma elite mesquinha e desumana, expoente de uma colonização mordaz contra indígenas, negros e pobres.
E quando brasileiros se atrevem a levantar a cabeça e estancar o sangramento são maltratados por balas, bombas, cassetetes, represália midiática e a sombra militar de uma tirania ressuscitada.
O Brasil sangra desde sempre.  Mas essa hemorragia precisa parar.

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