quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Estará mesmo o PSOL
à  esquerda  do  PT?
 

BEPE DAMASCO, no BRASIL/247

Enquanto debatem a era  "pós-PT"  que não chega  nunca,  militantes,  parlamentares     e dirigentes do PSOL fazem questão de guardar distância do Partido dos Trabalhadores, seja afirmando a condição   psolista de  vestal  da política,     seja    se colocando   como   um partido "necessário", à esquerda do PT. Será?   |||   Depende da concepção de  cada um do que seja estar  mais  ou  menos  à  esquerda, claro.      Listei  dez argumentos  que nos fornecem pistas    na direção   contrária  do  mantra  do  PSOL.     Abro   parênteses   para reconhecer   que o PSOL    possui em suas fileiras valorosos   lutadores  políticos e  sociais. Congratulo-me também com a posição firme do partido    contra o golpe  de 2016.   Fecho parênteses e vamos ao debate.

1) Sem projeto político e nacional definido, o PSOL é uma espécie de conglomerado de ativistas e correntes de causas identitárias, que têm no antipetismo um dos poucos pontos de unidade.   2) A tática e a estratégia do partido se limitam à ampliação de suas bancadas parlamentares.   3) Com frequência, o PSOL aplaude a ação de um Ministério Público corrompido política e partidariamente, que há muito traiu suas funções republicanas.   4) Com raras e honrosas exceções entre seus quadros, o PSOL também é conivente com o atropelo dos direitos e garantias fundamentais, marca registrada de Moro e dos procuradores fascistas da Lava Jato. Em nome da realização do sonho dourado, que é ocupar o lugar do PT, percebe-se a torcida pela derrocada final do partido de Lula.   5) Como não manifestou até agora nenhuma solidariedade a Lula pela perseguição sórdida que sofre, há claros sinais de que o PSOL apoia o lawfare contra o ex-presidente, em aberta contradição com as premissas constitucionais da presunção de inocência, do direito à ampla defesa e ao devido processo legal.   6) O PSOl foge das responsabilidades de governo. E quando as chances aparecem, como no segundo turno da eleição do Rio, o partido corre para não chegar, revelando um ralo compromisso com a melhoria da qualidade de vida do povo.   7) Os coveiros da democracia incrustados no Judiciário, e até na sua instância máxima que é o STF,   raramente são alvos   de qualquer crítica do PSOL.  8) O partido, que tem sólidos vínculos com setores elitistas e reacionários da classe média, jamais reconheceu a importância de 40 milhões de pessoas terem saído da miséria e da pobreza com os governos do PT, bem como a criação recorde de 22 milhões de empregos formais na era petista.   9) Com base no seu moralismo, que lembra o da UDN do passado, o partido não hesita em apontar o dedo acusador em todas as direções, contribuindo para a desmoralização da atividade política, o que só interessa aos setores obscurantistas da sociedade.   10) O combate ao monopólio midiático liderado pelas Organizações Globo nunca contou com o apoio decidido do PSOL, que prefere preservar o espaço destinado às suas figuras públicas no conglomerado de comunicação da família Marinho.

Nenhum comentário:

Postar um comentário